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Dilma Rousseff e Wagner, ao centro, lançam preço mínimo para o cacau e Plano Safra.
Dilma Rousseff e Wagner, ao centro, lançam preço mínimo para o cacau e Plano Safra.

O cacau tem agora a garantia de um preço mínimo: R$ 75,00 a arroba. O anúncio foi feito neste início de tarde, em Salvador, pela presidente Dilma Rousseff. A inclusão do cacau na Política de Garantia do Preço Mínimo (PGPM) era uma das grandes reivindicações dos produtores sul-baianos.

Hoje, por exemplo, o cacau está sendo cotado a R$ 72,00 a arroba no eixo Itabuna-Ilhéus. Para assegurar um preço mínimo, o Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Alimentos (Conab), age comprando estoques a fim de regular mercado.

A política de preço mínimo foi um dos motivos que levaram produtores sul-baianos a protestar queimando sacas de cacau, em março, em frente ao Porto Internacional do Malhado, em Ilhéus. Eles também questionavam o aumento de importação de cacau africano (contaminado) para abastecer os parques de indústrias moageiras ou de chocolate em Ilhéus e Itabuna. Antes, a Ceplac, em novembro do ano passado, puxou discussão pelo preço mínimo (relembre aqui).

Ontem, na abertura do Festival do Chocolate e Cacau, em Ilhéus, o governador Jaques Wagner já antecipava que o anúncio do preço mínimo para o cacau seria feito hoje pela presidente. Outra cultura que será incluída na política de preço mínimo é o sisal. Marival Guedes, de Salvador, e Redação.

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Em março, produtores fizeram protesto contra baixos preços e importação de cacau (Foto Marcos Souza/Pimenta)
Protesto de produtores contra preços preços e importação de cacau (Foto Marcos Souza/Pimenta)

As discussões puxadas pela Ceplac, finalmente, deram resultado. O secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, assegurou hoje a inclusão do cacau na Política de Garantia do Preço Mínimo (PGPM). A comunicação ocorreu durante reunião do secretário executivo com representantes da cadeia produtiva do cacau e entidades.
O valor mínimo será definido ainda nesta semana. A presidente Dilma Rousseff fará o anúncio durante o lançamento do Plano Safra. A estimativa de safra será feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com o auxílio da Ceplac. A previsão inicial é de produção de 255 mil toneladas de cacau na próxima safra, sendo 62,3% da Bahia.
Os produtores de cacau pleiteavam o preço mínimo para fazer frente à alta crescente da importação por parte das indústrias instaladas no Sul da Bahia, mesmo com a produção regional em ascensão. No dia 5 de março, produtores e assentados uniram-se em manifestação em frente ao Porto Internacional do Malhado e queimaram dezenas de arrobas de cacau (relembre aqui).

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Produtores queimam sacos de cacau em protesto contra importação.
Produtores queimam sacos de cacau em protesto contra importação (Foto Marcos Souza/Pimenta).

O protesto contra a importação de cacau teve queima simbólica de amêndoas do produto que antes era “fruto de ouro” e tem arroba hoje cotada a meros R$ 58,00. A baixa cotação ocorre num momento de retomada da lavoura cacaueira baiana e perspectiva de produção para atender a demanda da indústria nacional.
Com a importação de amêndoas, o mercado interno sofre consequente desvalorização com o aumento de estoque. Não à toa, produtores e trabalhadores, estes ligados ao MST, conseguiram atrair a atenção de prefeitos, vereadores e deputados baianos, a exemplo de Augusto Castro (PSDB), Leur Lomanto (PMDB) e Sandro Régis (PR).
Os riscos da importação de cacau também foram lembrados no pronunciamento de autoridades e em cartazes afixados na área da manifestação. As últimas importações trouxeram carga infectadas por insetos alados, mas acabaram liberadas pelo Ministério da Agricultura.
Lenildo defende adoção do preço mínimo para o cacau (Foto Marcos Souza/Pimenta).
Lenildo defende adoção do preço mínimo para o cacau (Foto Marcos Souza/Pimenta).

Líderes regionais como o prefeito de Ibicaraí e presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia, Lenildo Santana, defenderam a adoção da política do preço mínimo também para o cacau.
Para Lenildo, a arroba de cacau a R$ 58,00 é um golpe contra a região que passou a ter ótimas perspectivas de desenvolvimento. “A concorrência tem sido desleal no momento em que a indústria prefere importar a comprar o cacau produzido no Brasil, levando a uma das mais baixas cotações do produto na história”, disse ele.