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A imagem do vereador itabunense Clóvis Loiola (PSDC), saindo do Hospital de Base algemado, é sem dúvida um sinal importante para aqueles que almejam uma vaga na Câmara Municipal. Um indício poderoso de que as mudanças vistas no centro do poder irradiam para a periferia e apontam para novos padrões de comportamento.

Nunca, em toda a história de Itabuna, se viu um político preso por questões relacionadas à corrupção. Loiola, o vereador mais votado nas eleições de 2008, com exatos 3.041 votos, presidente da Câmara em 2009 e 2010, abre a série. Sobre sua cabeça, pesam denúncias de desvio de recursos, contratação de funcionários fantasmas, fraude em empréstimos consignados e utilização indevida das diárias pagas com o dinheiro público.

Loiola não foi detido por nenhum desses crimes, mas por ter tentado enganar a justiça, fugindo de uma audiência com o pretexto de que estava doente. Fosse em outros tempos, o juiz se acomodaria e acreditaria na boa fé da autoridade. Hoje, quando se caminha para uma tolerância zero diante da malandragem na política, optou-se por ver para crer.

Chegando ao Hospital de Base, dois promotores souberam que Loiola se encontrava realmente internado, mas não tinha absolutamente nenhum problema de saúde. Fato atestado pelo diretor médico da instituição.

Para dar mais veracidade à farsa, o vereador conseguiu até um leito e recebeu soro, que tantas vezes faltam a quem de fato precisa. Acabou saindo do hospital diretamente para o Complexo Policial de Itabuna, de onde espera obter rápido livramento.

Loiola, candidato à reeleição, não é o único vereador que sujou as mãos de lama na atual legislatura, reconhecida quase à unanimidade como a pior da história de Itabuna. Mas a imagem do ex-presidente da Casa, algemado, é um motivo bastante convincente para que os futuros vereadores não enveredem por determinados caminhos.

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