Os preços da indústria subiram 4,78% em março em relação a fevereiro, a segunda maior alta da série histórica do Índice de Preços ao Produtor (IPP), iniciada em 2014. Em fevereiro, a alta recorde foi revisada de 5,22% para 5,16%. Com o resultado, o índice, divulgado nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula recordes de 14,09%, no trimestre, e de 33,52%, nos últimos 12 meses.
Esse é o vigésimo aumento consecutivo, na comparação mês a mês do indicador, desde agosto de 2019. O índice mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 23 apresentaram variações positivas, repetindo o desempenho apresentado nos meses de fevereiro e janeiro.
O resultado reflete, principalmente, a elevação dos preços nas atividades de refino de petróleo e produtos de álcool (16,77%), outros produtos químicos (8,79%), madeira (7,73%) e papel e celulose (7,18%). Já as maiores influências vieram de refino de petróleo e produtos de álcool (1,53%), outros produtos químicos (0,74%), alimentos (0,58%) e metalurgia (0,41%).
RELAÇÃO COM O DÓLAR
Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia da Coordenação de Indústria, diz que o resultado do mês de março reflete o impacto da depreciação do real frente ao dólar, que afeta tanto os preços dos produtos exportados pelo Brasil quanto os preços dos produtos importados, em particular das matérias primas. No caso do aumento de custo, isso gera um efeito em cascata em diversas cadeias industriais. Vela mais detalhes em leia mais.