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Esvaziada, manifestação começou com duas horas de atraso.
Esvaziada, manifestação começou com duas horas de atraso.

Mesmo insatisfeito com a participação dos militantes do PCdoB, um pequeno grupo de manifestantes desce neste momento a Avenida Princesa Isabel. Antes de sair da concentração, organizadores discursaram, reforçando o caráter apartidário do protesto e criticando os comunistas.
A situação acabou esvaziando o ato. Dos 15 mil convocados pelas redes sociais, há cerca de cem na manifestação.

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A presença de militantes do PCdoB e da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) acabou por inviabilizar a manifestação convocada pelo Comando Popular para a tarde desta quinta-feira, 27, em Itabuna. A data foi definida como Dia Nacional de Luta pelas Reivindicações dos Trabalhadores e da Juventude.
Neste momento, menos de cem gatos pingados continuam na Praça Simão Fitterman, local marcado para a concentração do ato.
Houve discussão entre coordenadores do protesto e militantes comunistas, e os primeiros disseram não aceitar a participação de ninguém com camisa ou bandeira de partidos. Não houve acordo e muitos manifestantes foram orientados a voltar para casa. Outros, que ainda não tinham chegado, foram informados do que ocorria via Facebook, a rede que tem sido utilizada para mobilizar os participantes dos protestos.

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Manifestantes ligados à Juventude Estudantil desistiram de participar de caminhada.
Manifestantes ligados à Juventude Estudantil desistiram de participar de caminhada.

Militantes do Comando Popular, que tem estado à frente dos protestos de rua em Itabuna, rejeitam a infiltração de membros do PCdoB no movimento. Na verdade, assim como ocorre em todo o país, os manifestantes estão refratários aos partidos de modo geral, mas em Itabuna os comunistas têm conseguido conquistar alguns espaços, como se deu na reunião do dia 25, na qual foram discutidas questões relacionadas à mobilidade urbana com o prefeito Claudevane Leite.
Neste momento, no bairro São Caetano, há divergência explícita entre o Comando Popular e os cururus. A concentração na Praça Simão Fitterman começou às 15 horas, mas há gente que não quer descer para o centro da cidade ao lado do pessoal da PCdoB e da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ligada ao partido.

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Novo Super Homem desiste de vir ao Brasil
Novo Super Homem desiste de vir ao Brasil

Há pouco na Band News FM o comentarista José Simão tratava como “piada pronta” o cancelamento da vinda do ator Henry Cavill ao Brasil. Novo intérprete do Super Homem, um dos mais espetaculares heróis dos quadrinhos e do cinema, Cavill viria ao país divulgar o filme O Homem de Aço. A viagem foi cancelada em função dos protestos que ocorrem há algumas semanas.
“O homem de aço ficou com medo de bala de borracha. Eu pensava que o problema dele fosse com kriptonita”, brincava Simão no programa comandado por Ricardo Boechat.

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Sérgio Silva pedirá R$ 700 mil de indenização (foto Arquivo Pessoal)
Sérgio Silva pedirá R$ 700 mil de indenização (foto Arquivo Pessoal)são,

Do Portal Comunique-se
O fotógrafo da Futura Press, Sérgio Silva, de 31 anos, entrará com pedido de indenização de R$ 700 mil contra o governo do estado de São Paulo, em resposta à atuação da Polícia Militar. Na noite mais violenta dos protestos contra a elevação da tarifa do transporte público, em 13 de junho, o profissional foi atingido por uma bala de borracha no olho esquerdo enquanto fazia a cobertura do evento na capital paulista. Silva sofreu lesões oculares e fratura de órbita, por isso, pode ficar cego.
Em depoimento concedido ao G1, seu advogado, Paulo Sérgio Fernandes, avaliou que não será preciso provar quem foi o policial responsável pelos disparos ou se havia intenção de acertá-lo. “Precisamos mostrar apenas que alguém disparou e feriu um fotógrafo no exercício legítimo da profissão”, explicou o defensor de Silva.
Fernandes também ingressará com ação cautelar cobrando tratamento de qualidade para o profissional, que, na melhor das hipóteses, perderá 70% da visão, de acordo com os médicos. Informações divulgadas no dia que sucedeu a agressão apontavam que as chances de recuperação não ultrapassavam 5%.
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Samuel Celestino | Bahia Notícias
O governador Jaques Wagner disse que não vai mudar a sua agenda para o Dois de Julho, e não deve mudar mesmo, nem o prefeito ACM Neto, na medida em que são, pelos cargos que ocupam, presenças obrigatórias no festejo da Independência, que, há pouco, por decisão da presidente Dilma, se tornou uma data nacional. Até lá, se o pacote anunciado pela presidente na noite de ontem tiver boa acolhida dos manifestantes e da população de maneira geral, como é muito provável que tenha porque, em cinco itens, o pacote abrange todas as reivindicações das ruas, não há o que temer. Caso contrário, o Dois de Julho será magro de políticos que estão na berlinda, de rabo entre as pernas, tanto eles quanto seus partidos que são desdenhados pela população de maneira geral, conforme revelaram as pesquisas.
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PASSE LIVRE E A CONTRADIÇÃO ABERTA

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br
1SimancaOs tipos mais conservadores, que querem tratar os movimentos sociais na pancada, uniram-se aos progressistas, em apoio ao Movimento Passe Livre (MPL), escancarando uma contradição. Coerente mesmo foram as PMs da Bahia e de São Paulo, fazendo o que é da sua tradição fazer: baixar o pau (v. charge de Simanca). Cientistas sociais e palpiteiros em geral estão incertos quanto ao que pretende a massa: vagamente, menos corrupção, mais educação (quase criei uma “palavra de ordem”), mais saúde pública, menos futebol, mais seriedade com o dinheiro público, menos safadeza…  No atacado, todos aprovamos esta pauta, mas falta a ela o varejo, o foco concreto e claro.

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Movimento (ainda) simpático à direita
Tem sido uma festa protestar contra tais coisas (e ainda a sogra chata, o vizinho ranzinza e o preço do tomate), mas não me divirto tanto. Entendo ser este um movimento de esquerda (se me permitem usar a velha classificação francesa, para mim ainda válida). E a direita não tarda a tratar essa turma como trata índios, sem-terra e semelhantes, todos incluídos na vasta lista de “baderneiros”. Por menos disso ela já derrubou um presidente e pôs o Brasil em “ordem unida” durante 21 anos, enquanto arrancava as unhas dos descontentes. Freado o aumento das tarifas, o MPL, ao voltar às ruas (espero que volte), deverá focar-se em um dos muitos problemas nacionais.
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“DOR DE AMOR DÓI MAIS DO QUE BURSITE”

3Dor de amorO verbo amar transitivo indireto (com a preposição “a”) foi, em tempo que longe vai, exclusivo jargão religioso. “Amar a Deus sobre todas as coisas”, está grafado na tábua. A gramática quer, em relação a coisas e pessoas, o verbo não preposicionado. Amar era também de uso menos extenso: homens amavam mulheres, mulheres amavam homens, homens e mulheres amavam suas mães, estas os amavam sem medidas… Os para-choques repetiam uma frase produzida por alguém de coração dilacerado (ou vítima de crônica subliteratura): “Amor só de mãe!” – ai que me embriago de tanta poesia! Compreende-se. Quem leu Rubem Braga sabe que “dor de amor dói mais do que bursite”.
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Velha calça desbotada ou coisa assim
Voltando ao amar transitivo direto, diga-se que ele foi “democratizado”. Amavam-se pessoas, hoje se ama praia, macarrão com queijo, sorvete de coco, carro novo, a velha calça desbotada e, de moto, ama-se o vento na cara. São modismos que o tempo nos traz: conheço uma jovem senhora que ama seu iPhone de recentíssima geração (será isto o chamado sexo virtual que nunca entendi?). A boa linguagem, pela qual poucos na mídia ainda se interessam, recomenda que se goste das coisas citadas acima, sendo vedado amá-las. Se, por acaso, alguém não sabe a diferença entre gostar e amar, que tente beijar uma máquina. Adianto-lhes que não funciona, a não ser que seja uma… “máquina”.
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5Batata fritaAdoração ao arroxa e à batata frita
Cartola, em licença poética escreveu: “Não quero mais amar a ninguém…”, e caiu em “erro”, por usar a forma “religiosa” (“Não quero mais amar ninguém”, diz a norma). E quase tudo que foi dito vale para o verbo adorar, que igualmente nos remete à igreja. Adorar só a Deus e signos sagrados, era assim que era. Depois, o povo, que não está nem aí para gramáticas e gramáticos, mudou a regra. Hoje, com todo respeito, adora-se batata frita, novela de tevê, show de arrocha e de dupla “caipira”. Pelo sentido “clássico” do termo, tem-se a ideia de que o maluco se ajoelha diante do pacote de fritas e também genuflectido assiste à novela das nove. Medonhos tempos, estes.

QUEM DERA QUE ESSA RUA FOSSE MINHA!…

As ruas nos falam de dados momentos, lembranças que ficaram. “Se essa rua fosse minha/ eu mandava ladrilhar/ com pedrinhas de brilhante/ só pra ver meu bem passar”, diz o antigo frevo Vassourinhas. Antônio Maria (“o bom Maria”, como o chamava Vinícius, seu colega de quarto), morando no Rio e, ferido de saudades da terrinha, abre seu Frevo nº 3 dizendo: “Sou do Recife, com orgulho e com saudade”, para depois introduzir “Rua antiga da Harmonia,/ da Saudade, da Amizade e da União…/ São lembranças noite e dia”. Em poucos versos, quatro ruas de nomes sonoros, que mexem com os sentimentos da gente: harmonia, saudade, amizade, união.
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7AlceuMachado de Assis fala das ruas do Rio

Meu endereço em Buerarema era Manuel Vitorino, 6 (esquina com Siqueira Campos) – mania que as pessoas têm por vultos estranhos à cidade. Isso mudou um pouco. Já temos na antiga Macuco as ruas Paulo Portela, Manuel Lins, Pastor Freitas – personagens locais e já mortos, comme il faut. Mas eu queria falar era do fascínio que os nomes de ruas exercem sobre mim e, pelo que vejo, em vários autores. Lembro aqui de três deles, tocando o tema: Machado de Assis, Antônio Maria e Alceu Valença. Nos contos de Machado é possível saber muito do velho Rio, pelas ruas que o mestre cita: Larga de S. Joaquim, da Alfândega, do Lavradio, da Quitanda e, naturalmente, do Ouvidor.

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Um amor que sumiu nas ruas do Recife

“Sob uma chuvinha miúda, triste e cortante, como no enterro de Brás Cubas, o menino passeia sua melancolia por estas ruas que, transeuntes apressados sequer suspeitam, lhe pertenceram um dia. E chora as mudanças: mudou a cidade, mudaram os tempos, mudou ele, que ficou depressivo e meio adulto, morreu de velha a caramboleira, silenciaram os sabiás e bem-te-vis da infância que se foi” (Antônio Lopes: Luz sobre a memória – Agora Editoria Gráfica/1999). Perdidão da Silva, Alceu Valença parece procurar seu amor sumido nas ruas do Sol, da Aurora, da Matriz, das Ninfas, da Boa Viagem, da Soledade – mas como sempre acontece em casos semelhantes, o esforço é vão.

(O.C.)

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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo_rb10@gmail.com
 

Essa intenção de “surfar na onda” deve ser observada com cautela, pois não há sintonia de objetivos. Enquanto uns lutam para mudar o país, as aves de rapina querem no máximo mudar governos, sem alterar nenhuma estrutura.

 
O movimento que tomou conta das ruas e das redes sociais no Brasil já é vitorioso. Sua conquista mais expressiva foi ter inserido a discussão política no cotidiano do brasileiro. De repente, os frufrus do Facebook deram lugar a um intenso debate sobre o país, seus problemas e a urgência na promoção de avanços sociais que têm sido postergados para um futuro que nunca chega.
Na quinta-feira, 20 de junho, o povo confirmou sua força ao derrubar o horário nobre da TV Globo, empresa que nasceu na ditadura militar, alimentou-se dela e, ao longo de sua história, tem sido forte aliada do conservadorismo. No dia seguinte, a presidenta da república falou em cadeia de televisão, reconhecendo a força dos protestos e afirmando que está atenta às vozes democráticas das ruas.
Vitória, sem dúvida alguma, embora nenhum dos grandes objetivos tenha sido alcançado, haja vista que a redução das passagens de ônibus foi apenas o estopim de uma revolta que tem motivação muito mais abrangente e complexa. A exigência é de mudança geral na política, na forma de exercê-la sem efetiva participação popular, com mandatos que não representam a quem deveriam e são utilizados para o culto do poder pelo poder, e naturalmente pelo dinheiro.
Não é à toa que o povo não se sente representado pelos políticos de um modo geral, assim como pelos partidos. Há uma aversão às lideranças, o que justifica a horizontalidade das manifestações, livres, sem comandantes definidos, embora a tendência natural seja a de que num segundo momento alguns líderes apareçam, principalmente na hora de negociar com o outro lado. Será necessário muito cuidado nesta etapa, já que a transformação de um movimento libertário em algo mais orgânico traz riscos, sobretudo o de novas crises de representatividade.
De qualquer forma, o movimento é fantástico por inaugurar um novo parâmetro na relação entre povo e governos no Brasil. Cada um dos jovens que “saíram do Facebook” e, conscientemente, tomaram as ruas para defender melhoria dos serviços públicos, mais respeito e uma política renovada, não é mais a mesma pessoa. Tornou-se um cidadão que não aceitará mais passivamente a gestão pública dissociada dos verdadeiros interesses populares.
Não é à toa que a maioria dos políticos está com dificuldade para entender o clamor das ruas. Eles cobram uma pauta específica e clara, pois não conseguem ou preferem não discernir que o real desejo é de uma ampla mudança nas estruturas desse país. São políticos que estão há tanto tempo cuidando de seus próprios interesses menores que se mostram totalmente despreparados para compreender o verdadeiro sentido das manifestações do povo.
Outros tentam utilizar e se apropriar do clamor popular, o que se viu não apenas com as bandeiras de partidos buscando sem sucesso infiltrar-se nas manifestações, mas com o oportunismo de legendas como o PPS, em programa partidário na televisão. Essa intenção de “surfar na onda” deve ser observada com cautela, pois não há sintonia de objetivos. Enquanto uns lutam para mudar o país, as aves de rapina querem no máximo mudar governos, sem alterar nenhuma estrutura.
Do blog Página em Construção

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Coluna Raio Laser | Tribuna
Diante dos protestos que estão em pleno vigor no país, a presidente Dilma Rousseff telefonou, ontem, para o governador Jaques Wagner que disse a ela que a partida entre Brasil e Itália, marcada para este sábado, terá segurança reforçada na Arena Fonte Nova. “Ela fez contato comigo hoje, pelo que me disse fez contato também com o Antonio Anastasia (governador de Minas Gerais), que vai receber outro jogo amanhã (hoje). É óbvio que a presidenta está acompanhando, como a mais alta mandatária do país, seguramente se preocupa, como eu”.

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Um dos cartazes mais frequentes nas manifestações de protesto que varrem o país é o que, em inglês, convida a Fifa a arrumar as malas e voltar para casa. É o “Fifa go home”.
De fato, chegou-se a cogitar que a entidade que controla o futebol mundial e organiza as Copas das Confederações e do Mundo atenderia ao comando da revolta popular, que tem como um de seus principais motivos de indignação os elevados gastos com a construção de estádios suntuosos.
De acordo com a Lei Geral da Copa, a Fifa pode cancelar o evento que esteja realizando, caso o país-sede não garanta condições de segurança. Como nesta quinta-feira, 20, o hotel que funciona como “quartel-general” da entidade em Salvador foi apedrejado por manifestantes, especulou-se imediatamente que a Copa das Confederações seria interrompida. E até que o Brasil deixaria de sediar a Copa do Mundo.
Hoje pela manhã, a Fifa desmentiu as duas possibilidades.

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Jovens de Ipiaú protestam contra gastos no São Pedro (foto Arthur Vítor Costa)
Jovens de Ipiaú protestam contra gastos no São Pedro (foto Gilson Fotógrafo)

Os protestos que marcaram o dia em várias cidades brasileiras nesta quinta-feira, 20, tiveram em Ipiaú, no Vale do Rio de Contas, um alvo mais focado nas festas juninas. Por lá, a maior crítica dos manifestantes é contra os gastos de aproximadamente R$ 1 milhão que o governo municipal está fazendo nos festejos de São Pedro. A população nota uma inversão de prioridades, já que a cidade tem serviços públicos precários, principalmente no que se refere à saúde e à educação.
Segundo os participantes do ato desta quinta-feira, o que tem chamado bastante atenção é o apoio de pessoas idosas aos protestos. Muitas delas estenderam bandeiras brancas nas janelas de suas casas e saudavam os manifestantes. Cerca de 30 policiais militares acompanharam a manifestação, que transcorreu em clima de paz.
Um novo ato em Ipiaú foi programado para a próxima terça-feira, 25, em frente à Câmara Municipal. A intenção dos organizadores é entregar um documento contendo reivindicações aos membros do legislativo.
 

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cel foto artigoCelina Santos | celinasantos2@gmail.com

Muitas são as razões para que cada brasileiro se sinta representado no ato de protestar – e motivado a engrossar o coro do descontentamento. Obviamente que de forma pacífica, para tornar ainda mais legítima a indignação.

A Copa das Confederações segue com todas as bilionárias pompas exigidas pela Fifa, mas as imagens que ganharam o mundo são outras: o “país do samba e do futebol” mostra que já não cabe simplesmente “quebrar” e “descer até o chão” ou aplaudir os geniais dribles de Neymar. Porque essa é a nação da fantasia.
Na vida real, os brasileiros decidiram – com protestos a se agigantar por todas as regiões – que passou o tempo do show alienado de corpos sensuais sem qualquer tipo de questionamento. O grito de “vem pra rua, vem” revela a necessidade sufocada de subverter a dita ordem, para fazer os governantes verem que não cabemos mais na moldura do “lugar dos sonhos”.
Entre as tantas cenas emblemáticas dos protestos, teve especial notoriedade a de milhares de manifestantes ocupando a marquise do suntuoso Congresso Nacional. Ao tomar aquele espaço, aonde era proibido ir, o grupo parecia provar o quão hipócrita é o discurso da democracia. Afinal, o “povo”, ao menos até então, não exerce qualquer influência antes de serem tomadas as decisões mais relevantes.
Os policiais, que tantos excessos cometeram em nome de um suposto dever, certamente sabem que o efeito moral nada tem a ver com bombas atiradas sobre a multidão. Esse efeito se traduz, sim, em forma de salário digno – coisa que a maioria dos cidadãos não recebe. Manter a ordem é ver atendimento decente nos hospitais e postos – onde hoje costumam faltar até lençóis e esparadrapos.
Respeito aos cidadãos seria ver que o Estado investe para oferecer uma Educação (com E maiúsculo), ao contrário da falta de professores e de material didático suficiente para tais profissionais desenvolverem um trabalho de qualidade.
Moral é ter contrapartida de melhoria no serviço quando o transporte fica mais caro; é ver elevadores de acessibilidade funcionando de verdade, e não como meros enfeites. Mereceria até aplausos constatar que os passageiros não precisam mais se espremer depois de amargar filas enormes à espera dos coletivos.
Motivo para festa seria a liberdade de ir e vir, como apregoa nossa Constituição, sem o pavor diário de perder a vida sob a mira de um revólver. Bonito seria testemunhar uma efetiva punição para aqueles que fazem escoar milhões pelo ralo da corrupção. E não assistir à vergonhosa tentativa de tirar do Ministério Público o direito de investigar e denunciar desvios.
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Robinson: democracia.
Robinson: democracia.

As manifestações populares ocorridas nos últimos dias no país demonstram o “amadurecimento da democracia no Brasil”, avalia o secretário estadual de Comunicação Social, Robinson Almeida.
Nesta quinta (20), Salvador recebe o seu primeiro jogo da Copa das Confederações (Nigéria x Uruguai). Segundo Robinson, a orientação do governo é que o direito de manifestação conviva com o direito das famílias de acessos ao estádios.
Ele disse esperar que a manifestação ocorrida ontem em Salvador, quando dez mil foram às ruas, seja o “modelo” nos protestos na capital baiana. “Esperamos que este seja o padrão de outras manifestações que estão agendadas”.

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Redes sociais foto pimenta
No protesto realizado em Itabuna na sexta, mobilização pelas redes sociais (Foto Pimenta).

Ilhéus também terá ato de apoio aos protestos realizados em São Paulo. Estudantes construíram a comunidade “Reúne Ilhéus” e, pelo menos, 460 pessoas estão confirmadas para participar de discussões relacionadas à qualidade do transporte público no município sul-baiano.

A programação do coletivo começa nesta segunda, às 14h, na praça do Teatro Municipal. Até o dia 20, estão sendo programadas atividades. Na quinta, a promessa é de ato público de apoio a proposta do passe livre e às manifestações em São Paulo.
As discussões na Bahia começaram por Itabuna, que promoveu o primeiro ato no dia 7 deste mês, quando cerca de 100 pessoas, entre estudantes e professores, foram às ruas da Avenida do Cinquentenário protestar contra a promessa de reajuste da passagem no município (de R$ 2,20  para R$ 2,50). Na última sexta, cerca de 200 participaram de novo movimento (relembre aqui).

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Jorge Barbosa, da CTB, cobra transparência e fim da caixa preta.
Jorge Barbosa, da CTB, cobra transparência e fim da caixa preta em Itabuna.

A qualidade do transporte público em Itabuna e o aumento da tarifa estão sendo questionados por movimentos estudantis e sindicais. Amanhã, às 15h, o DCE da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e o movimento Anel promovem caminhada em protesto contra o reajuste para R$ 2,40.
Hoje, a regional da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) promoveu ato na Praça Adami. A regional da CTB, entidade ligada ao PCdoB, cobra mais transparência e qualidade no transporte urbano no município.
Uma das reivindicações é que se abra a “caixa-preta” do sistema operado por duas empresas, a Expresso Rio Cachoeira e a São Miguel, em esquema de caixa único. Para a direção da CTB, “empresas de transportes urbanos que já atuam em Itabuna nunca se preocuparam em oferecer um serviço de qualidade”. Confira íntegra da nota no “leia mais”, abaixo.
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