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Os jornais Folha e Estadão publicaram matéria nesta quarta-feira, 20, afirmando que a Polícia Federal (PF) havia concluído pela ligação da pré-campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT) com as quebras de sigilos do Imposto de Renda de tucanos parentes de José Serra. A PF, entretanto, afirma que a investigação nada encontrou neste sentido (“não foi comprovada sua utilização em campanha política”).
Nesta tarde, o jornalista que pediu as quebras de sigilo, Amaury Ribeiro Jr, repetiu versão de que as quebras de sigilo foram pedidas para reportagem no jornal Estado de Minas. O objetivo era defender o então governador de Minas, Aécio Neves (PSDB) contra a turma do também tucano José Serra.
O caso, observa-se, seria mais uma briga interna do PSDB. À época das quebras de sigilo, setembro e outubro de 2009, o PSDB enfrentava uma guerra para decidir quem seria o candidato a presidente da República, se Aécio Neves ou José Serra. Na versão que seria a do repórter, o tucanato decidiu-se por Serra e, ai, a reportagem para defender Aécio não faria mais sentido. Abaixo, a íntegra da nota:
NOTA À IMPRENSA
Brasília/DF – Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:
1- O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3- A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4- As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5- Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação”.