A Bahia perde o apresentador Raimundo Varela || Foto Divulgação
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Morreu na madrugada desta quinta-feira (7), em Salvador,  o apresentador e radialista itabunense Raimundo Varela, de 75 anos. O comunicador estava internado numa clínica do bairro de Nazaré desde o final do mês passado. A causa da morte não foi divulgada pela família.

O corpo do apresentador Raimundo Varela será velado no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, a partir das 13h, e a cremação está prevista para as 16h. “A vida tem seus limites, descansou, a gente orou muito”, publicou o filho, Gel Varela.

Raimundo Varela Freire Júnior nasceu em Itabuna, no sul da Bahia,  no dia 30 de novembro de 1947 e mudou-se com os pais para Salvador ainda criança. Ele cresceu e no bairro de Periperi, no subúrbio da capital baiana.

TRABALHOU EM FÁBRICA DE CIMENTO

Antes de iniciar a carreira de comunicador, Varela trabalhou fábrica de cimento no CIA, dirigiu um clube social na Cidade Baixa e foi taxista. Atuou mais de 40 anos na área comunicação, levando informações diárias para milhares de lares de baianos.

Raimundo Varela acumulou passagens por rádios e pelas emissoras TV Band Bahia e Record TV Itapoan, onde estava atualmente e era apresentador Balanço Geral, programa criado por ele. Varela deixa sete filhos e uma legião de admiradores em toda a Bahia.

Plínio de Assis, goleiro da Seleção Amadora de Itabuna || Foto Arquivo/Walmir Rosário
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Plínio lembrava com emoção as partidas disputadas no velho campo da Desportiva, sempre lotada de torcedores. Talvez por isso, sempre lhe dava um friozinho na barriga quando entrava em campo.

 

Walmir Rosário

Plínio Augusto Silva de Assis iniciou no futebol amador de Itabuna jogando pelo Flamengo, por insistência do amigo e comentarista de futebol Yedo Nogueira. De início não se entusiasmou pelo convite, pois torcia pelo Fluminense, no Rio de Janeiro e em Itabuna. Convite aceito, ganhou o futebol da cidade, pela excelente qualidade do goleiro, que fez uma carreira meteórica e chegou à titularidade do selecionado itabunense, em 1960.

Titular absoluto no Flamengo, no selecionado alvianil Plínio de Assis era o reserva imediato de Asclepíades, junto com Luiz Carlos. Em 1960, ano do cinquentenário de Itabuna, finalmente assume a titularidade da seleção. Por muitos anos é convocado para a brilhante seleção, muitas das vezes alternado com o goleiro Luiz Carlos, de acordo com a escolha da comissão técnica do selecionado.

De temperamento calmo, Plínio sequer se abalou com um tiroteio durante uma partida em Ilhéus, e teve a tranquilidade de orientar seus colegas em campo, enquanto a briga corria solta e os tiros pipocando na arquibancada. Se fora de campo o clima era tenso, entre os atletas das duas cidades a rivalidade exigia muito para manter o controle, mesmo os atletas se esforçando para um clima sadio durante a partida.

E Plínio não abria mão de se preparar físico e mentalmente para os jogos realizados entre as seleções de Itabuna e Ilhéus. E dentre os cuidados tomados, treinar bastante e dormir cedo para ter um desempenho à altura. Ele sabia que as cobranças de dirigentes e torcida eram maiores em relação ao goleiro, por existir as possibilidades de partidas melhores ou piores, daí estar sempre preparado.

Mesmo assim, Plínio não se abalava com os resultados negativos, por estar consciente de que se tratava de possíveis falhas por contingência da prática esportiva. Na mesma partida em que poderia sofrer algum frango, também existia a possibilidade de fechar o gol com defesas inesquecíveis, como na disputa do tricampeonato contra a Seleção de São Félix, em 1962, um dos grandes jogos em que participou.

Como não existiam àquela época grandes técnicos com táticas de jogo mais elaboradas, Plínio ouvia com atenção as orientações do cirurgião-dentista Carlito Galvão, Costa e Silva e Gil Nery, que montavam as estratégias da equipe. Fora de campo, os técnicos davam o recado, dentro, uma meia-dúzia de jogadores coordenavam o time como um todo, de acordo com os acontecimentos.

Uma lembrança permanente de Plínio era a atuação de Didi na Seleção Brasileira contra a Suécia, em 1958, quando o jogador, após sofrer um gol botou a bola debaixo do braço e se dirige até o meio de campo, pede calma aos colegas e renova os ânimos. Na seleção de Itabuna quem fazia esse trabalho eram Santinho, Tombinho e Abieser, além do próprio Plínio orientando os jogadores com sua visão privilegiada em campo.

E assim Plínio de Assis se manteve na Seleção de Itabuna até se sagrar tetracampeão, título inédito, ampliando em seguida para o Hexacampeonato Intermunicipal por anos seguidos. Era a época do amor à camisa, na qual os jogadores treinavam a partir das 5 da manhã, corriam pra casa para tomar café e se dirigirem para o trabalho. Era o sacrifício que compensava pelo amor e não pela remuneração profissional, como atualmente.

Mas o goleiro, além de bem preparado também tem que ter sorte. No campo da Desportiva, numa partida disputada contra a seleção de Muritiba, o atacante adversário cabeceou, Plínio foi vencido e levantou seu calcanhar como último recurso, conseguindo evitar o gol. Em outra partida, contra o Vasco da Gama, a Seleção de Itabuna perdia por 2X1. Delém estava com a bola na marca do pênalti e Plínio parte para a jogada. Delém chuta, a bola bate no seu peito e não entra.

E naquela época do futebol de craques a Seleção de Ilhéus era a maior adversária de Itabuna, até pela rivalidade criada entre as duas cidades, porém não se pode deixar de citar Muritiba, que fez um timaço e possuía grandes jogadores, a exemplo de Betinho, um grande goleiro. Estivessem ou não preparados, os jogadores da Seleção de Itabuna tinham que se superar nessas partidas.

Apesar do ditado de que não há favoritos num clássico, Plínio costumava dizer que existiam outros “ossos duros de roer”, a exemplo de Alagoinhas e Belmonte. E os jogos em Belmonte, então, eram famosos. E Plínio contava que certa feita, numa vitória importante, um político influente na cidade se postou no fundo do gol itabunense, com um revólver na mão, para evitar que as pedradas pudessem atingi-lo.

Mas após as partidas todas as diferenças eram superadas nas festas promovidas nos clubes dessas cidades. E no entender de Plínio, essa era a mística do futebol amador, paixão que não existe mais. E ele sempre dizia que o entusiasmo sequer mais existe até na Seleção Brasileira, quem sabe, pelo excesso de profissionalismo dos jogadores, tenha se transformado em apatia, o que não é bom para o esporte.

Naquela época, apesar de ainda ser uma cidade pequena, em número de habitantes, Itabuna possuía um campeonato amador de muita rivalidade, principalmente entre o Fluminense, Flamengo, Janízaros, Grêmio e o aguerrido Botafogo do bairro da Conceição. E Plínio ressaltava que uma partida de domingo na Desportiva era comentada a semana toda, antes e depois, despertando paixões nos noticiários das rádios e jornais, incentivando as discussões no trabalho, bares e praças.

E Plínio lembrava com emoção as partidas disputadas no velho campo da Desportiva, sempre lotada de torcedores. Talvez por isso, sempre lhe dava um friozinho na barriga quando entrava em campo. E para ele não era diferente se os adversários eram de Itabuna, Ilhéus, Salvador ou Rio de Janeiro. Eram jogos em que tinham que se superar das deficiências do preparo físico com um bom futebol. E era isso o que eles mais gostavam.

Plínio de Assis morreu em 16 de abril de 2019, em Salvador, onde morava, e foi sepultado no cemitério do Campo Santo, em Itabuna, no dia 17.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Tony Café relata os 20 dias de batalha contra a Covid-19
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O radialista e jornalista Tony Café fez um relato emocionante, nesta quinta-feira (29), sobre os dias de batalha para vencer o novo coronavírus. O locutor da Gabriela FM, de Ilhéus, contou que viveu momentos críticos, mas que hoje está melhor. Toda a família do jornalista foi infectada pela Covid-19.

Tony Café, que já está 20 dias fora do ar por causa das complicações da Covid-19, afirmou que até a criança de dois anos foi infectada pelo vírus. “Todo mundo aqui, em casa, contraiu a doença e foi tudo muito complicado. Houve a necessidade de ficar internado, sob observação médica. Fiquei uns quatro dias hospitalizado”, detalhou.

O jornalista relatou que, apesar dos poucos dias internado, é muito desesperador. “Porque você fica sem saber o que vai acontecer. Cansa muito, sente falta de ar. O organismo fica todo atrapalhado. Você fica desorientado. O psicológico fica lá em baixo, mas graças a Deus eu fui bem tratado no Hospital Calixto Midlej. Quero agradecer a todos os profissionais de saúde, do médico ao pessoal de serviços gerais. Toda essa rapaziada destemida”.

O profissional de comunicação conta que ficou admirado com o atendimento que recebeu no hospital. “O amparo foi uma das coisas que ajudaram a levantar o meu psicológico. Além do tratamento, esse carinho especial para com todos que estão ali, precisando de ajuda. Isso deu muita força e graças a Deus estou me recuperando bem. Ainda estou sob observação médica, tomando medicamentos, mas na segunda-feira, com fé em Deus, estarei fazendo o que mais gosto, que é trabalhar no rádio. Quero agradecer aos meus colegas de trabalho pela preocupação”, disse.

Tony Café tomou, no dia 7 de junho, a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Por isso, é provável que o estado de saúde do jornalista não tenha se agravado ainda mais. Pelo cronograma, em setembro ele deve receber a segunda dose do imunizante fabricado pela Oxford/Astrazeneca.

Sul da Bahia perde Odilon Pinto|| Foto Celina Santos/Diário Bahia
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Itabuna perdeu, nesta quarta-feira (13), um dos seus maiores comunicadores. Muito conhecido no sul da Bahia, principalmente pelos moradores mais velhos da zona rural, o radialista, escritor e professor Odilon Pinto faleceu aos 72 anos. Ele foi vítima de infarto.

Odilon Pinto Mesquita Filho era uma das pessoas mais queridas do rádio regional, tendo comandado, durante décadas, o programa de Fazenda em Fazenda, líder absoluto nas madrugadas e manhãs da Rádio Jornal. Mas também será sempre lembrado na área educacional. Ele lecionou em escolas públicas e faculdades de Itabuna, além da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Formado em Letras, doutor em Linguística, Odilon Pinto era de uma simplicidade impressionante. “Enquanto tem muita gente sem o título exigindo ser tratado como doutor, o mestre Odilon nunca teve essa vaidade. Em uma das aulas, eu tive a ousadia de falar: doutor, professor Odilon Pinto. Ele, educadamente, respondeu: só professor, Ailton”, recorda-se o jornalista Ailton Silva.

Era dedicado no que fazia e sabia transmitir conhecimento. “Eu tive a sorte grande de ter sido aluno dele no antigo Colégio Polivalente de Itabuna, no Curso de Técnico em Redator e, anos depois, no Curso de Jornalismo, na faculdade. Sempre tive um respeito enorme e a minha admiração será eterna”, afirma Silva.

Odilon não era apenas um comunicador espetacular e excelente professor, mas resenhista de primeira. “Certa vez, numa aula de Língua Portuguesa, focado em passar bem o conteúdo, Odilon lançou várias perguntas para a turma. Uma das indagações foi sobre a perda do trema, na palavra sequestro, quando o Acordo Ortográfico entrasse em vigor. A turma inteira e professor deram muitas gargalhadas quando uma colega, na resenha, disse que o sinal gráfico cometeria o próprio sequestro. Essa é só uma das muitas resenhas na aula dele”, conta o jornalista.

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Ramiro Aquino

O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo.

Alguns episódios recentes, e outros nem tanto, me inspiraram a escrever este artigo, que trata de um assunto de área onde atuo, no caso o cerimonial. Por definição e por tradição, cerimonial é um conjunto de normas de conduta e de comportamento em público ajustados por lei e algumas condições indispensáveis de etiqueta e de respeito às relações sociais, sejam no âmbito privado ou público.
Os últimos governos da Bahia, desde o longo domínio carlista (mais acentuado com Paulo Souto) aos dias hoje (quinto ano da gestão Wagner), têm dado demonstrações de uma truculência inimaginável quando se trata dessas relações. Nem ACM, reconhecidamente grosseiro em suas atitudes, tinha equipes do seu cerimonial ao nível do que já vimos e acompanhamos nos dois governos de Paulo Souto e no recente governo Wagner.
Como atuo na área, frequentemente sou contratado para realizar eventos que contam com a presença do governador. Aprendi, desde Souto, que é exigência na área governamental, usar o cerimonial do governo nas atividades em que o maior mandatário baiano esteja presente. Nada contra. Acho até um cuidado especial para que se preserve o governador e ele não sofra qualquer tipo de constrangimento. O que não é admissível é que o cerimonial do governo atropele as convenções sociais, a lei e as regras mais elementares de convivência, como nos exemplos a seguir.
O primeiro exemplo é positivo (para não dizerem que não falei de flores) e vem, imaginem, da cúpula carlista. Maio de 2000, inauguração do Jequitibá com as presenças do governador César Borges e do senador ACM. Uma semana antes o cerimonial do governo fez contato com o shopping pedindo o roteiro da solenidade. Como responsável pelo ato encaminhei o material para o governo, que o aprovou sem restrições apenas com uma exigência: que as demais autoridades e os anfitriões usassem traje esporte, já que o governador, o senador e sua comitiva, estariam assim trajados. O evento foi tranquilo.
Um segundo episódio foi no governo Paulo Souto. Inauguração da Fábrica Inaceres, em Uruçuca. Fui contratado para conduzir a cerimônia, mas adverti aos dirigentes da empresa que se o governador estivesse presente o cerimonial seria dele. Mas Paulo Souto não trouxe um mestre de cerimônia e sim um locutor de comícios, arrogante e mal educado, mal trajado e sem qualquer conhecimento de cerimonial. Por conta do seu despreparo deixou de chamar para o palanque o Embaixador do Equador, país sócio e investidor da Inaceres e, mais que isso, representante de um país estrangeiro. O avisei da gafe.  “E agora o que é que eu faço” perguntou-me, não tão arrogante como na chegada. “Assuma a culpa, peça desculpas e chame o homem”, respondi-lhe.
As mais recentes são dedicadas ao cerimonial do governo Wagner. Em 2009 a Santa Casa inaugura a nova UTI com a presença de Jaques Wagner. O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo (segundo consta um tenente coronel da PM), que não identificou a autoridade religiosa nem pelo anel, o colarinho clerical, a cruz peitoral ou pela mitra (chapéu), que os bispos usam. Ignorância pura.
Para encerrar a série de truculências fui convidado para conduzir a cerimônia de inauguração do SEST/SENAT. Novamente adverti: “o cerimonial será do governo”. Por se tratar de cerimônia padrão em suas inaugurações o roteiro que foi para as mãos do mestre de cerimônia governamental seguia esse padrão. Mas ele atropelou tudo: não exibiu o vídeo sobre a unidade, não leu um texto sobre o SEST/SENAT, não pediu o Hino Nacional. E mais: se armou uma trama para o prefeito Azevedo não usar da palavra, felizmente abortada pela pronta intervenção dos dirigentes do SEST/SENAT, Carlos Knitel à frente.
E mais: Wagner Chieppe, da Viação Águia Branca, um dos principais responsáveis pela vinda da unidade para Itabuna, ficou esquecido, em pé, sem qualquer gentileza, nem citação dos oradores, não fossem os pronunciamentos do prefeito Capitão Azevedo e de Carlos Knitel, que fizeram justiça, numa tarde de tantos equívocos protocolares.
Ramiro Aquino é cerimonialista, membro do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo, jornalista e radialista.

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Um evento com cerca de 150 profissionais convidados de veículos de comunicação da capital e do interior, dentre os quais o Pimenta na Muqueca, vai comemorar a edição de número 100 do programa Conversa com o Governador, nesta segunda, às 8h30min, no Hotel Pestana, em Salvador. O centésimo programa será lançado com a participação de Jaques Wagner, secretários estaduais e demais autoridades de todo o estado.

O evento ainda será marcado por homenagens a radialistas e ato de reparação à morte do jornalista Manoel Leal, ex-proprietário do jornal A Região, de Itabuna. A família do jornalista assassinado em 14 de janeiro de 1998 estará presente no evento. O ato de reparação foi uma exigência da Corte de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).