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Wagner refuta papel de articulação, que caberá a Berzoini (Foto Antonio Cruz/A.Brasil).
Wagner refuta papel de articulação, que caberá a Berzoini (Foto Antonio Cruz/A.Brasil).

O ministro da Defesa, Jacques Wagner, disse hoje (30) que, mesmo que seja convidado e assuma a Casa Civil da Presidência da República, o trabalho de articulador político do governo deve continuar com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.

“Acho que é isso que a presidenta [Dilma Rousseff] está buscando: a negociação política, não só com as duas Casas [do Congresso Nacional], mas com os governadores, estar a cargo do ministro Berzoini”, disse Wagner, cotado para assumir a chefia da Casa Civil no lugar do atual ministro Aloízio Mercadante.

Wagner explicou que não trabalha na condução da reforma administrativa e que o papel de ministro da Casa Civil é outro. “Eu vivi como articulador político quando a presidenta Dilma estava na Casa Civil e não houve nenhum tipo de esbarrão. Cada qual tinha sua missão, e na época o presidente Lula foi muito claro quanto a isso”.

Segundo Wagner, a Casa Civil tem a obrigação de normatizar e auxiliar na condução de programas prioritários, negociando, sim, com partidos da base e da oposição para facilitar as votações no Congresso. A articulação política tem uma função diferenciada, ressaltou.

O ministro disse, porém, que ainda não foi convidado formalmente, mas pode contribuir com sua boa relação com o Congresso. “Eu tenho essa fama de ser adepto do diálogo. As pessoas acham que há dificuldades nessa área e que eu possa contribuir. Mas não acredito que alguém seja o solucionador isolado, isso não existe. É um trabalho de equipe, comandado pela presidenta da República”, afirmou Wagner. Ele destacou que tem uma boa relação com as lideranças do PMDB, um dos partidos da base aliada ao governo.

No comando do Ministério da Defesa, Wagner disse que sempre tenta ajudar no projeto de governo. “São ministérios [Defesa e Casa Civil] igualmente importantes. As Forças Armadas são instituições centenárias. Não vou negar, se for formalizado o convite, vou cumprir minha missão, mas deixo a pasta com tristeza porque eu vislumbrava uma caminhada ainda com muita coisa a melhorar”, disse o ministro. Informações da Agência Brasil.

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Berzoini, à esquerda, visitou Itabuna para inaugurar sistema de fibras óticas (Foto Gabriel Oliveira).
Berzoini, à esquerda, visitou Itabuna para inaugurar sistema de fibras óticas (Foto Gabriel Oliveira).

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, esteve em Itabuna ontem (27), quando entregou ao município o sistema de fibra ótica do programa Cidades Digitais, do governo federal. O sistema permitirá a conexão de órgãos públicos e oferecerá pontos de acesso em banda larga para a população. O ministro visitou alguns órgãos e equipamentos municipais, como o Samu e a Ficc, onde foi recepcionado pelo prefeito Claudevane Leite e concedeu a seguinte entrevista ao PIMENTA.

BLOG PIMENTA – Ministro, como fica a situação do tesoureiro do PT, João Vacari, nesse contexto da Operação Lava Jato?

RICARDO BERZOINI – Esse é um assunto do partido. Eu, como ministro, tenho que tratar dos assuntos do ministério. Evidentemente, o partido tem um presidente muito atento à conjuntura nacional, que vai tomar a decisão que achar melhor para o PT.

PIMENTA – Em relação à democratização da mídia, uma luta de blogs e pequenos veículos de todo o país, como o senhor, como ministro, está tratando?

BERZOINI – Estamos tratando na forma de abertura de um grande debate. Estive ontem (quinta-feira, 26) na Câmara dos Deputados, discutindo o assunto com dezenas de deputados, quero discutir com a sociedade, com os blogueiros, com as rádios e TV comunitárias e educativas, assim como com os grandes grupos comerciais, que geram muitos empregos. Vamos discutir para saber que tipo de legislação atende ao povo brasileiro, porque isso é que é fundamental para as comunicações no Brasil. A Constituição tem artigos muito bem escritos, que na minha opinião não merecem nenhum reparo, nenhum tipo de emenda constitucional, que definem bem o papel da comunicação social e os direitos constitucionais do povo. O que é fundamental é verificar se as leis que estão abaixo da Constituição ajudam ou atrapalham o seu cumprimento.

PIMENTA – Qual é a posição do senhor em relação à regulamentação da mídia?

BERZOINI – Como é um tema muito polêmico, com muitas posições diferenciadas, precisamos abrir esse debate. O governo entra como fomentador, porque é um debate que já ocorre na sociedade. Temos o Fórum Nacional da Democratização das Comunicações, temos discussões em sindicatos, associações, entidades nacionais que fazem a discussão de qual seria a comunicação social ideal para o Brasil. Como ministro, quero, nesse momento, abrir mão de opiniões pessoais, para promover e coordenar esse debate para, de maneira democrática e transparente, sem atropelar o direito de ninguém, preservar o direito constitucional do povo brasileiro.

PIMENTA – Além de ministro, o senhor é um petista histórico. Como analisa o tratamento dado pela mídia ao PT e ao PSDB?

BERZOINI – Minhas opiniões, declaradas por décadas, mostram que defendo uma necessária isenção dos meios de comunicação, obviamente preservado o direito à opinião. Ou seja, opinião, qualquer que seja, é democrática, mas tem que haver um equilíbrio. Mas isso é um debate que tem que ser feito a partir de um marco regulatório. Não podemos expressar apenas opiniões pessoais e não levar em conta que para qualquer alteração temos que acumular alianças políticas na sociedade para construir um caminho que assegure a função social dos meios de comunicação. Eu tenho tranquilidade para dizer isso porque minhas opiniões são públicas, mas como ministro eu quero ser um agente de promoção do debate democrático.

PIMENTA – De que forma esse programa que o senhor inaugura aqui hoje ajuda na democratização da comunicação?

BERZOINI – A internet é uma das novidades dos últimos 25 anos em termos de democratização da capacidade de interligar as pessoas, de maneira totalmente nova, porque é pulverizada, interativa e principalmente porque, com um pequeno investimento individual, você tem acesso à rede. Agora, para que as pessoas possam usar a rede, o poder público precisa fomentar a expansão da infraestrutura. O programa Cidades Digitais, como o Programa Nacional de Banda Larga, como os investimentos que o governo fez na Telebrás, em fibra ótica em todo o país, assim como a nossa indução para que o setor privado invista, estão na direção de permitir que as pessoas se comuniquem. Ou seja, que haja, além de serviços públicos melhores, que além de melhor acesso a serviços privados, que as pessoas possam compartilhar suas opiniões como hoje fazem, através de redes sociais, através da interação direta, além da promoção de novos tipos de mídia. Os blogs são grandes novidades, as redes sociais também, e nós precisamos fomentar isso através da infraestrutura, para garantir que todo brasileiro tenha acesso ao sinal de internet com qualidade decente e preço razoável.

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Ricardo “Aloprados” Berzoini é daqueles petistas que quase sempre surpreendem ao abrir a boca (pro bem ou pro mal). Indagado pelo Terra Magazine sobre a possibilidade de dois palanques para a ministra Dilma Roussef na Bahia, ele não titubeou e jogou o amigo (?) Jaques Wagner na fogueira:

– (…) Eu acho que quem tem dois palanques pode até se fortalecer.

Berzoini é presidente nacional do PT, mas está bem mais preocupado com o cenário nacional e a eleição da ministra Dilma Roussef a presidente. Quem ri, de orelha a orelha, é o ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato a governador da Bahia. Ele já garantiu que apoia Dilma e a ela será oferecido mais um palanque. Se cuida, “Galego”.