Capela de Nossa Senhora Santana está ameaça pela erosão de rio || Foto Iphan
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Depois da publicação (aqui) de matérias (aqui) no PIMENTA mostrando a situação de ameaça em que se encontra a Capela de Nossa Senhora de Santana, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar as omissões quanto às reformas para a preservação do patrimônio histórico. A capela fica no Rio do Engenho, na zona rural de Ilhéus.

Com base em relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e relato do secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, o PIMENTA publicou, nos dias 30 de agosto e 11 de setembro, duas reportagens exclusivas sobre a situação em que se encontra a Capela de Nossa Senhora de Santana. A estrutura do prédio está ameaçada pela erosão do Rio Santana e falta de reformas e restaurações.

O MPF informou que, para instrução do inquérito, enviou ofício ao prefeito de Ilhéus ,Mário Alexandre,  e ao secretário de Cultura do município, Geraldo Magela, e aos representantes do Iphan e do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), para que prestassem esclarecimentos quanto às providências já adotadas.

“Existe uma preocupação real quanto à integridade estrutural da Capela de Nossa Senhora de Santana, bem como quanto à estabilidade do terreno circundante. Tais riscos podem levar a danos irreversíveis à estrutura e representar um risco imediato à segurança dos visitantes e da comunidade local”, reforça o MPF.

OS QUESTIONAMENTOS DO MPF

Aos gestores municipais, o MPF requisitou informações sobre as medidas adotadas para a preservação e a restauração da Capela de Nossa Senhora de Santana, descrevendo as ações para mitigar os riscos de comprometimento do bem tombado. Requisitou, ainda, esclarecimento quanto às medidas de incentivo à conservação do bem pelos proprietários da área em que está instalada a capela.

Já ao Iphan e ao Ipac, foram solicitadas informações sobre todas as comunicações feitas aos proprietários e a outros envolvidos na manutenção e conservação da capela, principalmente quanto à responsabilidade compartilhada, prevista na Política de Patrimônio Cultural Material (PPCM) instituída pela Portaria nº 375/2018/Iphan, informa o MPF.

Construída no século 16, em uma propriedade privada, a capela possui valor histórico e cultural, tendo sido tombada, em 1984, pelo Iphan e Ipac. É considerada a quinta mais antiga do Brasil.

Capela de Nossa Senhora Santana está ameaça pela erosão de rio || Foto Iphan
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  atestou, em visita a Ilhéus, a necessidade de intervenções de emergência para conservar a Capela de Nossa Senhora de Santana, localizada no Rio do Engenho, na zona rural do município. Ao PIMENTA, o Iphan disponibilizou relatório fotográfico elaborado pela arquiteta Laura Lima de Sousa. Especialista em Restauro de Arquitetura e Gestão de Restauro, a assessora técnica do Instituto visitou o sítio histórico no mês passado. A autarquia federal também emitiu esclarecimentos sobre a história da Igreja, tombada como patrimônio nacional desde 1984.

A ameaça da erosão do Rio Santana ao patrimônio histórico foi reportada em matéria recente do PIMENTA, com informações do secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, sobre a vistoria do último dia 21. No relatório, a arquiteta constata que a base da estrutura da Capela precisa de consolidação e reforço estrutural. A constatação acompanha a nona imagem do documento (veja abaixo).

Base da estrutura da Igreja precisa de consolidação e reforço, segundo Iphan

O relatório também corrobora a movimentação do terreno em direção ao Rio Santana, o que causou danos à base do cruzeiro de alvenaria construído em frente à Capela (imagem 10).

Relatório assinala movimento da terra sob o cruzeiro da Capela || Iphan

A movimentação do terreno foi observada nas quatro últimas visitas técnicas do Instituto. “Assim, é necessária a realização de obras emergenciais de contenção da área, cuja proposta de intervenção deve ser previamente aprovada pelo Iphan”, informou a Autarquia ao PIMENTA.

Qualquer intervenção deve ser precedida de diagnóstico e projeto estrutura feito por engenheiro estruturalista, acrescenta o Iphan. Serviços que demandarem escavações no terreno deverão ser acompanhado por arqueólogo e da respectiva Ficha de Caracterização de Atividade, conforme a Instrução Normativa Iphan nº 1/2015.

O relatório também aponta carência de serviços dentro da Capela, mas atesta que o piso e o telhado, por exemplo, apresentam estado regular de conservação.

RESPONSABILIDADE

Relatório também recomenda intervenções dentro da Capela || Iphan

O Instituto esclarece que a responsabilidade pela conservação das edificações tombadas é de seus proprietários e/ou responsáveis, devendo estes proceder às obras e serviços necessários, após a aprovação já mencionada. Atualmente, o imóvel pertence à família Maranhão. Maria Aparecida Maranhão Dias afirmou, em entrevista recente à TV Santa Cruz, que a família não dispõe de recursos para custear a reparação da Igreja.

No esclarecimento ao PIMENTA, o Iphan relembra que, em 2012 e 2013, executou obras emergenciais e serviços de restauração na Capela, no valor total de R$ 297.032,40. Segundo o Instituto, à época, a Igreja “apresentava péssimo estado de conservação e risco de arruinamento”.

Os serviços executados compreenderam: a substituição da cobertura; a revisão dos pisos e do barroteamento; a recuperação das alvenarias e esquadrias; a imunização dos elementos de madeira; a pintura geral do edifício; a revisão das instalações elétricas e hidrossanitárias; e a restauração das imagens sacras.

Nesse momento, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional não tem previsão orçamentária para reformar a Capela de Nossa Senhora de Santana. Ao PIMENTA, o secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, disse que a Prefeitura busca parceria para a elaboração do projeto estrutural. Os dois parceiros potenciais são a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Bahia Mineração S/A (Bamin), segundo ele.

CONTROVÉRSIA

Capela-mor do templo Católico || Iphan

O site do Iphan e o processo de tombamento da Igreja informam que ela foi construída no século 17. Pesquisadores locais divergem, a exemplo do próprio secretário Geraldo Magela, que é historiador e organizador informativo Engenho de Santana. Segundo o texto, o templo foi erguido ainda na primeira metade do século 16, em 1537. Considerando essa data, a Capela é a quinta mais antiga do Brasil.

Para o memorialista, fotógrafo e ex-vice-prefeito José Nazal (Rede), também ouvido pelo PIMENTA, é mais provável que a Igreja tenha sido construída depois, mas ainda no século 16. Ele informa que o inventário do governador-geral Mem de Sá, de 1572, já apontava a existência da Capela.

Sobre a controvérsia, o Iphan sustenta que não teve acesso a qualquer pesquisa demonstrando que a capela tenha sido construída no século 16. “Porém, é possível que estudos recentes tenham encontrado indícios ou documentos que confirmem tal tese”.

Capela de Santana é ameaçada por erosão de rio, afirma secretário || Foto Iphan
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A Capela de Nossa Senhora de Santana foi erguida no século dezesseis, na localidade hoje chamada de Rio do Engenho, zona rural de Ilhéus. Monumento mais antigo do município, é considerada a quinta igreja construída em solo brasileiro. Foi tombada, em 1984, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Agora, sua estrutura é ameaçada pela erosão do Rio Santana.

O risco ao patrimônio histórico foi tema da visita de técnicos do Iphan ao Rio do Engenho, no último final de semana, informa o secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, em entrevista ao PIMENTA. Perguntamos ao gestor se a erosão pode ser classificada como ameaçadora. “É uma ameaça, é um risco, sim”, respondeu.

Magela (de branco) e equipe recebem técnicos do Iphan || Foto Secult

Segundo Magela, em 2021, a Secretaria de Cultura alertou o Iphan e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) sobre o problema. O órgão federal solicitou ajuda ao município para encaminhar uma solução. O projeto de um muro de contenção foi elaborado pela Prefeitura, mas não estava adequado à arquitetura colonial, conforme parecer do Iphan ao governo.

Para fazer o novo projeto, a Secretaria busca apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e da Bahia Mineração S/A (Bamin), acrescenta Geraldo Magela.

DESCARACTERIZAÇÃO 

A capela pertencia ao antigo Engenho de Santana, que já foi patrimônio da família de Mem de Sá, terceiro governador geral do Brasil. Ali, no mítico ano de 1789, homens e mulheres escravizados se rebelaram, mataram o feitor e tomaram o engenho. Um documento histórico do levante é o tratado de paz em que os rebeldes estabeleceram condições para limitar a violência do modo de produção escravagista e exigiram direitos, como tempo livre.

De acordo com o secretário de Cultura de Ilhéus, o tombamento federal abrange a capela e a área contígua. “A gente quer preservar não só a igreja, mas também o entorno, que é onde funcionava o Engenho de Santana”, declarou Geraldo Magela.

Segundo ele, moradores da comunidade fizeram intervenções em espaços protegidos e questionaram a informação de que o tombamento também alcança o entorno da igreja. “A população dizia que eu estava inventando”. Para dirimir as dúvidas, o secretário publicou imagens do registro do processo do Iphan. Confira.

Área do Rio de Engenho tombada pelo Iphan
Capa do processo de tombamento
Trecho do registro do Serviço Público Federal

SOBRE A FUNDAÇÃO DA CAPELA

Ao PIMENTA, Geraldo Magela chamou a atenção para um erro no processo de tombamento, que data a Capela de Santana no século dezessete. Conforme o secretário, que é historiador, há divergências sobre a data exata da construção, se foi erguida em 1537 ou depois, mas ainda no século dezesseis.

Também consultado pelo site, o memorialista e fotógrafo José Nazal, ex-vice-prefeito de Ilhéus, confirmou a divergência sobre as datas e atestou que a igreja foi mesmo construída no primeiro século da invasão portuguesa. Segundo ele, o inventário de Mem de Sá, de 1572, assinala a existência da Capela. Atualizado às 18h02min para correção e acréscimo de informações.

Cândida, de preto, com Soane Galvão e os secretários estaduais Adélia Pinheiro e Bruno Monteiro || Foto Divulgação
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O Canal Sport Web Brasil desembarcou em Ilhéus na semana dos 489 anos da cidade para uma cobertura que inclui visita a atrações turísticas e o Festival de 50 anos do surf ilheense. Já nesta quarta-feira (28), a representante e apresentadora do canal, Cândida Navarro, conheceu o Rio do Engenho, sítio histórico com igreja tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional (Iphan).

“Nada melhor do que iniciar a viagem na Capela Nossa Senhora de Santana, a primeira de Ilhéus e uma das mais antigas do país”, derrete-se a apresentadora. Essa, segundo ela, é uma amostra do imenso potencial turístico de Ilhéus. “E estamos aqui pra desfrutar desse paraíso e mostrá-lo para o maior número possível de pessoas”.

Na visita ao Rio do Engenho, Cândida conversou com o prefeito Mário Alexandre (Marão) e a deputada estadual e primeira-dama Soane, Galvão, além dos secretários de Estado, Adélia Pinheiro (Educação) e Bruno Monteiro (Cultura). “Mostramos nosso trabalho”, resume a apresentadora.

Cândida Navarro chama atenção para os segmentos esportivo, cultural e gastronômico de Ilhéus. “As baías de Ilhéus podem receber provas de canoagem em cenários belíssimos, sem falar no surf, que será o foco de nossa cobertura a partir de sexta (30), às 19h, com a entrega do Oscar, no Teatro Municipal”. Também haverá torneio, no final de semana, na Praia Costa do Cacau, da lendária Pedra da Cachorra.

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Nossa Senhora Santana e São Joaquim recebem, desde a última semana, homenagens no povoado do Rio do Engenho, na zona rural de Ilhéus. As celebrações chegarão ao fim neste domingo (31), com a Festa Memorial.

A programação do último dia do evento começará às 5h, momento da alvorada festiva. Depois, às 6h, será a vez do Ofício da Imaculada Conceição. Às 7h, será feita a Oração do terço de Nossa Senhora.

A procissão náutica que integra o festejo chegará ao Rio do Engenho às 8h30min, antes da animação de louvor e da Santa Missa Campal, marcada para as 10h, em frente à histórica Capela do Engenho Santana. Depois, às 11h, o povoado será palco de uma procissão ao som da banda da Polícia Militar da Bahia.

A celebração tem apoio do Sebrae, Satélite Esporte Clube de Remo, Instituto Baía do Pontal-Ilhéus (IBP-I) e Prefeitura de Ilhéus.

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O trecho de 41 quilômetros da BR-251, que liga a zona sul de Ilhéus ao município de Buerarema, no sul da Bahia, foi aberto há cinquenta anos e nunca recebeu pavimentação asfáltica. Ao longo de décadas, comunidades que vivem às margens da rodovia reivindicam sua conclusão. Hoje (25), um novo protesto bloqueou a estrada na altura do Condomínio Sol e Mar.

Numa das faixas estendidas pelos manifestantes, lê-se pedido de socorro ao Ministério Público Federal e à Justiça Federal, referência à ação civil pública que, em 2011, cobrou que os governos federal e estadual colaborassem para a pavimentação da estrada. As duas esferas de gestão chegaram a assinar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 2013, mas o serviço nunca foi iniciado.

A BR-251 dá acesso às comunidade de Santo Antônio, Coutos, Rio do Engenho, Santaninha, Aderno e outras. As más condições da estrada, agravadas pelas chuvas frequentes da região, dificultam o escoamento da produção agrícola, atrapalham comerciantes e prejudicam o descolamento de estudantes da zona rural.

 

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Robson foi preso momentos após cometer o crime em Rio do Engenho || Foto PM-BA
Robson foi preso momentos após cometer o crime em Rio do Engenho || Foto PM-BA
Robson Figueiredo Oliveira foi preso, no final da tarde de ontem (31), por uma guarnição da Polícia Militar, após matar a própria esposa, Monique Brito de Souza. O crime ocorreu ontem à tarde, no Rio do Engenho, distrito de Ilhéus.

Monique foi morta a facadas. Conforme a polícia, moradores do distrito ainda socorreram a vítima. Ela foi levada numa lancha até a região central de Ilhéus, quando o Samu constatou o óbito da mulher.

Ao ser preso pela guarnição Peto 69 e levado para a delegacia de Polícia Civil, Robson confessou o crime, porém teria se negado a dizer o que o motivou a cometer a barbaridade.