O clima esquentou de vez na Câmara de Vereadores de Itabuna. O governista Ruy Machado (PRP) acionou sua metralhadora giratória e escolheu como alvo o trio Roberto de Souza, Clóvis Loiola e Kléber Ferreira. O presidente da Câmara, Clóvis Loiola, não mandaria na Casa. “Ele não tem comando, é irresponsável, um boneco”.
Para ele, quem de fato tem o controle do legislativo e age como presidente é o primeiro-secretário. “O vereador Roberto de Souza e o diretor Kléber Ferreira são os donos. Eu não posso admitir que essa casa tenha dois presidente. Porque o de direito [Loiola] é um boneco, conduzido pelo de fato”.
Ruy Machado chamou o trio de “irresponsável” e cutucou Roberto, que também é radialista. “Eu não tenho microfone pra estar em três programas diferentes vendendo uma imagem que não é verdadeira”.
Justificando não ter votado nem em Roberto nem em Loiola para a mesa da Câmara, também fuzilou a eleição antecipada, ocorrida no início do ano passado, que deu ao vereador do PR a presidência do legislativo itabunense, a partir de janeiro de 2011. “Foi uma eleição antecipada, imoral”.
O vereador sugeriu que há uma “lavanderia” na Câmara e atacou o bloco de oposição, integrado pelos vereadores Roberto de Souza, Wenceslau Júnior, Vane do Renascer e Ricardo Bacelar. “Quando eles pedem a CEI da Saúde e a do Lixo, eu asino. Mas quero assinar primeiro a dessa Casa. Não podemos exigir limpeza na casa dos outros quando a nossa é suja”, disse durante entrevista a Fábio Roberto, para o Pimenta.
A revolta do vereador governista se deu após o bloco de sustentação ao prefeito Capitão Azevedo encontrar a Câmara fechada nesta terça-feira. “Que o Ministério Público estadual pegue quem é a lavanderia dessa casa”, disse, sem apresentar provas da acusação, apenas acrescentando que se paga uma fortuna pela segurança do prédio onde funciona o legislativo, mas, apesar disso, a porta da Casa foi arrombada.
E quem arrombou a porta? Segundo vereadores, o “arrombador” foi o próprio presidente Clóvis Loiola, pressionado que foi por Azevedo. Este, exigia que a suplementação orçamentária de 60% fosse imediatamente votada, sob pena de servidores passarem o São João sem salário e a prefeitura ficar de cofres vazios. Houve estouro do orçamento bem antes do prazo. Como o diretor da Casa não estava, Loiola usou de métodos rudimentares para garantir a votação.
Por duas vezes, o Pimenta tentou falar com Roberto de Souza. Os telefonemas não foram atendidos nem o vereador retornou as ligações, o mesmo ocorrendo com o diretor de Recursos Humanos, Kléber Ferreira.