Secretário João Carlos Oliveira integra comitiva baiana no Salão do Chocolate de Paris || Fotos Daniel Thame
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O secretário de Agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira, destacou o protagonismo dos chocolates baianos no São do Chocolate de Paris, que começou no último dia 28 e terminará nesta segunda-feira (1º). Segundo ele, as iguarias produzidas com certificado de origem na região sul do estado competem em pé de igualdade com marcas de chocolate de todo o mundo.

“Temos os melhores chocolates, que podem competir de igual para igual com qualquer marca de chocolate do mundo. A gente precisa divulgar essas marcas do sul da Bahia, e nós, da Secretaria de Agricultura, juntamente com os órgãos organizadores do Festival de Chocolate, estamos à disposição para construir essa organização e essa divulgação, porque as marcas de chocolate que nós temos – são mais de cem marcas de origem – são um patrimônio da cacauicultura e, em especial, das pessoas à frente da produção de chocolate no sul da Bahia”, explicou o secretário ao jornalista Daniel Thame, que cobre o evento e envia conteúdos exclusivos ao PIMENTA.

FABRICANTES QUEREM “CASA DO CHOCOLATE” NO SUL DA BAHIA

João Carlos Oliveira disse que mantém diálogo com fabricantes de chocolate do sul da Bahia e uma das demandas do segmento é um espaço para concentrar a exposição das marcas com certificado de origem. A Secretaria de Agricultura trabalha para atender a solicitação dos produtores com auxílio das pastas estaduais de Trabalho, Emprego e Renda e de Turismo, por meio dos secretários Davidson Magalhães e Josias Gomes, respectivamente. “Nós estamos inteiramente à disposição, lá na Seagri, para interagir e buscar uma construção coletiva, sobretudo no âmbito de parcerias com o Governo do Estado”, assegurou.

Conexão abre mercado para o chocolate sul-baiano na Europa || Foto Daniel Thame
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Produtos de micro e pequenas empresas da Bahia estão sendo expostos no Salon du Chocolat, até esta segunda (1º), em Paris, na França, por meio do projeto Conexão Bahia Mundo, que tem como objetivo a internacionalização das pequenas empresas. A ação Sabores da Bahia é uma parceria da Federação das indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae).

Entre os produtos apresentados no estande do Brasil no Salon, com o apoio do Governo da Bahia, Governo do Pará e a Prefeitura de Ilhéus estão os chocolates sul-baianos Chor, Benevides, Baiani, Mais Cacau e Cantagalo.

Segundo Leilane Benevides, produtora dos Chocolates Benevides, em Itabuna, a fase é de conquista de novos mercados. “Estamos em fase de expansão da marca e esse projeto oferece condições de comercializar nossos chocolates na Europa, um mercado com imenso potencial de consumo”, disse.

De acordo com Maurício Manfre, consultor do Sebrae, o maior desafio das pequenas empresas nas exportações não é a parte operacional mas sim a parte comercial do processo. “Encontrar um potencial cliente, chamar sua atenção para seus produtos, negociar e conquistar uma venda é o grande desafio a ser vencido. O projeto em parceria entre a Fieb e Sebrae-BA tem foco específico nos processos de venda internacional”, afirmou.

Vilas-Boas defende tecnologia e experiência de quem produz para a virada no cacau e chocolate
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O médico e cacauicultor Fábio Vilas-Boas, ex-secretário estadual da Saúde, considera o investimento em tecnologias e a aposta na experiência de quem produz como receita para a Bahia conseguir avançar na produção de cacau e chocolate. Para ele, a história do cacau baiano está muito bem representada no Salão do Chocolate de Paris 2021, que começou na última quinta (28) e vai até a próxima segunda (1º).

Para Fábio Vilas-Boas, a balança comercial impõe o desafio de expandir o beneficiamento do cacau em solo brasileiro. “A gente precisa exportar a produção interna com o máximo de valor agregado, fortalecer a economia da região cacaueira e gerar empregos. Isso passa por ajudar a resolver a questão da dívida dos cacauicultores, assim como oferecer apoio técnico e financeiro para a modernização da lavoura”, aponta.

Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab), o Brasil produziu 757 mil toneladas de chocolate e exportou 29,6 mil toneladas do produto em 2020, com receita de US$ 100,6 milhões. Já as importações somaram 16 mil toneladas ao custo de US$ 114,2 milhões.

Marco Lessa coordena estande de expositores brasileiros no Salão do Chocolate de Paris
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O Salão do Chocolate de Paris é uma grande vitrine para o chocolate e outros produtos brasileiros na Europa, avalia o empresário Marco Lessa, que coordena o estande do Brasil no evento. Para ele, trata-se de um espaço privilegiado para aumentar a inserção dos chocolates finos da Bahia no mercado europeu.

“Nós temos as melhores amêndoas e agora estamos produzindo chocolate de alta qualidade, com embalagens bem elaboradas. O grande desafio é a comercialização, daí a importância de marcar presença no Salon, onde são fechados vários negócios”, argumenta Lessa.

Fundador da ChOr, fabricante de chocolates de alta qualidade, Marco Lessa organiza três dos maiores eventos da cadeia produtiva do cacau, o Chocolat Bahia, em Ilhéus, o Chocolat São Paulo e o Chocolat Amazônia.

MARAVILHAS DE DOBRAR A LÍNGUA

Chocolates brasileiros expostos no evento parisiense || Fotos Daniel Thame

O jornalista Daniel Thame cobre o evento, que reúne 105 expositores de 30 países e seguirá até a próxima segunda-feira (1º). Segundo ele, outros produtos baianos fazem sucesso na exposição, a exemplo dos cafés finos, biscoitos de tapioca, açúcar mascavo e geleias. Boa parte dos produtos baianos foram produzidos por cooperativas da agricultura familiar, que recebem incentivos do Bahia Produtiva, programa do Governo do Estado.

Na visita ao estande brasileiro, a francesa Gillyns Déborah experimentou barras de chocolate com 55% e 77% de cacau na sua composição. E dobrou a língua para resumir a experiência numa palavra: “Merveilleux”.

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Joelson Ferreira, do Terravista, em Arataca, no sul da Bahia || Foto Daniel Thame/GovBA

Chocolate produzido por assentados ganhou Paris

O Assentamento Terra Vista, criado em 1994, foi uma das primeiras áreas de reforma agrária no sul da Bahia, surgido no auge da crise provocada pela vassoura-de-bruxa, que dizimou 80% da produção de cacau na região. Hoje é exemplo de projeto de agricultura familiar com foco na sustentabilidade e na educação.
Com 910 hectares, sendo 300 hectares de cacau e 313 hectares de Mata Atlântica, o Terravista possui 55 famílias. Elas produzem cerca de 5 mil arrobas de cacau 100% orgânico, por ano. A produtividade alcança cerca de 70 arrobas por hectares, que, aliados ao cultivo de frutas, verduras e hortaliças, garantem uma renda média de 2,5 salários mínimos por família. Do cacau, 10% é destinado à produção do Chocolate Terra Vista, um produto premium que já foi apresentado no Salão do Chocolate de Paris.
“A produção de cacau e a conservação da natureza são práticas indissociáveis nesse novo modelo de desenvolvimento”, explica o coordenador do Terra Vista, Joelson Ferreira. “O cuidado com a terra, a melhoria das amêndoas a produção orgânica e um modelo educacional focado nas necessidades do setor rural estão contribuindo para que os assentados tenham uma vida digna, sem necessidade de migrar para as incertezas dos centros urbanos”, diz.
A educação é uma prioridade no assentamento. Funcionam no local o Centro Integrado Florestan Fernandes e o Centro de Educação Profissional Milton Campos. O primeiro oferece o Ensino Fundamental I e II e atende alunos de 11 municípios, enquanto o segundo oferece os cursos profissionalizantes de Agroecologia, Meio Ambiente, Agroindústria, Agroextrativismo, Informática, Zootecnia e Segurança do Trabalho, além de um curso de nível superior em Agronomia, com especialização em Agroecologia. Os universitários são oriundos de assentamentos de todas as regiões da Bahia.

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(Foto Marco Lessa).
(Foto Marco Lessa).

O Brasil participa de mais uma edição do Salão do Chocolate, em Paris, e leva para a capital francesa o fino do cacau e chocolate produzidos por aqui. O estande do país é o maior no principal evento mundial do chocolate.

A produção na Bahia e no Pará é destaque no espaço brasileiro. O salão reúne cerca de 550 expositores de várias partes do mundo. Começou hoje e vai até o próximo domingo (3).