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Estiagem no Almada afeta Almadina, Coaraci, Itajuípe e Itabuna (Foto Pimenta/Arquivo).
Estiagem no Almada afeta Almadina, Coaraci, Itajuípe e Itabuna (Foto Pimenta/Arquivo).

Seis municípios do sul da Bahia começam a enfrentar o mesmo drama de racionamento de água vivido pelos itabunenses desde o ano passado. Abastecidos pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Almadina, Camacan, Coaraci, Itacaré, Mascote e Uruçuca passam por restrição por causa da forte estiagem. Gerente do escritório regional da Embasa, Danilo Hugo Gomes diz que a ação é preventiva.

O Rio Ribeiro, principal manancial de Itacaré, secou e a captação é feita apenas no Rio Jeribucaçu. O abastecimento está sendo alternado, por áreas, em um dos principais destinos turísticos da Costa do Cacau. A restrição ocorre ainda em Mascote, desde fevereiro.

Coaraci também sofre. O manancial da Serra da Palha secou e a captação é feita no Rio Almada, cujo nível baixou acentuadamente e teve o fluxo interrompido em vários trechos. Danilo Gomes disse que, se a estiagem continuar, terá que recorrer a carros-pipas.

A situação é pior em Uruçuca, que depende do Almada. A captação é feita nos rios Serra Preta e Água Verde. O quadro em Camacan é parecido, pois o nível do Rio Panelão está muito baixo. O distrito de Panelinha está sendo abastecido com água levada à adutora a partir da sede municipal.

Na última segunda, o gerente da Unidade Regional da Embasa, Danilo Gomes, esteve reunido com o prefeito de Camacan, Arildo Evangelista, e vereadores para explicitar as medidas adotadas para garantir a continuidade do abastecimento.

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Estiagem atinge Itabuna desde o ano passado (Foto Martone Badaró).
Estiagem atinge Itabuna desde o ano passado (Foto Martone Badaró).

O governo da Bahia homologou o decreto do prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, que reconheceu estado de emergência em Itabuna devido à estiagem. O decreto municipal, de número 11.443, foi publicado no dia 2 de dezembro do ano passado.

Com a homologação, assinada pelo vice-governador João Leão, o município terá acesso ao apoio do Estado no âmbito de programas que  visam socorrer populações atingidas pela seca. A emergência também possibilita a dispensa de licitação em contratos relacionados aos motivos que justificaram o decreto.

O ato do governo baiano terá vigência pelo prazo de 180 dias, retroativo a 2 de dezembro de 2015.

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Rio Almada sofre efeitos de 6 meses de seca na região cacaueira.
Rio Almada sofre efeitos de 6 meses de seca na região cacaueira.

Se Itabuna sofre com a água salobra em decorrência da estiagem, os moradores de distritos de Itajuípe e Coaraci, que margeiam o rio, sofrem  ainda mais. Tanto Itabuna como os dois municípios dependem do Rio Almada para o abastecimento de água. O nível do rio reduziu-se a nível crítico e em vários trechos não há vazão de água, assim como em sua nascente, em Almadina.

As fotos captadas na tarde deste sábado (16) em um pequeno trecho do Almada, em Sequeiro Grande, em Itajuípe, são desoladoras e comprovam que o fluxo de água em direção ao mar está integralmente suspenso.

As pessoas do distrito de Itajuípe somente se utilizam da água retirada em alguns poços para gasto, já que a decomposição de matéria orgânica – folhas, galhos de árvores etc – causa mau cheiro. O rio, com seus pequenos poços e filetes d´água, insiste em sobreviver.

O abastecimento à população somente tem sido possível por meio de carros-pipa. O cenário é mais drástico em Itajuípe, obrigada a suspender o abastecimento. Nos distritos, muitos lamentam que políticos e pretensos candidatos a prefeito da Velha Pirangi façam mercância de votos em troca de água potável para o consumo humano.

Uns míseros filetes d´água são alívio para moradores de Sequeiro Grande, em Itajuípe.
Uns míseros filetes d´água são alívio para moradores de Sequeiro Grande, em Itajuípe.

REFLEXO EM ITABUNA

A seca no leito do Rio Almada tem reflexo direto no abastecimento em Almadina, onde a população protestou contra a Embasa por falta de água, Itajuípe e Coaraci, além de Itabuna.

Para se ter ideia, cerca de 600 litros de água por segundo eram captados do Almada para abastecer Itabuna. Hoje, a Emasa praticamente interrompeu a captação em Rio do Braço, em Ilhéus, dependendo apenas da captação em Castelo Novo, onde a maré afetou a qualidade da água, elevando os níveis de cloreto e tornando-a salgada.

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Seca em Sobradinho desnuda trecho alagado com a barragem (Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil).
Seca em Sobradinho desnuda trecho alagado com a barragem (Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil).

Edwirges Nogueira | Agência Brasil

O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão

Trecho da música Sobradinho, de Sá e Guarabyra

Do alto, quem vê a barragem de Sobradinho encontra imensas tubulações que se estendem lago adentro e conectam a água do reservatório a um canal. A obra, implementada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), é uma ação emergencial para evitar o desabastecimento do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho. Criado em 1984, o perímetro tem 23 mil hectares divididos entre pequenas, médias e grandes empresas nos municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Casa Nova, na Bahia.

“Essa é uma situação emergencial em que a gente não pode tomar uma decisão nem tão antecipada, porque não temos certeza sobre a chuva, nem tão tardia. Nós ficamos nesse dilema sobre qual o momento certo de arregaçar as mangas, mas parece que acertamos”, diz o gerente de empreendimentos de irrigação da Codevasf, Carlos Pinheiro. Devido ao baixo nível de Sobradinho, há um risco de que o canal de aproximação destinado ao perímetro irrigado não consiga mais captar água.

A obra consiste na instalação de dez bombas flutuantes para pegar água em um ponto mais profundo de Sobradinho. A água passará pelas cinco linhas adutoras e seguirá, por meio de um canal de 2,4 mil metros construído à margem do lago, para distribuição aos produtores. “O São Francisco é nosso pai e nossa mãe. A fruticultura está visceralmente ligada ao rio. Se o rio falhar, temos um efeito dominó”, compara Leonardo Cruz, engenheiro civil responsável pela fiscalização da obra.

Estima-se que a fruticultura irrigada no Nilo Coelho gere 45 mil empregos diretos e indiretos e mais de 400 mil toneladas de alimentos por ano – uma produção de R$ 1,1 bilhão anual. Com a construção do canal e instalação das bombas, mesmo que Sobradinho chegue a 0% de seu volume útil, será possível contar com os cerca de 6 bilhões de metros cúbicos de água que constituem o volume morto.

O QUE FAZER E QUANDO FAZER

O empresário Sílvio Medeiros também ficou no limiar entre o que fazer e quando fazer para evitar prejuízos na sua fazenda. Ele produz uva e manga em 600 hectares no perímetro irrigado. Quando percebeu que o baixo volume de água em Sobradinho poderia afetar sua produção, providenciou a compra de equipamentos para a instalação de uma adutora. “Em maio, percebemos que o nível do lago estava muito baixo comparado a anos anteriores. Foi um momento de pânico.”

Graças à chuva que vem alimentando a nascente do Velho Chico, a quantidade de água em Sobradinho vem aumentando, mas ainda lentamente. Segundo o boletim diário de acompanhamento da Bacia do São Francisco, divulgado pela ANA, a capacidade do reservatório estava em 1,98% no dia 23 – vinte dias antes, o volume do lago estava em 1,11% de sua capacidade.

Segundo o Inmet, neste mês, até o momento, choveu 200 milímetros na cabeceira do rio. A média histórica de dezembro é 300mm. “A perspectiva é boa. Espera-se que ocorra chuva em janeiro, mas não deverá ser suficiente para suprir o déficit dos reservatórios. Vamos torcer para que esse período chuvoso esteja dentro da média histórica”, aguarda o meteorologista Claudemir de Azevedo.

Com a chegada de água nova, o canal do perímetro irrigado segue captando recursos suficientes para os produtores. “Temos perspectivas de que o nível do lago estabilize, mas não é uma situação confortável para os próximos anos”, explica Carlos Pinheiro. Estima-se que a vazão afluente de Sobradinho (água que entra no reservatório vinda da nascente do rio) esteja em torno de 1.200 m³/s. No mesmo período de 2000, a vazão chegou a 1.800 m³/s.

Confira a íntegra do especial em Agência Brasil.

 

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chuvaHoje, o sol apareceu um pouquinho mais tarde que o habitual – e entre nuvens – neste dezembro de calor inclemente em Itabuna, após madrugada que registrou a primeira chuva consistente dos últimos 140 dias no município.

Confirmando as previsões da meteorologia, choveu por volta da 0h30min. Às 2h18, um alívio para a terra seca. Choveu mais forte, porém por cerca de oito minutos. Suficiente para aplacar os vários focos de incêndio ou queimadas de lixo pela cidade.

O forte calor dos últimos meses deu lugar a uma leve brisa no início da manhã, acompanhada de uma garoa, por volta das 6h. Alento para estes dias áridos e que o comércio já entra no ritmo mais frenético de uma reta final de período natalino.

De acordo com o Climatempo, a previsão é de sol com muitas nuvens nesta segunda (21) em Itabuna. Pode chover em torno de 17 milímetros hoje.

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Rui Costa em audiência com Vane e representantes de Itabuna (Foto Pedro Moraes).
Rui Costa em audiência com Vane e representantes de Itabuna (Foto Pedro Moraes).

O prefeito Claudevane Leite disse hoje (14) que o governador Rui Costa se comprometeu a auxiliar o município de Itabuna em ações para amenizar os efeitos da longa estiagem no sul da Bahia. Os dois se reuniram em audiência no final da tarde da última sexta (11).

Durante a audiência, Rui assegurou, segundo Vane, envio de carros-pipa, pessoal da Embasa para cooperação técnica para implantar nova adutora em Castelo Novo (Ilhéus) e recuperar bombas hidráulicas.

O Estado também assumirá os custos de contrato de risco com empresa que bombardeará nuvens para acelerar chuvas no sul da Bahia.

A contratação da empresa para nucleação (bombardeamento) de nuvens será feita em regime emergencial pela Casa Civil do Estado. O custo divulgado para este serviço é de R$ 180 mil.

Da audiência também participaram os secretários estaduais Bruno Dauster (Casa Civil) e Josias Gomes (Relações Institucionais) e o vice-prefeito Wenceslau Júnior, além do deputado Davidson Magalhães e os presidentes da Emasa, Ricardo Campos, e da Câmara de Vereadores de Itabuna, Aldenes Meira.

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Motobombas instaladas para captar água no Cachoeira, que atinge nível crítico.
Motobombas instaladas para captar água no Cachoeira, que atinge nível crítico.

Decreto publicado no Diário Oficial do município declarou situação de emergência em Itabuna por causa da forte estiagem. O ato do prefeito Claudevane Leite cita as dificuldades para captação e distribuição de água potável nas estações localizadas nos rios Almada e Cachoeira. O município implantou sistema de rodízio para abastecer os mais de 219 mil moradores.

Com a decretação de situação de emergência, será possível mais rapidez na chegada de ajuda do Estado e União para custear alguns serviços essenciais. Porém, será necessário que os governos da Bahia e Federal reconheçam a situação para liberar ajuda.

O Decreto de Situação de Emergência, que tem validade de 180 dias, autoriza as autoridades administrativas e agentes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) a providenciar a captação de água em propriedades particulares urbanas e rurais para distribuir à população. Fica autorizado também o uso de equipamentos particulares para atendimento ao abastecimento d’ água às instituições e estabelecimentos de saúde.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Roberto Avelino, não há previsão de chuva pelos próximos 30 dias nas cabeceiras dos rios que abastecem os reservatórios itabunenses em nível necessário. Segundo ele, esse volume seria algo como 40 milímetros.

 

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Chuva castigou Itamaraju na última semana de dezembro (Foto Itamaraju Notícias/Arquivo).
Chuva castigou Itamaraju na última semana de dezembro (Foto Itamaraju Notícias/Arquivo).

Itamaraju, no extremo-sul da Bahia, e outros três municípios tiveram situação de emergência reconhecida pela Secretaria de Proteção e Defesa Civil Nacional. A portaria foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Itamaraju sofreu com intensas chuvas no final de dezembro.
Os demais municípios reconhecidos em situação emergencial foram Andorinha (estiagem), Ituberá (enxurradas) e Medeiros Neto (inundações).
Outros 22 municípios brasileiros também integram a portaria assinada na sexta e publicada hoje. O reconhecimento permite que estas localidades tenham ajuda do governo federal tanto no auxílio às vítimas como no repasse de verbas para execução de obras emergenciais.

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Como os nordestinos não encontram o amparo da Fifa para a copa do mundo de 2014, o jeito é esperar, mesmo no leito de morte, a ajuda chegar.

A célebre frase dita pelo engenheiro militar, jornalista e escritor Euclides da Cunha, afirmando que “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” não tem sido levada ao pé-da-letra pelas nossas maiores autoridades.
Para eles, o nordestino teria o dom da ressurreição ou da imortalidade. Certo que alguns nordestinos ostentaram e ostentam o título de imortal, concedido por algumas academias, inclusive a conceituada Academia Brasileira de Letras.
Talvez, quem sabe, vendo a longevidade do ex-tudo José Sarney, maranhense, e, portanto, nordestino, esse povo de Brasília confunda a assertiva de Euclides da Cunha lá em Canudos.
Essa confusão tem criado sérios problemas para os nordestinos que teimam em viver no polígono das secas (se é que ali se vive). De fome e de sede eles não morrerão, acreditam aquela gente que se instala na presidência da República.
Mas não é assim que a banda toca e a cada dia presenciamos o tratamento desigual proporcionado aos nordestinos. Mas se eles já ganham o Bolsa-família, que querem mais? Devem perguntar.
No balaio de bondade distribuído pela presidenta Dilma Rousseff para os nordestinos está a prorrogação das dívidas com os bancos, como se bastasse na próxima chuva “chover em abundância rios de leite e ribanceiras de cuscuz”.
Não é bem assim, dona Dilma, falta água para beber, tanto para as pessoas (gente, mesmo…) e os animais, que já foram considerados pelo ministro Magri (portanto de Brasília) seres humanos.
Falta comida, pois as plantações têm sido perdidas há anos, e agora nem mesmo semente existe para ser plantada. O nordestino pode ser um forte, mas com fome é difícil lutar. O nordestino também sente muita piedade e dor profunda de ver seus animais morrendo de fome, de sede.
E sabe o motivo, presidenta: Porque desde que Dom Pedro (os dois) eram monarcas que prometem acabar com a seca no Nordeste. E essas promessas passaram a ser feitas pelos presidentes desde que o império ruiu.
Se grande parte da criação morreu (gado, animais de monta e serviço, aves, etc.) foi por falta de ração, do simples milho que a Conab não teve a competência de transportar.
Mas a culpa é creditada na simples licitação para o transporte. Como os nordestinos não encontram o amparo da Fifa para a copa do mundo de 2014, o jeito é esperar, mesmo no leito de morte, a ajuda chegar.
Tivesse o apadrinhamento da Fifa, não precisaria licitação, como para construir e reformar estádios, aeroportos, dentre outros equipamentos para mostrarmos aos gringos a partir da copa das confederações.
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Do Correio
O governador Jaques Wagner decretou situação de emergência em áreas de 214 cidades baianas, em decisão publicada no Diário Oficial do estado deste sábado (9). O motivo da emergência nos municípios listados é a estiagem.
Com o decreto, todos os órgãos estaduais podem participar de ações para reagir à estiagem, ajudando os municípios na reabilitação. O prazo do decreto é de 180 dias a partir de hoje. Confira a lista dos municípios clicando no “leia mais”.
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Foco de incêndio entre Lençóis e Palmeira (foto Jornal da Chapada)

A estiagem na região da Chapada Diamantina traz prejuízos à economia de dezenas de municípios. Além de comprometer a agricultura, a seca tem permitido o surgimento de vários focos de incêndio, que ocorrem principalmente em Lençóis e Palmeiras. De acordo com o site Jornal da Chapada, turistas registraram ontem (11) uma grande quantidade de focos entre esses dois municípios.
Uma dona de pousada informou ao site que o combate ao fogo é feito de modo precário, com a participação de brigadistas e voluntários, mas sem equipamentos eficazes para debelar os incêndios.
Em 2008, o fogo destruiu cerca de 75 mil hectares do Parque Nacional da Chapada.

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O Pimenta conversou há pouco com a deputada estadual Fátima Nunes (PT), que se revela bastante preocupada com a falta de chuvas na região nordeste da Bahia. Em municípios como Adustina, Paripiranga, Coronel João Sá e Jeremoabo,  já estão comprometidas as plantações de milho, principal cultura nesta época do ano.

Segundo a deputada, os produtores terão necessidade de socorro do governo para amenizar as perdas.