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Luís Sena

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O Banco do Brasil registrou em 2009 um lucro contábil de R$ 10,148 bilhões. Isso dá aos números da instituição financeira uma alta de 15,3% na comparação com igual período do ano anterior. Segundo dados da consultoria Economática, o resultado é o maior da história bancária do Brasil, superando o ganho Itaú/Unibanco, que lucrou R$ 10,06 bilhões em 2009.

Até aí, tudo certo. Isso significa que, na visão empresarial do BB, está indo muito bem. Contudo, do ponto de vista daqueles que são até citados pelos dirigentes como seu maior patrimônio e principal responsável pelo sucesso, os funcionários, a situação é outra.

Nós funcionários convivemos com o assédio moral, desrespeito à legislação, pendências de negociações e, principalmente, um clima de falta de perspectiva. Sem falar que o lucro chama atenção, mas na hora da divisão com os funcionários, através da participação nos lucros e resultados, a partilha do bolo é totalmente desproporcional.

Quanto ao atendimento aos clientes, a situação é gravíssima. O Banco do Brasil apresenta o maior lucro da historia, mas impõe aos clientes e usuários um atendimento que deixa a desejar: filas enormes, falta de funcionários e a imposição de uma filosofia empresarial bradescalizada.

No momento dessa comemoração eufórica, é necessário repensar este modelo. A sociedade brasileira quer bancos oficiais fortes e lucrativos, porém, que cumpram sua função social e respeitem seu corpo funcional, clientes e usuários.

Luís Sena é funcionário do BB e diretor do Sindicato dos Bancários de Itabuna.