Fachada da sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador || Foto Divulgação
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A União dos Municípios da Bahia (UPB) emitiu nota técnica apontando, ao governo federal, necessidade de urgência na compensação das perdas acumuladas pelas prefeituras de todo o país no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A nota aponta nova queda do FPM no comparativo do primeiro decêndio de outubro com igual período do ano passado. O repasse previsto para ser creditado amanhã (10) é de R$ 4.105.735.394,17 ante R$ 4.734.550.242,07 em 2022. A queda atinge 13,28%.

“Diante da acentuada queda em mais um repasse, a União dos Municípios da Bahia (UPB) chama a atenção da sociedade, do Governo Federal e do Congresso Nacional para a inviabilidade econômica das gestões municipais. As sucessivas quedas dos recursos impacta negativamente na manutenção de serviços públicos à população, prejudicando o funcionamento das prefeituras”.

ATRASO NOS PAGAMENTOS

Para fazer frente à queda no repasse do FPM em 2023, aponta a UPB, metade dos municípios precisou cortar pessoal para reduzir custos nos últimos meses. Na Bahia, reforça a nota da entidade, o Fundo é a principal fonte de receita para cerca de 80% dos municípios. Baseada em levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a nota observa que a queda no repasse tem levado a atraso no pagamento de pessoal e de fornecedores.

“Enfrentando uma crise financeira gravíssima, os municípios cobram do Governo Federal a urgente recomposição das receitas do FPM, conforme o Projeto de Lei Complementar 136 aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, sendo que aguarda sanção presidencial. Do mesmo modo, os prefeitos entendem como fundamental a redução dos juros e ações que estimulem e retorno do crescimento econômico para que esse possa repercutir positivamente nas receitas municipais”, encerra a nota.

Julio Gomes escreve sobre intolerância política e religião || Fotomontagem Jornal da USP
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Se fomos expulsos de algum local de culto, de forma explícita ou sutilmente, oremos por aqueles que assim fizeram e procuremos outro local mais adequado para vivenciar nossa religiosidade.

Julio Gomes

Estas eleições disputadas em 2022 foram diferentes de tudo quanto já se viu no Brasil e deixaram marcas profundas na sociedade brasileira e em cada família, nas empresas, nas amizades e até mesmo nos meios religiosos, que também sofreram com a agressividade e a radicalidade presentes na disputa, de onde ninguém saiu ileso.

Falando especificamente do exercício religioso e de suas instituições, encontramos relatos de inúmeras pessoas que simplesmente deixaram de frequentar a igreja ou local de culto, ou o espaço litúrgico onde exercia sua religiosidade, fosse este ou aquele.

Mais frequentes ainda são as notícias de afastamentos internos entre pessoas de uma mesma religião, a ponto de não quererem mais trabalhar juntas nem mesmo se relacionarem, como amigos ou como simples companheiros de um mesmo ideal.

Esses fatos merecem uma reflexão mais aprofundada.

Alguns argumentam que não toleram mais olhar para companheiros de fé, sobretudo cristãos, sabendo que estes desejam para as outras pessoas a prisão por motivos políticos, a tortura, a morte, a mais dura repressão ditatorial. Que desejam que trabalhadores percam seus direitos. Que indígenas e negros não tenham nenhum tipo de política pública de compensação voltada para si. Que a polícia mate, como ação fundamental e primária, e que as pessoas sejam reduzidas em seus direitos humanos.

Outros dizem que não querem de forma alguma se relacionar com pessoas que defendem o aborto, que destroem a família por meio de suas ideologias, que pregam a desordem e o comunismo, que aceitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que normalizam o uso das drogas e que pregam a desordem sexual, moral e a destruição de toda a ordem social.

Com isso, cavou-se um fosso profundo em muitas instituições religiosas, templos evangélicos, igrejas católicas, centros espíritas, sendo tal atitude, algumas vezes, tristemente incentivada pelos próprios diretores destas instituições.

Não desejo entrar aqui no mérito do que cada um pensa do ponto de vista estritamente político. Não menosprezo nem retiro a enorme importância desta discussão, que é, sim, necessária. Mas desejo prosseguir sob outro ponto de vista.

É fundamental que as pessoas não se afastem de Deus nem de sua religiosidade, aconteça o que possa acontecer, tomem os outros as decisões que tomarem. Nossa relação com Deus é personalíssima e íntima, não deve passar pelo crivo social de ninguém, embora o exercício litúrgico, frequentemente, seja coletivo.

Sobretudo se somos cristãos, cabe exercermos a disciplina e a tolerância, a humildade de sabermos que, mesmo com todas as nossas convicções, não somos donos absolutos da verdade. Cabe vermos que todos somos humanos e cheios de erros, falhas, equívocos, e que, sem fé e compreensão mútuas, sem tolerância e sem amor ao próximo, não iremos a lugar algum.

E se, por acaso, fomos expulsos de algum templo, igreja ou local de culto, de forma explícita ou mais sutilmente, oremos por aqueles que assim fizeram e procuremos outro local mais adequado para vivenciar nossa religiosidade, pois inaceitável mesmo é que nos afastemos de Deus, do exercício da fé e das boas obras. Isso, nunca!

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

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A sociedade moderna passou, na maioria das vezes, a olhar o livro pela capa e a alimentar uma espécie de corrida, a de quem mais rápido opina.

 

Rosivaldo Pinheiro

Sempre que posso, pinta uma inspiração ou por pura inquietação, venho aqui dividir (com aqueles que gostam), um pouco do meus olhares, vivências e curiosidades. No último texto, falei sobre amenidades, trouxe à discussão o fato de não mais fazermos escolhas nos ambientes virtuais, especialmente nas redes sociais, dado o direcionamento que recebemos através do algoritmo.

Hoje, quero falar sobre outro comportamento, que vem sendo apresentado e facilmente observamos se massificar a cada novo dia: pessoas que só leem o enunciado das notícias, o cabeçalho, e, imediatamente, já passam adiante ou, instantaneamente, pautam uma discussão no Whatsapp ou travam um diálogo presencialmente sobre determinado assunto.

Essa celeridade aponta uma espécie de ansiedade e motiva exaustivos diálogos, com uma caraterística marcante: “muita informação e pouco conhecimento”. A sociedade moderna passou, na maioria das vezes, a olhar o livro pela capa e a alimentar uma espécie de corrida, a de quem mais rápido opina.

A marca desse tipo de comportamento é uma discussão desconexa e sem fundamentação ou conexão com o texto que serviu de base ao título. Por essa razão, percebemos que a maioria das conversas se perde da linha de diálogo e segue na direção de uma disputa de egos, não ajudando na formação e evolução do conhecimento. Torna-se um debate improdutivo.

Aqui não é uma crítica direcionada, mas um chamamento, a cada um de nós, para um agir permanente e não sermos tragados por esse comportamento, nos transformando em mais um nessa multidão. Vamos precisar de todo mundo nessa direção, a de refletir sobre o texto, seu contexto e fazer uma corrente oposta ao imediatismo. Esse é um tema que vem sendo estudado em todo o mundo. A gente precisa superar, em plena era moderna, os novos “Mitos da Caverna”. Não sermos rasos, nem chatos, nem permanentemente profundos, apenas fazermos uma troca: imediatismo por algo mais fecundo.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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Eu sou uma jovem como qualquer outra, reconheço as funções, brinco com os pesos, requebro com os problemas, mas principalmente não canso de abrigar esperança em todas as manhãs frias que as responsabilidades invadem o meu sono e me fazem acordar.

 

Juliana Soledade

Cumpro a sina de toda mulher, levantando bandeiras e edificando reinos. Não aceito as evasões que me moldam, não abrigo revoluções desnecessárias e vivo ignorando as verdades absolutas. Lido continuamente entre uma corda fina diante um penhasco pela dor, medo, alterações hormonais e a maquiagem escondendo as olheiras e o cansaço. Equilibro a fadiga entre algumas horas de sono e o trabalho em diferentes esferas ao longo do dia.

Brigo com o sapato que me machuca depois de seis, sete, dez horas de trabalho sem conseguir deixar os pés respirarem. Sou obrigada a puxar a saia rumo ao joelho quando alguma situação me deixa embaraçada. E quando envergonhadamente respondo que o pai não se importa com a filha ou não paga a pensão ainda escuto: “deveria ter escolhido um pai melhor”.

Enxergar os seios voluptuosos frente ao espelho, o corpo desenhado em um vestido e os lábios adornados de vermelho é contratar involuntariamente mudanças, inseguranças, adequações e cobranças pessoais, sobretudo sociais, que, em grande parte, não têm o menor cabimento.

Acordar todos os dias e se deparar com um mundo tão desproporcional é crer que o abrir de olhos tem uma necessidade absurda de vestir escondido a melhor armadura para sair vencedora ao repousar tarde da noite.

Em um mundo tão louco que a mulher deve cuidar da casa quando casada e dos filhos dado o divórcio, entretanto, a outra parte se aniquila da responsabilidade perante pai. E um acúmulo de funções fatigadas, porque, claro, a mulher deve se tornar invisível para prover, cuidar, manter, educar integralmente sem incomodar, exigir ou requerer aquilo que é de direito. Bem como, é sempre considerado um absurdo ao tentar se refazer na vida afetiva, equiparando muitas vezes a um crime sem possibilidades de recurso.

Digo isso depois de reiteradas vezes poder ver e sentir o quão complexo é lançar numa sociedade em que muitos papéis já estão definidos culturalmente entre as nuances do dia-a-dia e a necessidade de se impor de modo incansável para que minha filha tenha um mundo mais leve.

Eu sou uma jovem como qualquer outra, reconheço as funções, brinco com os pesos, requebro com os problemas, mas principalmente não canso de abrigar esperança em todas as manhãs frias que as responsabilidades invadem o meu sono e me fazem acordar.

Junto a isso, ainda é de extrema importância, abrir espaços para acolhimento a outras mulheres que carregam estigmas duríssimos em sua linhagem, como uma amiga que, após sofrer violência doméstica e ser quase morta pelo companheiro, precisa sobreviver nas alcovas do mundo para que o bom moço de família e com bons antecedentes criminais não consuma o seu delito e viva a sua liberdade em paz.

Ser mulher, meus caros, pode parecer bom, mas não é. Ser mulher é uma das coisas mais difíceis que Deus pôde inventar.

Juliana Soledade é advogada, escritora, empresária e teóloga, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito do Trabalho, além de autora dos livros Despedidas de MimDiário das Mil Faces e 40 surtos na quarentena: para quem nunca viveu uma pandemia.

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Um dia, de tanto cair na área, o juiz da vida marca um pênalti, você faz o gol e vira o jogo. E aí você entende que foi a sua queda prévia que te conduziu à vitória. Acredite.

 

Juliana Soledade

Por Deus, eu sempre ouvi isso desde que me entendo por gente. E, cá entre nós, acredito piamente que somos fundamentalmente imediatistas. Somos aliados às urgências, como se a vida fosse um disponível fast food 24 horas. Não fomos educados a saber aguardar e quando atingimos a fase adulta precisamos lidar com a ansiedade e a dura angústia de viver sem saber do futuro. Aguardar significa lidar com a dúvida constante sobre se os planos darão certos e se estamos ou não no caminho desejado.

No entanto, tudo nos carece de esperas. Um resultado de exame, a consulta no médico, o décimo terceiro salário, a posse no cargo público, a fila no hospital, o nascimento de um filho… Me conta, o que não precisa esperar?

Meu ritmo é frenético, calculado semanalmente para todas as necessidades serem atendidas. Fui criada a não deixar ninguém aguardando, que horários são sempre para serem cumpridos e, em contrapartida, eu também não aprendi a esperar. É uma corrida contra o tempo, o tempo inteiro e nem sempre ele está ao nosso favor. Uma corrida quase sempre de aprendizados, saber aguardar é o maior deles.

Enfrentamos dificuldades diariamente, desesperamos quando algo não acontece como se desejava. Engolimos medos e angústias sem externar para não sermos taxados de problemáticos. Contudo, quando contamos um sonho a alguém somos surpreendidos com um será que vai dá certo? E isso dá um nó na garganta, porque o sonho poderia estar sendo realizado hoje, agora.

Por que tanto conto de fadas para falar sobre a vida? A minha sorte começa cedinho, às vezes o dia nem acordou ainda, sigo engolindo sapos, aguento a porrada dos desacertos, caio, levanto e quase nunca aceito perder. Aprendo a ser resiliente, aguento críticas e sempre durmo tarde. A sorte acorda novamente no outro dia e continua tentando tudo dar certo. Uma sorte realista feita de muito suor e dor. Tentando todos os dias não ser tão imediatista.

A vida é cheia de surpresas, muitas não dependem das nossas ações. O máximo de controle que temos é sobre o hoje, o que posso ou não fazer agora, a pretensão por escolhas mais adequadas ou assertivas é o que podemos fazer. O amanhã é incerto e se nada der certo, tente. Tente mais uma vez, só por pirraça, por vaidade, por desencargo de consciência, por teimosia. Tente assim como eu não sofrer de angústia e ansiedade.

Um dia, de tanto cair na área, o juiz da vida marca um pênalti, você faz o gol e vira o jogo. E aí você entende que foi a sua queda prévia que te conduziu à vitória. Acredite. As palavras tem um poder imenso. Sempre tiveram. Sempre terão!

Juliana Soledade é advogada, escritora, empresária e teóloga, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito do Trabalho, além de autora dos livros Despedidas de Mim, Diário das Mil Faces e 40 surtos na quarentena: para quem nunca viveu uma pandemia.

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walmirWalmir Rosário | wallaw2008@outlook.com

 

Com a volta do regime de exceção – a ditadura militar –, nossos direitos e garantias individuais cairiam por terra e estaríamos expostos à vontade e ao furor de cada um dos “amigos do rei” com as injustiças chanceladas pela justiça.

 

Como ser humano, somos um animal gregário e buscamos viver em sociedade, o que implica numa série de regras a ser seguida para proporcionar uma convivência salutar. Esse é um princípio natural que devemos seguir como pessoas e mais ainda como cidadãos, por nossa obrigação assumida para com a sociedade em que vivemos.

Implícita nesta conduta está a obediência às regras preestabelecidas, a exemplo das normas jurídicas; da moral, de forma coletiva; e da ética, de maneira individual. Dentro desses princípios, a previsão de conflitos é muito pequena, pois a sociedade não pauta de forma retilínea, haja vistas as nossas visíveis diferenças.

Essa teoria seria importante caso transformada em realidade, o que a cada dia se torna mais impossível, dados os costumes de cada grupo da nossa sociedade. Os três princípios básicos estabelecidos e perseguidos pela Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – seriam, enfim, transformados de lema a fonte segura do direito de cada um.

Embora estejamos acostumados a ouvir os ensinamentos acima desde nossa infância, eles se tornam meras futilidades quando existem interesses contrários aos poderes dominantes. O que não se consegue conceber é que esses princípios basilares venham sendo desrespeitados sob variados pretextos, todos de interesses menores, justamente pelos que juraram obediência à Constituição.

A título de lembrança, frequentemente nos chegam notícias de pessoas e grupos conclamando a volta da ditadura militar para governar o Brasil, como se nosso país fosse uma simples república de bananas. Ora, se na democracia está ruim, não será num regime de força que a vida da população irá melhorar em todos os aspectos. Nos faltará liberdade, igualdade e fraternidade. Sem contar no desrespeito à Constituição.

Está lá no parágrafo 4º, do artigo 60 do texto constitucional: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”. Ora, essas cláusulas pétreas nada mais são do que uma garantia constitucional a valores que nos são por demais caros.

Se não quisermos olhar pelo ângulo do Direito Positivo – o que se acha escrito -, poderemos analisar esse tema através do Direito Natural – o conjunto de normas que já nascem incorporadas ao homem -, como o direito à vida, à defesa e à liberdade. Então, para que pregamos os valores do iluminismo se queremos o absolutismo, mesmo contrariando todo o nosso legado normativo?

Acredito que esses conceitos absolutistas defendidos por essas pessoas e grupos devam ser revistos com a máxima urgência, sob pena de incorremos em transgressão dos princípios filosóficos e na quebra do nosso ordenamento jurídico. De já, caso prevaleça a teoria absolutista, teríamos que transformar toda a nossa legislação numa imensa fogueira.

Com a volta do regime de exceção – a ditadura militar –, nossos direitos e garantias individuais cairiam por terra e estaríamos expostos à vontade e ao furor de cada um dos “amigos do rei” com as injustiças chanceladas pela justiça. O direito à vida, o maior bem do homem, passaria a ser considerado artigo de quinta categoria, e que dele poderia dispor os ditadores de plantão.

 

Quando falamos nas maravilhas do milagre econômico daquela época é preciso que saibamos distinguir crescimento de desenvolvimento.

Todas as sociedades são formadas por pessoas diferenciadas, o que torna a sociedade plural e cada um de nós poderá exercer o seu direito de pensar, agir e professar de acordo com o que lhe convêm, desde que assegurado o direito do próximo. Esse é o princípio natural da humanidade, defendido pela filosofia Iluminista, a quem a maçonaria participou de sua elaboração e tomou para si esses ensinamentos.

Na sociedade, cada um tem o seu papel e deverá desempenhá-lo de acordo com os preceitos estabelecidos. A grosso modo, o Poder Executivo administra; o Poder Legislativo fiscaliza e legisla; o Poder Judiciário julga. Se desvios são verificados, mudam-se os homens, preservam-se as instituições, como preceituam as normas legais.

E é nesse contexto constitucional que se encontra as forças armadas, cujo comandante em chefe é o Presidente da República. São os militares profissionais gabaritados em segurança, e assim devem ser, como todas as parcelas da sociedade. Não é a farda que o torna mais honesto ou preparado para governar um país e sim sua formação familiar, moral e ética.

Em todos os segmentos sociais existem os bons e os maus, os simplórios e notórios. Cabe a nós, cidadãos, sabermos escolher os nossos representantes, sempre avaliando pela sua capacidade e compromisso, retirando-o de nossa representação quando não mais merecer a nossa confiança. Alerto, entretanto, que para isso é preciso que antes de sermos partidários nos tornemos politizados.

Quando falamos nas maravilhas do milagre econômico daquela época é preciso que saibamos distinguir crescimento de desenvolvimento. E, para encerrar, recorro ao pensador iluminista Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Numa ditadura, ou governo de militares, como querem alguns, isso nunca será possível.

Walmir Rosário é jornalista, radialista e advogado.

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valéria ettigerValéria Ettinger | lelamettinger@gmail.com

 

Assim, se você quer presentear a pessoa que considera como mãe ou dizer-lhe o quanto a ama, faça quando o seu coração mandar e não apenas no dia que alguém, muito espertamente, criou para ganhar dinheiro.

 

Poderia hoje falar do trivial, do corriqueiro e dos clichês que norteiam o Dia das Mães.

Poderia falar da mãe maravilhosa que tenho e me ensinou muitas coisas. E uma coisa muito boa que ela me apresentou foi a existência das diferenças na vida.

Poderia falar da minha relação com meu amado filho, que me impulsiona para a vida todos os dias e com toda canseira do mundo me faz sentir o quanto sou amada.

Mas, como sou um ser político, quis mudar o discurso e tentar entender para que serve o Dia das Mães e para quem ele serve.

Nos últimos tempos, tenho me questionado muito sobre esses dias festivos e, ao me deparar com tantas diferenças e tanta complexidade social que vivemos, tenho feito a seguinte pergunta: Para que generalizarmos os dias e ou especificarmos se existem tantas mães que nem sequer podem ser mães ou tem o prazer de vivenciar esse dia?

Para que festa do Dia das Mães nas escolas, se as relações familiares, hoje, são tão complexas que nem o Direito consegue mais definir o que é família?

Quantas mães no Dia das Mães estão trabalhando para outras mães e nem sequer podem estar com seus filhos?

Quantas mães abandonam seus filhos à própria sorte, porque precisam sair para trabalhar cedo e quando elas voltam eles já estão dormindo, ou foram mortos, presos e ou estão nas sarjetas da vida?

Quantas mães perdem seus empregos por se tornarem mães?

Quantas mães sofrem violências na frente dos seus filhos e muitas delas morrem deixando-os órfãos neste mundo tão individual?

Quantas mães não recebem presentes porque elas são os chefes da família e o dinheiro que têm é apenas suficiente para alimentar os seus filhos?

Será que esses questionamentos são necessários? Nos últimos meses tenho ouvido dizer tantas coisas fantasiosas das mães mulheres que me pergunto para que serve o Dia das Mães.

Serve para um consumismo desenfreado? Para fazer com que as famílias consigam se perceber em um dia do ano porque nos demais não se enxergam e nem se escutam?

Serve para aprofundar mais o fosso social que vivemos porque muitas crianças não conseguem ter suas mães por perto e nem as mães conseguem ser mães, porque a elas não é dado esse direito, pelo contrário querem piorar a sua condição?

Quem de fato são as mães dos filhos das mães que dão entre três a quatro jornadas de trabalho e não são reconhecidas enquanto mães mulheres? E muitas ainda ouvem o seguinte som: Você não faz nada…

E os homens que são pães e não são reconhecidos como tais, porque o gênero é quem define os papéis e não o afeto, que é a condição maior para o equilíbrio do ser humano?

Penso que precisamos valorizar mais as pessoas enquanto regentes da vida humana, sejam elas em que condições estejam. E não apenas lembrarmos de sua existência como um meio de beneficiar terceiros ou para cumprirmos uma agenda de satisfação social.

Assim, se você quer presentear a pessoa que considera como mãe ou dizer-lhe o quanto a ama, faça quando o seu coração mandar e não apenas no dia que alguém, muito espertamente, criou para ganhar dinheiro.
Inclusive, como fizeram aqui no Brasil, parafraseando o nome de quem já morreu…

Valéria Ettinger é mulher e mãe.

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Bárbara AndradeBárbara Maria Fagundes Andrade

O novo lugar da mulher atual acabou por deixar espaço recaindo sobre os homens para que expressem um comportamento mais participativo e envolvente nos relacionamentos afetivos e familiares, o que vem contribuindo para o surgimento de uma nova concepção de masculinidade/paternidade.

O que é ser mulher? Que aspirações tem a mulher da atualidade? Que nova mulher é essa? O que a menina, agora, quer ser quando crescer? Mãe? Uma profissional bem-conceituada? Mulher maravilha? Quem é esta nova mulher que tem conquistado os corredores sociais?

Mês passado, ao assistir o programa Saia Justa, da GNT, a fala da atriz Maria Ribeiro chamou-me a atenção, pois a mesma indagava que só haviam explicado a ela o “lado romântico da maternidade” e que a maternidade não é de toda tão romântica assim, mesmo tendo tido uma experiência única com a chegada de seu primeiro filho.

Analisando a história da mulher ao longo dos anos, percebemos as grandes transformações significativas que ocorreram no modo como elas se posicionam no mundo. Observa-se, que a mulher de outrora não é mais a mulher da atualidade, essa nova mulher já não tem mais como aspirações primordiais: a maternidade, o sonho de ter uma família, cuidar de casa…. Agora elas querem e desejam suas realizações profissionais, embora ainda existam algumas mulheres que desejam, sim, ser mãe, mas não em primeiro plano, pois acabam priorizando suas profissões, como apontam algumas pesquisas e estatísticas. O que mudou? Será que mudou?

O movimento feminista (1960), novos arranjos familiares (família nuclear, família patriarcal, família homoafetiva, monoparental, etc.), Lei do Divórcio, advento da pílula anticoncepcional, dentre tantos fatores sócio-históricos ao longo dos anos, ajudaram nesse movimento de mudança do lugar da mulher em seus meios sociais, principalmente no familiar.

Consideramos o momento atual como um momento de transição, posto que, devido às inúmeras transformações por que vêm passando as sociedades modernas neste novo século, os antigos conceitos culturais de classe, gênero, etnia, raça e sexualidade, entre outros, que antes nos forneciam nosso lugar como indivíduos estão se fragmentando, acarretando também mudanças em nossas identidades pessoais, como por exemplo, que lugar de mulher não é na cozinha ou cuidando de seus filhos.

A perda dos antigos referenciais, que marcavam as antigas identidades sociais e individuais, vem levando os indivíduos a tentar buscar novos referenciais, inclusive aqueles que dizem respeito aos papéis de gênero. Vale lembrar que gênero aqui não se trata de sexo (masculino ou feminino), e sim o que o sujeito define ser ao longo de sua vida, seria um posicionamento social. Tais papéis, que antes eram muito bem estruturados, acabaram por incorporar formas plurais e fragmentadas de identificações, que caracterizam o sujeito contemporâneo.

A cultura patriarcal teve como um de seus efeitos o distanciamento do homem da cena familiar, composta basicamente pela mãe e seus filhos. Contudo, a nova mulher, que não é mais aquela mulher do lar e sim aquela que contribui para o sustento familiar, ou mesmo aquela que deseja e aspira por uma profissão e não por um casamento, veio quebrar a hierarquia doméstica e iniciar indagações referentes à autoridade paterna. No entanto, autores como Gomes e Resende (2004), alertam que “a mudança de hábitos não acompanha o ritmo da transformação dos valores” e, por isso, podemos observar que, não apenas a identidade feminina, mas também a masculina, transitam, no momento atual, por modelos tradicionais e modernos, sem que um, necessariamente exclua o outro.

O novo lugar da mulher atual acabou por deixar espaço recaindo sobre os homens para que expressem um comportamento mais participativo e envolvente nos relacionamentos afetivos e familiares, o que vem contribuindo para o surgimento de uma nova concepção de masculinidade/paternidade.

Hoje, embora ainda seja mais difícil para as mulheres assumir cargos de maior poder e prestígio, elas estão ampliando seu campo de atuação profissional e investindo cada vez mais em uma boa formação acadêmica, tentando alcançar, com isso, maiores e melhores oportunidades no mercado de trabalho.
É frequente vermos mulheres que desempenham verdadeiros papéis de Mulher Maravilha, pois estas, além de serem mães, são profissionais bem conceituadas, esposas/namoradas, amigas, filhas, líderes e por aí vai. Esta mulher da atualidade já não quer somente ser do lar quando crescer. Elas querem, sim, ser quem elas quiserem ser, “simplesmente mulher”.

Bárbara Maria Fagundes Andrade é psicóloga e especialista pela UFBA em Formação de Operadores do Sistema de Atendimento Socioeducativo.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Como tudo na vida, precisamos fazer uma seleção do que circula, participando ou reproduzindo conteúdos de acordo com os nossos valores pessoais e as repercussões e impactos sociais causados.

 

As cidades são espaços de conflitos em função do sem-número de desejos, necessidades e expectativas dos munícipes e das frustrações advindas do ordenamento legal imposto pelas administrações, bem como da não realização de intervenções justificada pela limitação dos recursos financeiros ou, até mesmo, por entraves burocráticos pertinentes ao processo da gestão pública.

A diversidade de pensamento em relação à organização do espaço das cidades é também uma das correntes que norteiam a vida dos partidos políticos, que acabam por atrair para os seus quadros os ativistas que buscam materializar para o dia-a-dia dos municípios as formulações que defendem. A razão de ser desse debate pode ser percebida nos diversos diálogos presenciais, ou através das mídias sociais; aliás, diante dos perigos impostos pela violência e da própria correria cotidiana, os encontros presenciais sofrem limitações e são cada vez mais substituídos pelas interações virtuais, embora na visão de muitos essa ferramenta imponha barreiras e bloqueie o calor humano necessário para criar laços.

As redes sociais têm sido cada vez mais o espaço convergente para os inúmeros debates a respeito das expectativas humanas em todas as áreas e direções; figuram também como uma espécie de mecanismo de auxílio para diversas outras necessidades do nosso cotidiano. São inúmeros os benefícios que poderíamos citar, embora coexistindo com as impurezas de conteúdo que encontramos também na grande rede. Como tudo na vida, precisamos fazer uma seleção do que circula, participando ou reproduzindo conteúdos de acordo com os nossos valores pessoais e as repercussões e impactos sociais causados.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

A grande maioria das vítimas é jovem, negra e vive nas periferias, sinalizando ao estado brasileiro necessidade de fazer investimento na geração de oportunidades para esse segmento da população.

 

Estamos experimentando um momento difícil da convivência humana, que não é um comportamento restrito ao nosso país. A intolerância tem sido manifestada mundo afora, basta uma rápida vasculhada na programação dos canais televisivos e radiofônicos ou uma rápida passagem na internet e nos impressos para percebermos o quanto de agressividade o ser humano tem produzido em todo o planeta.

O animal humano se diferencia dos demais pelo uso da racionalidade, mas parece que abriu mão desta ao agir de maneiras que nos rebaixam às últimas posições da cadeia alimentar, causando danos irreversíveis ao habitat e degeneração da nossa própria espécie. O ódio manifestado por alguns pode ser medido a partir das reações a simples opiniões postadas nas redes sociais, no confronto das torcidas opostas após grandes clássicos de futebol, das contradições e ataques oriundos do posicionamento político-ideológico, religião ou diferença de gênero.

Essa baixa na qualidade das atitudes humanas vai de encontro ao avanço do conhecimento e da própria expansão socioeconômica e tecnológica no pós-globalização. Esperava-se que o advento das aproximações culturais e a quebra das fronteiras físicas dos países possibilitassem uma nova roupagem na organização do homem. No entanto, por questões de intolerância, estamos assistindo um comportamento que nos redireciona à barbárie.

No Brasil, a face da violência pode ser melhor percebida observando os números de mortes por arma de fogo: foram mais de 45 mil mortes em 2014, segundo o levantamento feito neste ano (Mapa da Violência, Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), que também aponta que esse número tem crescido a cada ano. Nenhum conflito bélico hoje tem esse grau de letalidade. A grande maioria das vítimas é jovem, negra e vive nas periferias, sinalizando ao estado brasileiro necessidade de fazer investimento na geração de oportunidades para esse segmento da população, além de melhoria na legislação e investimentos na estrutura policial para o enfrentamento desse fenômeno que nos envergonha enquanto sociedade. Não podemos assistir passivamente, achando que não seremos atingidos.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Crescente número de mães sofre infinitas vezes, vendo o filho caído na teia da violência que arrebata jovens vidas para situações infelizes.

 

Homenagem às Mães deve ser todos os dias, mas o segundo domingo de maio convida a refletir sobre a incumbência natural de quem traz à luz a continuidade da espécie. Não seria demais dizer que mães de todas as espécies merecem respeito e consideração por igual motivo das mães humanas. Elas passam, também, pelos processos de concepção, gestação, parição e amamentação, após o que, a mamãe-bicho se desincumbe dos cuidados com o filho.

A mãe humana, porém, sente a verdade de que filho é para sempre, e que chegado à vida adulta encarna ele o velho adágio: filho criado, trabalho dobrado. É a vez da preocupação. Emancipado, o ser incondicionalmente amado é um pedaço da mãe, com liberdade para fazer o que quiser, sem pedir licença e consentimento.

Nesses tempos em que os perigos se acentuam, a mãe vê o filho emancipar-se sem a devida maturidade para lidar com os desafios que o meio impõe. Iludidos por companhias, também pueris, ou mal intencionadas, ou ainda por campanhas midiáticas que cobram dos adolescentes atitudes para as quais muitos ainda não estão preparados, eles acreditam em qualquer caminho apontado. Com o senso crítico em formação, o filho precisa conduzir-se com autonomia, frequentemente confundida com liberdade.

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Rosivaldo PinheiroRosivaldo Pinheiro

 

Precisamos disciplinar nossas rotinas para não nos isolarmos do mundo no aspecto das trocas de convivência, limitando nossa interação por conta do excesso de contato feito unicamente pelas redes sociais.

 

As tecnologias do mundo moderno criaram facilidades, tais como agilidade, proximidade e ampliação do leque de possibilidades profissionais, mas também possibilitaram diversos males. Num clique podemos destruir vidas; num impulso, permitimos invasões de privacidade, invadimos e nos expomos às vulnerabilidades do excesso de disponibilidade e de informações no espaço virtual.

Nos tempos em que eu iniciava a vida executiva, não existiam os mecanismos de hoje e por isso existia uma delimitação melhor de vida pessoal, trabalho e respeito aos mundos de cada indivíduo. O dia de trabalho geralmente terminava no local de trabalho, com exceções, obviamente. Mas não era regra, como corriqueiramente ocorre hoje, a extensão do horário e ambiente de trabalho nas residências, nos horários de folga.

Para além da liberdade proporcionada pela simultaneidade entre execução de tarefas e locomoção e agilidade nos feedbacks, os smartphones também roubam a atenção do que deveria ser prioridade, tais como o olho no olho, o tempo livre de preocupações para desacelerarmos a rotina e fazermos reflexões sobre nós mesmos e nossa estada no mundo… Atrapalham até quando o nível de amizade é medido pelo termômetro do tempo que levamos para responder uma mensagem no WhatsApp após visualizá-la.

Vivemos um novo tempo, novos paradigmas, e precisamos entender ou nos esforçar para proceder a adaptações a esse momento da vida em sociedade. Precisamos disciplinar nossas rotinas para não nos isolarmos do mundo no aspecto das trocas de convivência, limitando nossa interação por conta do excesso de contato feito unicamente pelas redes sociais.

Nada substitui o calor humano de um abraço, o olhar nos olhos e a sinergia da solidariedade presencial. Vivamos os benefícios da tecnologia sem nos esquecer de que ela foi pensada para nos propiciar soluções, e não para nos ambientar ao isolamento das emoções e nos transformar em consumidores compulsivos dos ambientes virtuais. Não nos esqueçamos de que todos os indivíduos têm e precisam do recolhimento familiar, do aconchego da casa e da necessidade de praticar o ócio, criativo ou não.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em planejamento e gestão de cidades.

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Coleta de assinaturas em Itabuna acontece no Shopping Jequitibá
Coleta de assinaturas em Itabuna acontece no Shopping Jequitibá

O Ministério Público Federal encabeça um movimento que propõe mudanças estruturais com o objetivo de fortalecer o combate à corrupção no Brasil. A campanha, intitulada “10 Medidas contra a Corrupção”, coleta assinaturas para a apresentação de um projeto de lei que traz inovações como o aumento das punições e a inclusão da corrupção que envolva altos valores no rol dos crimes hediondos.

Em Itabuna, os apoios à iniciativa são recebidos em um espaço do MPF instalado no Shopping Jequitibá. Para subscrever a proposta, o interessado deve ser eleitor e informar o número do título no ato da assinatura.

Para ser apresentado na Câmara dos Deputados, um projeto de lei de iniciativa popular precisa ser subscrito por pelo menos 1% do eleitorado nacional, espalhado por no mínimo cinco estados.

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Marcha das Mulheres Negras reuniu 4 mil pessoas (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil).
Marcha das Mulheres Negras reuniu 4 mil pessoas (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil).

A Marcha das Mulheres Negras reúne hoje (18), em Brasília, aproximadamente 4 mil pessoas em uma caminhada em direção à Praça dos Três Poderes, segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal. Mulheres de todo o país vieram à marcha para lutar contra a violência, a discriminação e o racismo, entre outras pautas como o reconhecimento das parteiras tradicionais e a defesa das terras quilombolas e indígenas.

“O que está acontecendo hoje não é uma manifestação de 2015, é uma manifestação histórica, por exigência de igualdade de gênero e raça. A gente sabe, a partir de dados de vários institutos de pesquisa, que a mulher negra é colocada num lugar de inferioridade”, afirma a estudante de geografia Tais Teles, 28 anos. Ela veio em uma caravana que trouxe diversos coletivos de mulheres do oeste paulista.

A deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) disse que se juntou ao movimento para lutar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215), contra a discriminação das mulheres negras no Sistema Único de Saúde (SUS) e a favor do reconhecimento das parteiras tradicionais.

“A mulher negra sofre na saúde, nos atendimentos do SUS. Os médicos não olham essas mulheres, principalmente os ginecologistas e obstetras. E a marcha também apoia o projeto das parteiras tradicionais, para regulamentar a sua atividade e definir um salário para essas mulheres que estão nas comunidades longínquas, onde nenhum profissional da saúde chega”, disse.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000 transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional a prerrogativa de demarcações das terras indígenas, quilombolas e de unidades de conservação.

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josé januárioJosé Januário Neto | netto_felix74@hotmail.com

 

É uma guerra civil velada. As polícias estaduais não mais lutam contra o insurgente ou subversivo. A guerra é declarada e desamparada pelo Estado e por autoridades que deveriam combatê-las.

 

 

Nos últimos meses, vivenciamos acontecimentos de extrema violência, principalmente contra o cidadão. Não obstante, nesse turbilhão está o policial militar que, como qualquer profissional, tem sua carga humana diária, o estress, o desvio de conduta, o descompromisso ou a abnegação ao serviço público.

Toda ação mal planejada, eivada de maldade com o intento de fraudar um outro crime, resultará em desdobramentos para toda classe policial. No pensamento popular, fica a ideia que a formação do profissional de segurança pública é ineficiente, precária e não surtirá o efeito desejado.

Perdurará por alguns anos para a minoria dos profissionais da imprensa que toda ação policial é semelhante às que eram cometidas na época da ditadura com repressão política. As polícias têm na atualidade, dentro das suas especificidades, cada uma a sua missão constitucional.

Às Polícias Militares cabe o policiamento ostensivo; as Polícias Civis, a investigação e persecução criminal; e a Polícia Federal, investigação de grande monta com conexões nacionais e internacionais contra a União, a sociedade, o cidadão e a ordem financeira. Já a Polícia Rodoviária Federal, a prevenção e fiscalização das rodovias federais e amparo às ações da Policia Federal e/ou Justiça Federal.

Dito isso, entraremos num tema que recentemente vem trazendo inquietude aos policiais de modo geral: a valorização da vida, seja ela qual for. Nas grandes mídias sempre é descoberto, mostrado, exibido policiais fraudando local de supostos confrontos, agressão verbal, abuso de poder e tortura. Não que a investigação jornalística tenha que sofrer retaliações e supressão em seu conteúdo a ser exibido.

A discussão é o valor da vida do policial. As polícias, como disse antes, órgãos diretos da administração pública, possuem corregedorias internas que incessantemente realinham, readequam aquele servidor faltoso à sua normalidade ou punirá com pena de demissão para casos mais gravosos.

No Estado da Bahia, vários profissionais de segurança morreram durante o ano de forma covarde. No Rio de Janeiro, um PM foi rendido, torturado, morto e arrastado cruelmente por toda a comunidade.

É uma guerra civil velada. As polícias estaduais não mais lutam contra o insurgente ou subversivo. A guerra é declarada e desamparada pelo Estado e por autoridades que deveriam combatê-las.

A repercussão da morte de um policial no país não tem o mesmo peso como qualquer outro cidadão ou indivíduo que viva à margem da lei. Pesa sobre os ombros do Homem da farda ou distintivo a obrigação em dar a vida pela sociedade.

Há uma subvalorização do seu esforço laboral e da sua vida, são os únicos servidores públicos que possuem o dever de morrer. Isso mesmo! Morrer para salvar terceiros. Não há meio termo.

É necessário valorizar e dignificar esses homens e mulheres, reprimir de maneira exemplar as ações cometidas contra os policiais. A morte de um agente estatal atinge a Democracia e todo o Estado brasileiro.

José Januário Neto (Soldado Neto) é policial militar e bacharel em Direito.