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O jornalista e escritor Daniel Thame, autor de obra-tributo a Jorge Amado, participou neste sábado, 20, de uma mesa redonda sobre o escritor grapiúna na Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Mediado pelo ator Jackson Costa, o debate teve também a presença da escritora americana Mary Ann Mahony.

A discussão, que durou cerca de duas horas e atraiu grande público para o auditório da Ordem do Carmo, girou em torno do tema “Jorge Amado e os contextos de Terras do Sem Fim e Gabriela”. Segundo Thame, foi um “mergulho na saga do cacau e no mundo mágico de Jorge Amado, que tornou o Sul da Bahia mundialmente conhecido”.

A Flica, que termina neste domingo, 21, reúne escritores do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Itália, Nigéria e Angola.

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Daniel Thame | danielthame@hotmail.com

A onda de violência que assola o eixo Ilhéus-Itabuna, com sete assassinatos no último final de semana, além do banho de sangue que eleva o índice de homicídios à estratosfera, acaba produzindo situações, digamos, inusitadas.

Tome-se, por exemplo, um assalto a ônibus ocorrido na linha Itabuna-Barro Preto.

Assaltos a ônibus, assim como furtos, roubos e arrombamentos raramente merecem registro, diante da profusão de assassinatos. As vítimas, muitas vezes, nem se dão ao trabalho de prestar queixa. É pura perda e tempo e chateação.

Mas o assalto em questão chama a atenção pela situação em que se deu, digna de entrar para o anedotário, não fosse o fato de que a explosão da criminalidade não tem graça alguma, muito pelo contrário.

O citado ônibus seguia sua trajetória normal junto à outrora pacata Barro Preto. Num determinado ponto, entraram três rapazes. Mais outro ponto e entram mais três rapazes. Simples passageiros nessa profissão onde, como na vida, tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.

(Um parêntese: em algumas linhas até o cobrador tornou-se dispensável. Sua função é acumulada pelo motorista. Isso, enquanto não inventam ônibus dirigidos por robôs).

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Daniel Thame | danielthame@hotmail.com

Felizmente, o Brasil é hoje um país de instituições sólidas e a proteção ao meio ambiente não é assegurada em reuniões realizadas no breu das tocas.

De pouco proveito para a sociedade é a radicalização do debate em torno do Complexo Intermodal, como ora ocorre na ofensiva de grupos tidos como ambientalistas, numa inusitada associação com a Rede Globo. Esta, que em tantas oportunidades se associou a grupos que conspiraram contra a democracia, apoiando integralmente e se beneficiando economicamente da ditadura implantada pelos militares de 64, os mesmos que rasgaram o coração da floresta no megalômano, caro e inútil projeto da Rodovia Transmazônica, esse monumento histórico de desperdício de recursos públicos e de agressões ao meio-ambiente.

O que preocupa é que, nessa radicalização, o debate perde em objetividade e ganha em preconceitos, mistificações e desinformação. Surge um comportamento de arquibancada, de torcida organizada, com desprestígio da razão e de uma análise séria. Criticam de maneira preconceituosa e carregada de xenofobia os “investimentos do Cazaquistão”, quando sempre festejaram as investidas dos EUA, para os quais o Brasil nunca passou de mero quintal da Casa Branca. É a essa gente que interessa um clima tão impróprio ao debate amplo e transparente, que deve ser focado no interesse regional.

As muitas reuniões onde o projeto do Intermodal foi explicitado ocorreram em campo aberto, em audiências públicas com a participação franqueada a todos os interessados. Há pelo menos três anos, autoridades do Governo da Bahia e do Governo Federal, inclusive o próprio ex-presidente Lula, têm vindo à região para falar sobre o projeto. Não houve omissão de informações, muito pelo contrário.

Por outro lado, grupos que se organizam para combater o projeto – com interesses nem sempre muito claros – vêm promovendo encontros fechados, para poucos. Quase todos os participantes desses encontros são de fora da Bahia e ligados a grupos que não atentam para as demandas relacionadas ao desenvolvimento do Estado. São privilegiados que desejam a Bahia como área recreativa de luxo, não importando que esta porção do território nacional sofra de uma crônica falta de infraestrutura, o que impede o surgimento de uma economia sólida e de oportunidades de geração de emprego e renda para sua população.

Curiosamente, algumas dessas pessoas altamente privilegiadas, que hoje se aliam à Rede Globo para combater o Porto Sul, são as mesmas que se juntaram no passado para atacar a democracia, exterminar a liberdade e garantir que os interesses da minoria aquinhoada desse País continuassem intocados.

Esse grupo tem a força no potencial financeiro e tende a jogar pesado com a mídia e formadores de opinião, como os artistas globais já convocados pela Globo para sair em defesa do “meio ambiente”. E quem é contra?

Felizmente, o Brasil é hoje um país de instituições sólidas e a proteção ao meio ambiente não é assegurada em reuniões realizadas no breu das tocas. Projetos como o do Porto Sul e outros do mesmo porte são submetidos a critérios rigorosos, que procuram minimizar o impacto ambiental. Existem regras e instituições fortes, como o Ibama e o Ministério Público, que analisam, fiscalizam e têm poder para barrar o empreendimento, caso o seu benefício econômico-social seja inferior às perdas para o ecossistema.

Não fossem tais critérios, o Porto Sul já teria obtido licença ambiental e as máquinas estariam em operação. Mas nem o fato dele ser um projeto que é fruto de uma decisão de governo implica na possibilidade de queimar etapas.

Tais condições são ignoradas por esse grupo de tão variados interesses (onde o que menos conta é o interesse da população do Sul da Bahia), que conspira contra o projeto logístico em busca de favorecer investimentos ligados ao turismo de alto luxo. Essa é a intenção, mas é melhor e politicamente correto maquiá-la como defesa do meio ambiente.

Daniel Thame é jornalista.

Artigo publicado nesta terça-feira (22), no Diário Bahia