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Vilma, Sara e Dilma são três das acusadas de tráfico de mulheres (Fotomontagem Pimenta).

Dez testemunhas de defesa de três envolvidas com o tráfico e prostituição internacional de mulheres foram ouvidas pela Justiça em Buerarema, sul da Bahia, na última sexta-feira (11). A quadrilha foi desarticulada em novembro do ano passado numa operação da Polícia Federal (relembre aqui).

Naquele dia, foram presas em Buerarema a escrivã Dilma Pinheiro, a Dilma do Cartório, Vilma Ferreira e Josselma Cardoso, a Selma da Sucata. Sara Pinheiro, filha da escrivã, foi presa quando desembarcava em Salvador. Todas foram denunciadas por tráfico internacional de mulheres pelo Ministério Público Federal, em dezembro do ano passado.

As testemunhas de defesa de Selma da Sucata, Dilma Pinheiro e Vilma Ferreira foram ouvidas pelo juiz da Comarca, Antônio Hygino, por precatório. As integrantes da quadrilha de tráfico internacional de mulheres estão presas no Conjunto Penal de Itabuna.

De acordo com as investigações da Polícia, Dilma, Vilma e Selma aliciavam as mulheres no Brasil e Sara era a responsável pela exploração das vítimas em Reus, na Espanha. Ela levava as vítimas para a Europa.

As mulheres eram levadas para a Espanha com a promessa de emprego em solo europeu. Ao chegar à cidade espanhola, eram obrigadas a fazer até 15 programas por dia, segundo a testemunha Lailim Gomes dos Santos.

No mesmo dia que a operação da Polícia Federal foi deflagrada, o PIMENTA localizou uma personagem que narrava todo o esquema de aliciamento e tráfico em Buerarema. Usando o codinome Patrícia Lima, a mulher afirma que a rede tinha a cobertura de um protetor poderoso.

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Uma personagem que se identifica como “Patrícia Lima” usou a internet para contar como funcionava o esquema de aliciamento e tráfico internacional de mulheres na região de Buerarema.
A quadrilha foi desarticulada nesta quarta (24) pela Polícia Federal, que chegou aos nomes de Sara Pinheiro, Dilma Pinheiro, Vilma Ferreira e Jocelma Cardoso. Sara é filha de Dilma e sobrinha de Vilma. Jocelma é amiga do trio. Todas estão presas (leia mais).
ABORDAGEM NO ORKUT
“Sara passa o dia todo olhando orkut das meninas de Buerarema e outros lugares e estudando o perfil [para] ver o quanto ganha com isso”, contra “Patrícia”.
Após analisar os perfis, Sara buscava aproximação com a “presa” e dizia que necessitava de alguém para ajudá-la em Reus, na Espanha, onde residia e trabalhava supostamente como telefonista.
Nas contas de “Patrícia”, Sara lucrava entre nove mil e dez mil euros por mês com o tráfico e exploração de mulheres. “Ela tem ajuda da mãe, da Vilma, da mulher de cá e de outras pessoas”.
TRAFICANTES SÃO “AMIGAS DO HOMEM”
A traficante teria levado cerca de 50 jovens para a Espanha nos quase oito anos de tráfico. As presas preferidas eram as jovens pobres com filhos ou sem estudos, “sem condições para se manter”.
Somente quando chegava na Europa, a vítima descobria que teria de pagar seis mil euros em supostas dívidas contraídas com Sara e as demais participantes do esquema.
Patrícia diz que as mulheres agem de forma ousada porque são “amigas do homem”. A Polícia Federal deverá trabalhar para descobrir quem é a autoridade que agia como protetora do esquema de tráfico e prostituição. “Patrícia” também afirma que a quadrilha agia sem temor porque “tem autoridade ao redor delas”.
15 PROGRAMAS POR DIA
A suposta vítima diz que havia um esquema de intimidação das famílias das vítimas do esquema de prostituição. Cada uma delas eram obrigadas a fazer até 15 programas por dia. Além de Buerarema, mulheres de Pau Brasil também eram aliciadas.