Vacina contra hepatite B é primeira a prevenir contra tipo de cãncer || Foto Dênio Simões/Agência Brasília
Tempo de leitura: 4 minutos

O vírus HBV, causador da hepatite B, é um antígeno silencioso, que pode demorar anos até ser notado pelo hospedeiro. Quando isso acontece, entretanto, muitas vezes o estrago provocado já resultou em uma cirrose ou um câncer de fígado. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, adolescentes e adultos, a vacina contra a hepatite B é a principal forma de prevenir essa doença, que pode ser transmitida sexualmente, pelo contato com o sangue e durante a gestação, da mãe para o bebê.

Infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi destaca que a vacina contra a hepatite B foi a primeira vacina contra algum tipo de câncer a ser disponibilizada, porque o vírus da hepatite B é o principal causador de câncer de fígado.

“A vacinação diminuiu drasticamente os casos de hepatite B e o risco de cirrose e câncer de fígado. Por isso, a vacina é importante. E por que na infância? Primeiro, a adesão na infância é mais fácil. Ela é feita com outras vacinas nos primeiros meses de vida e pode ser feita no berçário, assim que a criança nasce. E a resposta das crianças contra a hepatite B é de 100%, e, com a criança se mantendo saudável depois, essa proteção é para a vida toda.”

DESDE O NASCIMENTO

A hepatite B é frequentemente lembrada como infecção sexualmente transmissível (IST), mas a vacinação contra a doença após o parto é considerada fundamental para garantir que não haja transmissão do vírus da mãe para o bebê, o que é chamado na medicina de transmissão vertical.

Integrante do calendário do adulto e da gestante, a vacina contra a hepatite B deve ser administrada também nos bebês logo após o nascimento. O Programa Nacional de Imunizações, que completa 50 anos em 2023, recomenda que os recém-nascidos recebam essa vacina nas primeiras 24 horas de vida, e, preferencialmente, nas primeiras 12 horas, ainda na maternidade.

O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que essa agilidade garante que o bebê não seja contaminado pelo vírus da hepatite B, caso sua mãe viva com a infecção.

“Ao vacinar logo ao nascer, a gente elimina essa possibilidade, e, consequentemente, a de termos no futuro portadores crônicos deste vírus. Essa é a razão de se vacinar ao nascer”, explica Renato Kfouri.

Ele acrescenta que impedir a formação de um quadro crônico é também contribuir para o bloqueio do vírus.

O calendário vacinal da criança prevê que a proteção contra a hepatite B também se dá por meio da vacina pentavalente, que deve ser aplicada aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses. Além dessa forma de hepatite, a vacina previne contra difteria, tétano, coqueluche, e Haemophilus influenzae B, causador de um tipo de meningite.

Já a partir dos 7 anos completos, quando não houver comprovação vacinal contra a hepatite B ou quando o esquema vacinal estiver incompleto, a recomendação é completar três doses com a vacina específica da hepatite B, com intervalo de 30 dias da primeira para a segunda dose, e de 6 meses entre a primeira e a terceira. Essa recomendação inclui adolescentes, adultos e, especialmente, gestantes.

EFEITOS E EVENTOS ADVERSOS

A Sociedade Brasileira de Imunizações informa que, em 3% a 29% dos vacinados, pode ocorrer dor no local da aplicação. Já endurecimento, inchaço e vermelhidão acometem de 0,2% a 17% das pessoas.

O pós-vacinação também pode ter febre bem tolerada e autolimitada nas primeiras 24 horas após a aplicação, para de 1% a 6% dos vacinados. Cansaço, tontura, dor de cabeça, irritabilidade e desconforto gastrintestinal são relatados por 1% a 20%.

Eventos adversos mais graves que isso são considerados raros ou muito raros. Púrpura trombocitopênica idiopática foi registrada em menos de 0,01% dos vacinados, de modo que não foi possível estabelecer se foi coincidência ou de se fato tinha relação com a vacinação.

A bula da vacina contra a hepatite B também prevê uma frequência muito rara de anafilaxia em adolescentes e adultos vacinados, na proporção de um caso a cada 600 mil. Essa ocorrência é ainda mais rara ainda em crianças.

Veja mais clicando aqui.

Tempo de leitura: 5 minutos

Equipe da LGE pesquisa as causas da vassoura-de-bruxa há 20 anos || Antonio Scarpinetti

Manuel Alves Filho || JUnicamp
No final da década de 1980, o Brasil era o segundo maior produtor mundial de cacau. O país colhia cerca de 400 mil toneladas do fruto ao ano. O excelente desempenho da cacauicultura brasileira, porém, foi duramente afetado nos anos seguintes por causa da ação de uma doença denominada vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo de nome Moniliophtora perniciosa, que devastou inúmeras plantações. Atualmente, a safra nacional do produto gira em torno de 180 mil toneladas anuais, sendo que chegou a 120 mil toneladas no final dos anos 1990.
Desde que a vassoura-de-bruxa foi identificada, pesquisadores do Laboratório de Genômica e Expressão (LGE) do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp vêm desenvolvendo diversos estudos para tentar descobrir como o fungo atua, com o objetivo de combatê-lo. Recentemente, os cientistas deram um importante passo nessa direção. Eles descobriram um mecanismo usado pelo micro-organismo para “driblar” o sistema imune de planta, e assim infectá-la. O trabalho rendeu artigo que acaba de ser publicado pela prestigiada revista Current Biology, um selo da editora Cell Press da Elsevier.
De acordo com o professor Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, coordenador do LGE, a descoberta é resultado de quase 20 anos de pesquisas e da dedicação de centenas de alunos ao longo desse período, desde a iniciação científica até o pós-doutorado. “Tivemos um grande sucesso nessa empreitada. Descrevemos a vassoura-de-bruxa em detalhes e identificamos as vias metabólicas envolvidas na estratégia de ação do fungo. Também desenvolvemos métodos de manejo das plantas, em parceria com os produtores. Apesar desses avanços, ainda não conseguimos chegar a um produto ou processo que possa eliminar o micro-organismo. A partir de agora, com a identificação do mecanismo de ação do patógeno, estou convencido de que poderemos obter novos progressos”, considera o docente.
O que os pesquisadores do LGE descobriram é que o Moniliophtora perniciosa é bastante astuto e insidioso. Ele se vale de uma estratégia incomum para enganar o sistema imune da planta, como explica o biólogo Paulo José Pereira Lima Teixeira, que pesquisou o assunto em sua tese de doutorado. Atualmente, ele é pesquisador do Howard Hughes Medical Institute (HHMI), da Universidade da Carolina do Norte (EUA), e no próximo ano vai assumir a posição de professor assistente na ESALQ-USP. Dito de maneira simplificada, o mecanismo de ação do fungo funciona da seguinte forma. Micro-organismo e a planta estabelecem o que os especialistas qualificam de “frente de batalha”.Leia Mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

Campus da USP em São Paulo: universidade é a mais bem colocada (Foto Marcos Santos/USP Imagens).
USP é a mais bem colocada em ranking internacional (Foto Marcos Santos/USP Imagens).

Paulo Saldaña | Estadão
Um ranking internacional de ensino superior aponta quatro universidades brasileiras entre as 50 melhores do mundo em oito áreas do conhecimento – entre 30 citadas. O QS Quacquarelli Symonds University Rankings – organização internacional de pesquisa em educação – foi divulgado por áreas nesta terça-feira, 26, e mostra duas estaduais de São Paulo em destaque entre as instituições brasileiras: a Universidade de São Paulo (USP) e de Campinas (Unicamp). Mas nenhuma brasileira conseguiu figurar entre as “top 10”.
Os rankings tomam por base índices de citações de pesquisas, além de estudos de reputação. A área em que as brasileiras vão melhor é a classificada como Agricultura e Silvicultura. A Unicamp ficou como a 22.ª melhor do mundo na área, seguida por USP (27.ª) e Universidade Estadual Paulista (Unesp, 50.ª). A Unicamp ainda lidera entre as brasileiras nas áreas de Filosofia (42.ª) e História (34.ª). Na área de História, a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aparece em 42.ª no mundo.
No ranking mundial, a instituição com melhor desempenho foi a Universidade Harvard, que ficou em primeiro lugar em 11 das 30 disciplinas, duas a mais que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Leia a íntegra

Tempo de leitura: 4 minutos

Reprodução de matéria da Folha deste sábado.

As edições impressa e digital da Folha de São Paulo deste sábado trazem como um dos destaques matéria com ex-alunas da psicóloga Monica Serra. Elas relembram que a esposa do presidenciável José Serra (PSDB) narrou em sala de aula que cometeu aborto nos primeiros anos de casamento.
A reportagem afirma que tentou ouvir a esposa de Serra por 11 vezes (seis por telefone e cinco por emails), mas a assessoria da psicóloga disse que seria impossível responder. O caso de aborto foi confessado por Monica Serra numa aula na Unicamp em 1992.
Monica ficou conhecida nesta campanha como uma das supostas responsáveis pelas ondas de boatos e afirmou a eleitores cariocas que a petista Dilma Rousseff era a favor de “matar criancinhas”.
Filha da socióloga e tucana Majô Ribeiro, Sheila Canevacci Ribeiro expôs o caso no Facebook e disse à Folha que confirma “cem por cento” ter ouvido o relato de aborto da boca de Monica.
Sheila revelou o caso após, segundo ela, ver o presidenciável José Serra desrespeitar tantas mulheres [que cometaram aborto], a começar pela própria esposa Monica Serra na participação dele no debate da Rede Bandeirantes, no domingo, 10.
Uma outra aluna da psicóloga, exigindo o anonimato, disse ao jornal de São Paulo que a esposa de Serra afirmou ter cometido o aborto durante a ditadura, um período em que o casal estava vulnerável. Confira a íntegra da matéria clicando em “leia mais”.
Leia Mais