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A baixa procura por vacina contra o sarampo nas Unidades Básicas e de Saúde da Família está preocupando as autoridades de saúde de Itabuna. O município do sul da Bahia registrou menos de 30% de imunização em crianças, principal público alvo da campanha. O aparecimento de possíveis casos da doença também tem deixado Itabuna em situação de alerta.

A coordenadora da Rede de Frio da Secretaria Municipal de Saúde, Camila Britto, alerta quanto mais pessoas deixam de se vacinar, maiores os riscos do vírus voltar à ativa. Ela afirma que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que só nos dois primeiros meses deste ano os casos da doença aumentaram em quase 80% em todo o mundo ante o mesmo período do ano passado.

“É preocupante, porque o sarampo é uma doença infectocontagiosa e que pode ser prevenida com a vacina”, reforça. A coordenada da Rede de Frio acrescenta que a doença enfraquece o sistema imunológico e deixa o paciente mais suscetível a outros tipos de doenças, como pneumonia e diarreia, meses depois da infecção.

CAMPANHA

Camila Brito lembra que o Ministério da Saúde já tem uma campanha para atender os trabalhadores da saúde, como um público específico e crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos para corrigir essas lacunas vacinais.

A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza o imunizante em todas as Unidades Básicas de Saúde e de Saúde da Família. A dose gratuita pode ser aplicada de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas

“É preciso que pais ou responsáveis se conscientizem sobre a importância da segunda dose de reforço da tríplice viral, que protege não apenas do sarampo, mas também de caxumba e rubéola. Só assim será possível garantir o aumento do anticorpo e a eliminação do vírus em circulação em nosso município”, conclui.

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A vacinação já começou na Bahia

O Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (10), a nova Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. Nesta etapa, mais de 3 milhões de crianças e jovens na faixa etária de 5 a 19 anos devem se imunizar até o dia 13 de março. O Dia ‘D’ de mobilização será no próximo sábado (15). Na Bahia, a  vacinação já começou em municípios como Itabuna, Ilhéus, Camacan, Canavieiras, Coaraci, Ibicaraí, Itajuípe, Itacaré, Santa Luzia, Floresta Azul, Uruçuca, Ubaitaba e Pau Brasil.

Em 2019, 9% (526) dos municípios registraram 18.203 casos confirmados e 15 óbitos por sarampo, sendo 14 no estado de São Paulo e 1 em Pernambuco. Em relação aos casos, São Paulo também registrou o maior número de casos, 16.090 (88,4%) em 259 (49,2%) municípios, seguido dos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará.

Atualmente, nove estados mantêm transmissão ativa do vírus do sarampo, sendo que, em 2020, cinco estados já confirmaram casos: São Paulo (77 casos), Rio de Janeiro (73), Paraná (27), Santa Catarina (22) e Pernambuco (3). Não tendo ocorrido óbitos, até o momento. Os outros quatro estados (PA, AL, MG e RS) ainda não confirmaram casos em 2020, estando em monitoramento devido aos casos ocorridos em 2019.

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Brasil pode perder certificação contra o sarampo || Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil tem até fevereiro de 2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas áreas do país – sob pena de perder o certificado de eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016. O alerta foi feito pela assessora regional de Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira, durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, até 24 de setembro, foram confirmados 1.766 casos de sarampo, dos quais 1.367 no Amazonas e 325 em Roraima.
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (14) e em Sergipe (4).
Lúcia Helena de Oliveira lembrou que a Venezuela, de onde veio a cepa de sarampo identificada no Brasil, perdeu seu certificado de eliminação em junho deste ano.
CORRIDA CONTRA O TEMPO
O critério adotado pela Opas para conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram identificados no início do ano.
“Sabemos que os casos no Brasil são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e não produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.
Atualmente cerca de 4,4 mil municípios atingiram a meta de vacinação estipulada por meio de campanha, o que representa que aproximadamente 1,3 mil cidades permanecem com coberturas vacinais que deixam a desejar.
“As importações continuarão sendo uma ameaça permanente. A única forma de evitar a disseminação do vírus é obtendo coberturas vacinais acima de 95% em todos os municípios – não somente em nível de país”, ressaltou Lúcia Helena Oliveira.