TSE aplica punição pesada a coligação que questionou resultado das urnas
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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aplicou, na noite desta quarta-feira (23), multa no valor de R$ 22.991.544,60 à coligação Pelo Bem do Brasil, que lançou à reeleição à Presidência da República o candidato Jair Bolsonaro (PL).

Moraes entendeu que a requerente, além de descumprir determinação judicial, deve ser condenada por litigância de má-fé, uma vez que não apresentou “quaisquer indícios e circunstâncias que justifiquem a instauração de uma verificação extraordinária” em urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno das Eleições Gerais de 2022.

Na terça-feira (22), ao analisar requerimento da coligação, o ministro determinou que a requerente aditasse a petição inicial, no prazo de 24 horas, para que o pedido de verificação extraordinária passasse a abranger ambos os turnos das eleições 2022, sob pena de indeferimento. Contudo, o aditamento não foi cumprido pela parte. Segundo o requerimento, as urnas eletrônicas de modelos anteriores a 2020 não seriam passíveis de identificação, o que caracterizaria suposto mau funcionamento dos equipamentos.

De acordo com o despacho de Alexandre de Moraes, mesmo que a discussão pudesse ficar restrita ao segundo turno, “não haveria nenhuma razão para que o alegado vício ou suposto mau funcionamento de urnas eletrônicas – se existisse – fosse discutido apenas no que toca às eleições para presidente da República”. “Tudo isso é elementar e conduz, de modo absoluto, à inépcia da inicial”, destacou.

COMPROVADA MÁ-FÉ

Segundo Moraes, ficou comprovada a total má-fé da requerente ao apresentar pedido “ostensivamente atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e anti-democráticos que, inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e vias públicas em todo o Brasil”.

De acordo com o ministro, a documentação técnica acostada aos presentes autos demonstram que as urnas eletrônicas, de todos os modelos, são perfeitamente passíveis de plena, segura e clara identificação individual, uma a uma. “Os argumentos da requente, portanto, são absolutamente falsos, pois é totalmente possível a rastreabilidade das urnas eletrônicas de modelos antigos”, ressaltou Moraes.

O presidente do TSE ainda considerou fraudulentas as alegações de que teria ocorrido violação do sigilo do voto a partir do registro de nomes de eleitores nos logs das urnas e de que a discrepância de votação dada a candidatos à Presidência quando comparadas às votações somente em urnas 2020 com urnas de modelos anteriores poderia representar indício de fraude.

BLOQUEIOS E SUSPENSÃO DO FUNDO PARTIDÁRIO

Assim, o ministro indeferiu liminarmente a petição inicial da coligação Pelo Bem do Brasil por inépcia e pela ausência de indícios que justifiquem a sugerida verificação extraordinária. Além disso, ao entender pela condenação por litigância de má-fé, multou a autora em R$ 22.991.544,60, correspondentes a 2% do valor da causa, arbitrado em R$ 1.149.577.230,10, que equivale ao valor resultante do número de urnas impugnadas.

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Bolsonaro e Valdemar Costa Neto
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (8) que está quase tudo certo para sua filiação ao Partido Liberal (PL). À reportagem da CNN Brasil, ele disse que sua entrada no partido está “99%” acertada.

A informação foi corroborada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo ele, Bolsonaro confirmou a decisão hoje (8), em uma conversa por telefone.

Ainda conforme Valdemar, o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do Progressistas – partido com o qual Bolsonaro também negociava filiação -, já foi informado da escolha do presidente da República.

Sem legenda  desde 2019, quando deixou o PSL, Bolsonaro já foi filiado a outros seis partidos: PPR, PPB, PTB, PFL, PP e PSC.

NUNCA CRITIQUEI

Carlos Bolsonaro compartilhou notícia sobre deleção contra Valdemar em 2016 e apagou nesta segunda-feira (8)

Horas após a notícia sobre o destino partidário do pai, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) apagou tuíte sobre deleção premiada em que Valdemar Costa Neto foi acusado de receber propina. O filho 02 fez a publicação em 2016, replicando na rede social manchete da extinta revista Época.