Em meio às celebrações da Semana Santa, poucos se lembraram de que ontem (26) foi o Dia do Cacau, o fruto que é base da economia sul-baiana e hoje não se identifica mais com os velhos “coronéis” tão conhecidos pela obra de Jorge Amado.
Segundo números da Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia, atualmente 70% da produção de cacau está concentrada na agricultura familiar. Uma mudança que se consolidou ao longo da crise que atingiu a lavoura após a contaminação pela praga da vassoura-de-bruxa.
Muitos dos antigos cacauicultores desistiram da atividade e grandes fazendas se transformaram em assentamentos de reforma agrária. Além disso, nos últimos anos a região começa a acordar para o “filé” desse negócio, que é a produção de chocolate.
Em franca recuperação, o cacau brasileiro alcançou 220 mil toneladas na safra 2014/2015. Há também uma maior preocupação com a qualidade das amêndoas.
De acordo com Jerônimo Rodrigues, titular da SDR, o governo tem trabalhado para ajudar os produtores a superar a crise, com investimentos em toda a cadeia produtiva, incluindo a ampliação do polo chocolateiro.
Para Rodrigues, “a Bahia tem que ter estratégias para enfrentar os desafios desse segmento”. Ele diz que isso passa pelo fortalecimento do mercado interno, com incentivo ao consumo de derivados de cacau.