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Wenceslau Jr.

Durante cerca de 30 anos a região cacaueira amargou uma longa crise que desenhou o atual e cruel retrato dos nossos municípios. A derrocada da monocultura do cacau expulsou milhares de pessoas do campo, inchou a periferia das cidades e esvaziou economicamente uma boa parte dos pequenos e médios  municípios  do Sul da Bahia.

Crescimento desordenado, altos índices de analfabetismo, desemprego, fome, miséria, moradias precárias e saneamento zero são marcas do processo de migração do campo para as cidades ocorrido, principalmente, durante os últimos trinta anos.

Os crescentes índices de violência têm raízes históricas no empobrecimento econômico, bem como no fosso social que foi fruto de uma lógica de concentração de renda e poder predominantemente da era de ouro do cacau, que tem como expressão política o coronelismo.

Embora alguns argumentos insistam em torcer contra o sucesso dos investimentos que estão sendo implementados pelos governos Lula e Wagner, nos parece irreversível o processo de mudanças econômicas em curso no Sul do Estado.

Mesmo com os agouros daqueles que diziam que era “promessa eleitoreira”, o Gás Natural já é uma realidade.  O Porto Sul, juntamente com a Ferrovia Leste-Oeste, a ZPE e o Aeroporto Internacional, com certeza também serão realidade. Só resta debatermos com responsabilidade qual a melhor forma de implantarmos tais projetos com o mínimo de agressão ao meio ambiente, utilizando medidas mitigadoras e compensações ambientais capazes de reduzir tais impactos.

Por outro lado, temos que cuidar para que o desenvolvimento econômico propiciado por estas obras estruturantes desenvolva uma relação econômica que distribua renda, reduzindo as desigualdades sociais e propiciando qualidade de vida para a maioria das pessoas que aqui moram.

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“Participe do esforço de coleta de assinaturas em defesa da Ufsulba”.

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Está posto o desafio para os municípios. Mais do que nunca é necessário planejamento, investimento em qualificação e requalificação urbanística. É imprescindível investir em saneamento básico, ampliação do abastecimento de água potável, políticas habitacionais, melhoria do trânsito, transportes coletivos, serviços de saúde, educação, assistência social, cultura, esporte, lazer. Enfim, o momento é propício, principalmente para Itabuna, que completa 100 anos de emancipação política.

O futuro está sendo construído no presente. Porém, precisamos assegurar a continuidade do projeto iniciado pelo Governo Lula, juntamente com a democrática reconstrução da Bahia, comandada por Wagner. Além do mais, é fundamental repensarmos do ponto de vista quantitativo e qualitativo a nossa representação parlamentar na Assembléia Legislativa, como forma de assegurar que tais avanços sejam sustentados ao longo do tempo, sobretudo investindo em educação, ciência e tecnologia.

É por isso que insisto em bandeiras como o fortalecimento da Uesc, democratização dos debates sobre o perfil do nosso Ifet e, principalmente, a criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsulba) para que possamos desenvolver na região um grande parque de desenvolvimento tecnológico.

Dia 26 de Março teremos a visita de Lula, Dilma e Wagner à nossa região. Participe do esforço de coleta de assinaturas em defesa da UFSULBA. Não vamos deixar o cavalo passar selado pela nossa frente.

Wenceslau Jr. é vereador, professor universitário é presidente do PCdoB de Itabuna.

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Azevedo para Wagner: mais 4 anos (Foto Pimenta).

Parece não haver mais dúvida sobre a preferência eleitoral do prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo (DEM), em relação à disputa ao Palácio de Ondina. Ao participar do programa Alô, Cidade, na TVI, Azevedo foi chamado a fazer comparação entre os governos de Paulo Souto e Wagner.

Fugindo ao seu estilo habitual, o prefeito se abriu aos apresentadores Frankvaldo Lima e Kelly Dourado: “Se os dois tiverem oportunidade de governar pelo mesmo período de tempo, poderemos avaliar com igualdade”, disse. E lembrou que Wagner está no cargo a três anos e meio. Precisaria de mais um mandato.

Na entrevista, ele também não deixou de mirar no primeiro-secretário da Câmara de Itabuna, Roberto de Souza. Sem citar nome, Azevedo disse que o vereador “persegue” a sua administração porque quer ser prefeito. “É preciso que este vereador espere o momento certo para fazer campanha”.

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O senador César Borges concedeu entrevista ao jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine, e deixou claro que passa pela composição na chapa proporcional o futuro da aliança entre o PR e o PT na Bahia.

Borges quer fazer cinco deputados federais (tem quatro hoje) e sete estaduais (hoje são seis). Para esse projeto dar certo, só um chapão. A avaliação de petistas é de que essse chapão pode reduzir de oito para cinco o número de vagas do PT na Câmara Federal, por exemplo.

Ontem, ele conversou com Jaques Wagner, em Salvador, e disse que a coisa tá encaminhada quanto à vaga ao Senado. “Wagner me convidou para a chapa do Senado”, disse.

Convite feito, falta o Galego chamar toda a tchurma do PR. Sandro Régis e Elmar Nascimento aceitam?

Clique aqui e confira a entrevista

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Wagner entrega ampliação de presídio.

O presídio de Paulo Afonso foi totalmente reformado e entregue, hoje, pelo governador Jaques Wagner. A unidade prisional ganhou 84 novas celas destinadas a presos que aguardam sentenças.

A reforma foi entregue em ato com a presença do governador e do secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, o petista Nelson Pellegrino, que promete entregar 13 (olha só!) obras até o dia 29, quando deixa o governo para disputar a reeleição a deputado federal.

Dentre as obras está a cadeia pública de Salvador, com 752 vagas para os donos do alheio e autores de toda sorte de crime.

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O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Waldenor Pereira, afirmou que o fato do PR ser aliado nacional do PT e quatro dos seis deputados estaduais votarem com o governo Jaques Wagner favorece a pretensão de ter César Borges na chapa governista ao Senado. Borges é disputado por Wagner, Paulo Souto e Geddel Vieira Lima.

Na sua passagem por Itabuna, no final de semana, o líder do Governo disse que, apesar de difícil, ainda há espaço para que o ex-governador Waldir Pires fique com uma das vagas ao Senado. “Fazer política é, também, mediar conflitos”. Disse isso apesar de afirmar que Wagner já deixou claro que uma destas vagas à Senatoria já tem dono. É Otto Alencar, do PP.

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Marco Wense

Azevedo, do DEM, pode ficar com Wagner, do PT (Foto Pimenta).

A indefinição eleitoral do prefeito de Itabuna, José Nilton de Azevedo, se fica com o DEM, PT ou PMDB na sucessão do cobiçado Palácio de Ondina, é assunto obrigatório nas conversas políticas.

Colocando o apoio do chefe do Executivo em porcentagem, diria que o governador Jaques Wagner tem 50% de chance, o democrata Paulo Souto 30% e o ministro Geddel 20%.  O secretário Gilson Nascimento (Administração) aposta no petista.

Como Azevedo é da mesma legenda de Paulo Souto, a pergunta sobre a fidelidade partidária vem logo à tona: o prefeito, se não apoiar o ex-governador, vai sofrer algum tipo de punição do DEM?

A presidente do DEM de Itabuna, Maria Alice, quando questionada sobre uma possível infidelidade, prefere não acreditar que Azevedo possa apoiar outro candidato que não seja o colega de partido.

A cúpula estadual do DEM, tendo a frente o ex-governador Paulo Souto, na sucessão municipal de 2008, tratou com desdém a pré-candidatura do capitão Azevedo. O então candidato comeu o pão que o diabo amassou.

É bom lembrar que Paulo Souto, menosprezando Azevedo, tendo simpatia pelo nome de Acácia Pinho, pré-candidata por outra agremiação partidária, foi infiel.

Paulo Souto só passou a apoiar a candidatura de Azevedo quando sentiu que o democrata estava crescendo nas pesquisas de intenção de voto e poderia derrotar a petista Juçara Feitosa.

O Capitão, agora prefeito, mostrando que é um bom aluno, faz a mesma coisa do “professor” Souto. Ou seja, trata com desdém a sua pré-candidatura ao governo da Bahia, já que não acredita na eleição do democrata.

O comando estadual do DEM não tem credibilidade para acionar o instituto da fidelidade em um eventual apoio do prefeito de Itabuna ao projeto de reeleição do governador Wagner.

A PRESENÇA DE LULA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no auge de sua popularidade, é esperado para inaugurar, em Itabuna, ainda neste mês de março, a primeira base de distribuição do gás natural no estado.

Todo mundo sabe que o comando nacional do PT, com o aval de Lula, quer o senador César Borges, presidente estadual do PR, na chapa majoritária encabeçada pelo governador Jaques Wagner.

Os defensores da aliança Wagner-Borges esperam um gesto do presidente da República que possa ser interpretado como um recado aos petistas contrários a participação do ex-carlista na chapa da reeleição.

A expectativa em torno da presença de Lula, tendo ao lado a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, é grande.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Quando começaram as discussões para implantação de uma base de distribuição de gás natural em Itabuna, o economista Davidson Magalhães estava saindo da Secretaria de Indústria e Comércio do município para assumir o escritório baiano da Agência Nacional do Petróleo (ANP). À época, lembra, havia muita descrença em relação ao projeto bilionário do Gasoduto e seus efeitos para Itabuna e sul da Bahia. Era final de 2003, princípio de 2004.

Mais de seis anos depois, o presidente Lula e o governador Wagner vêm ao sul da Bahia, na próxima sexta-feira, 26, para inaugurar a primeira central de distribuição de gás natural do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene). A primeira molécula de gás natural será comercializada para uma empresa que cresceu no município, a rede de postos Universal.

A nova realidade deixa emocionado o economista, ex-vereador de Itabuna e atual presidente de uma das maiores companhias de gás do país. “O Gasene, junto com o Complexo Porto Sul, representa uma mudança de paradigma para a região”, diz.

Magalhães lembra que há quase 100 anos o sul da Bahia teve o seu primeiro grande ciclo de desenvolvimento, com a construção da ferrovia de 56 quilômetros interligando Itabuna e Ilhéus a partes da Bahia e o porto de Ilhéus, em 1926. As ações posteriores não ajudaram na acumulação de riquezes. Agora, um novo ciclo se abre. Saberá o sul da Bahia aproveitar das novas condições oferecidas?

Abaixo, a entrevista exclusiva concedida pelo presidente da Bahiagás ao Pimenta na Muqueca.

Quais serão os impactos do gás natural para a economia sul-baiana?
A região passa a ser mais competitiva na atração de investimentos. Nos próximos dois anos, serão de R$ 40 milhões a R$ 60 milhões em investimentos da Bahiagás no sul do estado. Junto com o Complexo Porto Sul, a chegada do gás natural representará mudança de paradigma para a região. 27% da indústria baiana é movida a gás natural.

Já existem empresas interessadas em investir na região com a chegada do gás natural?

Existe um conjunto de plantas de investimentos industriais na Secretaria de Indústria e Comércio. Na Bahiagás, fomos procurados por vários empreendimentos voltados à indústria térmica para produzir energia elétrica através do gás natural. A gente já está pensando o sul da Bahia para além do cacau. O que temos não é um desafio de crise, mas de investimentos e de perspectivas. A região vai crescer, se desenvolver.

As prefeituras de Ilhéus e Itabuna estão se preparando para esse novo desafio?
A região ainda está perplexa, imaginando o que está por vir. Há seis anos, quando discutíamos a vinda do Gasene, ninguém acreditava. Hoje é uma realidade. E aí? Precisamos avançar. Itabuna e Ilhéus serão os mais impactados, mas outros municípios também sentirão os reflexos deste empreendimento.

Os governos federal e estadual possuem projeto que amenize possíveis efeitos negativos do projeto, como êxodo e bolsões de miséria em torno destas cidades?
O desafio posto para os governos é garantir os investimentos, que o Complexo Porto Sul seja uma realidade. No curso disso aí, é que temos que preparar a região para o dia seguinte, para que não atraíamos gente, de forma desordena, para estas cidades.

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“Nós estamos discutindo com o governo o lançamento de um pacote de incentivos para a conversão a gás natural”

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As vantagens do gás natural estariam restritas às empresas ou também são acessíveis a pessoas físicas?
Já de imediato, os taxistas serão beneficiados com a redução de 40% dos seus custos.

Estudos mostrariam que o gás natural veicular não seria competitivo em relação a outros combustíveis?
Mas é vantajoso, sim. Fica em torno de 40% mais barato.

Mesmo com os custos de uma conversão?
Nós estamos discutindo com o governo o lançamento de um pacote de incentivos à conversão. Possivelmente no próximo dia 26, o governador Jaques Wagner deve fazer o anúncio.

Mas beneficiaria apenas algumas categorias?
A ideia inicial é disponibilizar esse incentivo para quem faz do seu veículo um instrumento de trabalho, como taxistas, donos de carro de som, transporte escolar, turístico.

A expectativa era de o gasoduto funcionar em outubro de 2010, mas foi antecipado. Isso tem a ver com o calendário eleitoral e uma ‘ajudinha’ à pré-candidata Dilma Rousseff?
Não, tem a ver com a entrega do gás antecipado pela Petrobras. Não dá para inaugurar um gasoduto sem estar distribuindo gás no ponto principal. Então, nós antecipamos essa entrega, inclusive via GNC [gás natural comprimido], para março. Inicialmente, vamos fornecer com carretas, até que os gasodutos nossos, da Bahiagás, fiquem prontos. Para isso, estamos investindo R$ 2,7 milhões.

A base da Bahiagás fica pronta até o dia 26?
Sim, e nesse dia vamos vender a primeira molécula de gás. Será para a rede de postos Universal, o primeiro consumidor de Itabuna. Também forneceremos para a DPA [antiga Nestlé] e a Trifil, nesta primeira etapa.

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“Não houve agressão ao meio ambiente, as ações

foram todas dentro das normas técnicas”.

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Há denúncia de que a obra da Bahiagás em Itabuna começou sem licenciamento ambiental. O que ocorreu, de fato?
Foi algum problema técnico que deve ter ocorrido. Nós já estamos com o licenciamento encaminhado, discutido inclusive no Conselho Municipal de Meio Ambiente. Os problemas e as divergências técnicas levantados corretamente pelo conselho já foram tratados pela Bahiagás. Não houve agressão ao meio ambiente, as ações foram todas dentro das normas técnicas.

A Bahiagás sai de um fornecimento de mais de 3 milhões para 20 milhões de metros cúbicos de gás. A empresa está preparada para este novo momento?

Não vamos sair imediatamente para 20 milhões. Hoje são 3,7 milhões e devemos atingir 4,5 milhões de metros cúbicos com o fornecimento para o sul da Bahia. Esses 800 mil metros cúbicos para a região nessa primeira etapa equivale a várias distribuidoras de gás do Nordeste. Em cinco anos, devemos chegar à marca de 11 milhões de metros cúbicos fornecidos. O Gasene é que tem potencial para transportar 20 milhões.

Em 2004, havia muita desconfiança em relação a este projeto. Como você analisa esse novo momento?
Uma outra região está nascendo. A principal preocupação nossa com essa reunião [com prefeitos, na segunda, 15] foi para que as pessoas possam perceber a grandiosidade do que está acontecendo no sul da Bahia. Aqui nesse evento, a gente ainda viu pessoas com o discurso da síndrome da crise, que é quando a gente não percebe as coisas novas porque está presa a esta síndrome. A ficha, como diz a gíria, está caindo agora. Este é um novo momento para além do cacau, significa um novo modelo de desenvolvimento.

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“Temos que ampliar as alianças para construir

uma política hegemônica na Bahia”

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Mudemos para a política. Como é que você, comunista e sempre oposição ao carlismo, analisa essa aliança com parte do grupo que sempre dominou a Bahia por 30, 40 anos?
Eu não acho que há uma aliança com o carlismo, que está deixando de existir. O carlismo hoje é personificado em ACM Neto, Paulo Souto. Estes são os herdeiros do carlismo.

Você não vê César Borges como carlista?

As pessoas vão mudando seus projetos de acordo com o processo histórico. Não acho que é Wagner que está mudando seu projeto. Aliás, o governo muda a Bahia com essa visão de integração e desconcentração econômica. 18 municípios concentram 55% do PIB baiano com apenas 30% da população. Para mudar, você tem que fazer projeto amplo. Temos que ampliar para construir uma política hegemônica na Bahia. Não estamos virando um governo autoritário, centralizador, sem transparência. O projeto do governo é claro: fazer mais por quem mais precisa; pensar a Bahia não apenas como se só existisse a região metropolitana.

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“Gabeira (PV) era da resistência armada ao regime militar. Hoje é um cara a serviço da direita”.

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Então, é favorável à aliança?
Se tivermos mais aliados nesse projeto e que não o desconfigure, ótimo. É que a gente tem muito a visão de personificar as pessoas, lideranças. Fernando Gabeira (PV-RJ), no passado, jogou papel avançado de resistência armada ao regime militar. Hoje é um cara a serviço da direita, que ajuda o neoliberalismo. Assim como sai gente daqui [da esquerda], sai de lá para cá. Então, ele hoje faz parte do projeto tucano. Quando o projeto avança, as pessoas se reenquadram em outro momento histórico.

E no caso dos “ex-carlistas”?
Veja um exemplo aqui na Bahia: Waldir Pires, para derrotar o carlismo, puxou Nilo Coelho, Jutahy Magalhães, João Carlos Bacelar. Todos não eram de esquerda. Foi feito um acordo com segmentos do carlismo para derrotar o carlismo. Ali não deu certo não foi por conta da aliança, mas de um projeto que foi interrompido por busca de uma situação nacional.

Hoje, o governo se abre para agregar velhos opositores. O eleitor entenderá essa movimentação?
Ele vai se decidir em torno de projetos. E o nosso projeto é capitaneado por Wagner, projeto da continuidade a estes programas de transformação da Bahia. O outro é capitaneado por Paulo Souto, que quer retomar o passado. Tem um terceiro, que é um híbrido do PMDB, de oposição ao governo, mas oposição sem a consistência histórica que tem o carlismo. Ah, César Borges foi do carlismo. Quantas pessoas que foram do grupo de lá estão no governo hoje? Mas elas estão ajudando ou prejudicando o governo?

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“A saída do PMDB do governo ajudou, destravou a Bahiagás. Existia uma política deliberada de emperrar a empresa”.

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Você mesmo pode nos responder: a saída do PMDB e a chegada do PP ajudaram o governo?
A saída do PMDB ajudou, destravou. Temos uma experiência concreta na Bahiagás, com a mudança do secretário de Infraestrutura. Saiu o do PMDB [Batista Neves] e entrou o João Leão, do PP. Existia, antes, uma política deliberada de emperrar a empresa, as ações de governo.

Como essa, digamos, sabotagem ocorria na prática?
Havia dificuldade de aprovação dos projetos de investimento da Bahiagás. Ficamos atrasados dois anos e meio, seguidos, em nosso plano de investimento. Todas as iniciativas tomadas pela diretoria eram barradas no Conselho de Administração pelo ex-secretário, do PMDB. Não parecia que participávamos do mesmo governo.

Mas como Batista Neves exercia esse poder?
Todos os investimentos acima de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões têm de ser analisados pelo conselho, do qual ele, como então secretário de Infraestrutura, era presidente. Denúncias infundadas contra a empresa eram divulgadas. A entrada do PP foi favorável. João Leão, em pouco tempo, destravou, facilitou, articulou. O governo do estado entrou coeso para defender os seus interesses junto aos demais acionistas da Bahiagás, coisa que não tínhamos antes.

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“Vamos reeleger Wagner e eleger Dilma a

primeira mulher presidente do Brasil”

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Como você vê os cenários baiano e nacional para 2010?
O projeto liderado pelo presidente Lula vai ser vitorioso na Bahia, com a reeleição de Wagner, e, no plano nacional, com a eleição da primeira mulher presidente da República, Dilma Roussef. Nós elegemos um operário e, agora, vamos eleger uma mulher. Na Bahia, existe uma identidade do projeto de Wagner com o novo país. Nosso projeto é diferente da visão tucana, que inseria o Brasil no cenário internacional de forma subalterna, projeto que foi rechaçado duas vezes na urna e será pela terceira.

Você acha que o eleitor avançou a esse ponto, de eleger por comparação?

Acho que sim. A última eleição deixou muito claro que certos setores da grande mídia, que manipulavam a opinião pública, foram derrotados porque não representam essa opinião. Mais do que isso, o povo tem o seu dia-a-dia, sua experiência. Uma experiência vale muito mais do que dez discursos, dez editoriais do Jornal Nacional. O eleitor tem consciência do projeto que ele está abraçando. Pode não ter uma visão articulada de todos os efeitos, consequências e dimensão deste programa, mas tem visão muito clara do que esse projeto do governo Lula representa.

Você, como uma das principais lideranças do PCdoB na Bahia, visualiza qual cenário para o partido em 2010 na Assembléia e Câmara Federal?
Nós devemos ampliar o número de deputados federais. Vamos trabalhar para reeleger Alice Portugal e Daniel Almeida e eleger Edson Pimenta. Temos três deputados estaduais e queremos passar a cinco. Crescemos na Bahia, não tínhamos prefeito e em 2008 elegemos 18, temos 19 vices, 150 vereadores aqui, o partido presente no estado e nossa participação no governo Wagner trazendo resultados positivos. Isso tudo nos credita a ter um projeto eleitoral vitorioso em 2010.

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“Um nome da esquerda na majoritária é o de Wagner e o outro nós defendemos que não seja do PT”.

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O nome de Haroldo Lima foi até defendido, no partido, para disputar o Senado. O PCdoB abre mão e aceita chapa majoritária composta por Otto Alencar e César Borges?
O Haroldo não vai ser candidato, porque joga papel importantíssimo, principalmente nesse momento de decisões importantes acerca do pré-sal, à frente da ANP [Agência Nacional do Petróleo]. Não tem como ele sair da discussão. Nós entendemos que a chapa do governo deve ter composição que represente o arco de alianças: dois representantes de esquerda e dois do centro que se agregou ao projeto. Achamos que deve ter esse perfil. Um nome da esquerda é o de Wagner e o outro nós defendemos que não seja o do PT, pois não representaria a correlação de forças no governo.

A sua última eleição foi em 1998, para deputado estadual. Você ainda tem projeto eleitoral?
Por enquanto estou firme nesse projeto da Bahiagás. Eu estou na administração, mas não é que deixei de fazer política. Faço, sim, mas com outros instrumentos. Hoje, sou o vice-presidente do PCdoB no estado.

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O ex-presidente do PT baiano, Josias Gomes, concedeu entrevista ao Pimenta e analisou os últimos acontecimentos da política estadual e a tentativa de aproximação entre o governador Jaques Wagner e carlistas, como o senador César Borges e o deputado federal Fernando de Fabinho.

Defensor da política de alianças engendrada por Wagner, Josias provoca o partido de ACM Neto e Paulo Souto. “A raça do DEM está acabando”.

Clique AQUI e confira a íntegra da entrevista.

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Marco Wense

(Foto Max Haack/Bahia Notícias).

O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, tem razão quando diz que “a chapa majoritária sairá do projeto nacional”. Nas entrelinhas, a declaração é dirigida para os companheiros que querem Waldir Pires como candidato a senador.

O projeto nacional, que tem como prioridade a eleição de Dilma Rousseff para o Palácio do Planalto, é um verdadeiro rolo compressor. Quem ficar na frente da presidenciável é impiedosamente esmagado.

Os defensores do nome de Waldir Pires sabem que a parada é indigesta. O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, trabalha nos bastidores para que César Borges seja o titular de uma das duas vagas para o Senado.

Uma possível desistência do conselheiro do TCM, Otto Alencar, em decorrência do seu estado de saúde, pode amenizar o imbróglio da composição da chapa majoritária.

O governador Jaques Wagner, tido como um hábil articulador político, com Otto fora da disputa, ficaria com três nomes para três vagas: uma para a vice e duas para o Senado da República.

Como está totalmente descartada a possibilidade de uma chapa puro-sangue, Waldir Pires (PT) e César Borges (PR) seriam os candidatos ao Senado. A deputada Lídice da Matta, do PSB e ex-prefeita de Salvador, seria a vice de Wagner.

Waldir Pires faria uma “dobradinha” com César Borges. Os dois lado a lado no palanque com o governador Jaques Wagner. Coisas da política. Da moderna política, com gatos e lebres no mesmo balaio.

SÓ O PT

A professora Miralva Moitinho, agora no comando do PT de Itabuna, tem que ter cuidado com as palavras, sob pena de isolar a legenda na sucessão municipal de 2012.

“Quem trabalha por Itabuna é o PT”, esse tipo de declaração, além de politicamente desaconselhável, cria obstáculos para um futuro entendimento, principalmente com o PCdoB, o PSB e suas respectivas lideranças.

Acredito que Miralva, que também é diretora da Direc-7, depois de uma imprescindível reflexão, vai entender que sua principal missão é aproximar o PT dos partidos e não afastá-lo.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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O Pimenta entrevistou há pouco o ex-deputado federal e ex-presidente do diretório baiano do PT, Josias Gomes.

Atualmente ocupando cargo na Assembleia Legislativa da Bahia, o político encontra-se em franca mobilização para voltar a Brasília. E é também francamente favorável à política de aproximação que o governador Jaques Wagner promove com relação a forças ligadas ao antigo carlismo. Para Josias, o PT ampliará as alianças sem abrir mão de suas diretrizes no governo, embora ele saiba que algumas concessões são inevitáveis.

O ex-deputado acredita que o episódio do mensalão, do qual saiu chamuscado, teve uma cobertura exagerada por parte de setores da mídia, em um esquema para forçar o impeachment do presidente Lula. “Eles não acreditavam que um ex-operário teria condições de governar esse país”, afirmou.

Josias Gomes lembra a frase do senador Jorge Bornhausen que, na época da crise do mensalão, disse, referindo-se ao PT: “está na hora de acabar com essa raça”.  Na opinião do petista, “a raça que está acabando é a do DEM”.

Por enquanto é só. O Pimenta publica a entrevista completa neste final de semana.

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O governador Jaques Wagner deve ter lá suas razões para escolher o menos votado em lista tríplice para o cargo de procurador-geral de Justiça (o chefe do Ministério Público), mas a reação da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) foi, como se diz, “na titela”.

Ao ser convidado para a posse do novo procurador-geral, Wellington Lima, o presidente da Conamp, José Carlos Cosenzo, descaracterizou a escolha do excelentíssimo. Wellington teve 140 votos. A procuradora Norma Angélica obteve 287 votos. Clique no “leia mais” abaixo e confira a resposta de Cosenzo.

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Wagner comemora ações do Governo Federal

O governador Jaques Wagner aproveitou o programa “Conversa com o Governador” desta terça-feira (09) para destacar as ações empreendidas na Bahia pelo Governo Federal. E confirmou que o presidente Lula, acompanhado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, estará no sul do Estado ainda este mês.

“O presidente Lula mais uma vez estará na Bahia, inaugurando uma grande obra, disse Wagner. Ele fazia referência ao Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste). A vinda será programada para uma data entre 20 e 25 de março.

A primeira etapa da distribuição do gás natural no sul do Estado vai atender as unidades da Trifil, DPAM/Nestlé e um posto de combustíveis da rede Universal, em Itabuna, além da Veracel Celulose, em Eunápolis, e da Suzano Papel e Celulose, no município de Mucuri.

Clique no player abaixo e ouça o programa:

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(Foto Robson Freitas)

O prefeito Newton Lima teve audiência com o governador Jaques Wagner, hoje à noite. Na lista de pedidos, uma mãozona do estado para solucionar os entraves na ponte do Pontal (Lomanto Júnior). Newton esteve acompanhado do secretário Alcides Kruschewsky e das deputadas Lídice da Mata (federal) e Ângela Sousa (estadual). Este foi o primeiro encontro desde quando Newton ‘balançou’ e foi ter reunião secreta com o seu ex-amor, Geddel Vieira Lima.

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Waldir pode estar garantido na chapa. Wagner quer

EXCLUSIVO

Fonte ligadíssima às confabulações do poder estadual assegura que o governador Jaques Wagner (PT) tem preferência pelos nomes de César Borges (PR) e Waldir Pires (PT) como candidatos ao Senado. Na construção desejada pelo governador, Otto Alencar ocuparia o posto de vice na chapa majoritária.

Essa é a hora da pergunta inevitável: e o que será de Lídice da Mata?

Pois é, os petistas concluíram que a deputada do PSB não agrega muita coisa à chapa, uma vez que sua popularidade é concentradíssima na capital baiana. Por isso, a opção deverá ser mesmo alçar Otto para vice, ficando Borges na briga por uma das cadeiras no Senado.

Com relação ao senador do PR, a avaliação é de que sua confirmação na chapa irá provocar uma revoada de prefeitos do antigo carlismo no interior. Resta apenas costurar com o PSB a situação de Lídice, que certamente sairá arreliada desse processo.

Para todos os efeitos, o governador já disse que jamais ofereceu a vaga no Senado à deputada, em troca de sua desistência em favor de Walter Pinheiro nas eleições muncipais de 2008.