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Evilásio Júnior | Bahia Notícias

Gracílio, o lobista, foi candidato a prefeito de Cairu
Gracílio, o lobista, foi candidato a prefeito de Cairu

O secretário de Segurança Pública, César Nunes, afirmou durante a entrevista coletiva que Gracílio Junqueira era a figura principal do propinoduto no comando da Polícia Militar baiana. Entretanto, não soube precisar quantas vezes nem há quanto tempo o lobista participava dos processos licitatórios estaduais, já que as investigações começaram há apenas cinco meses.
“Sabemos que ele tem esta relação há muitos anos. Ele tem algumas empresas e participava de muitas licitações no âmbito da PM, sempre favorecendo algumas pessoas”, revelou. Segundo ele, o procurador para assuntos militares, André Bahia, mantinha relação direta com Gracílio e também recebia propina.
Nunes afirmou, porém, que ainda não é possível saber quanto cada envolvido recebia nas operações, pois a soma era variável. “Em alguns casos eram R$ 3 mil, R$ 5 mil, R$ 30 mil até R$ 50 mil. São muitos valores”, apontou.

A candidatura

O baiano Gracílio Junqueira Santos, que intermediava as operações entre a empresa Júlio Simões, o procurador para assuntos militares, André Bahia, e os oficiais da Polícia Militar (PM) envolvidos no esquema desmontado pela Operação Nêmesis, foi candidato a prefeito do município de Cairu, no baixo sul baiano, nas últimas eleições pelo PCdoB.
Ele foi o último colocado no pleito 1,97% dos votos válidos e, de acordo com a declaração feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possui uma casa avaliada em R$ 200 mil no bairro de Itapuã. Junqueira também foi apontado nas investigações sobre irregularidades no fornecimento de uniforme para a Guarda Municipal de Salvador.
O lobista é representante da Central de Negócios Ltda., empresa contratada pela Prefeitura para fazer a distribuição das fardas, e na época se autointitulava como uma espécie de consultor da área de licitações. Na atual maracutaia, ele fazia a ligação desde as fraudes no processo licitatório, que envolvia também a compra de fardamento e boina, até o pagamento das propinas.
Dos R$ 47 mil apreendidos esta quinta-feira (5) pela PM, ele foi flagrado com R$ 21 mil e o coronel Santana com os demais R$ 26 mil. A soma foi distribuída pelos membros da Júlio Simões, Jaime Palaia Sica e William Laviola, que vieram a Salvador especificamente para repartir o bolo.

Leia também: EX-COMANDANTE DA PM É PRESO QUANDO RECEBIA PROPINA

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