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Editorial do Jornal Bahia Online:
A política de desenvolvimento turístico de Ilhéus não para de surpreender.
O mais intrigante é que ainda tomamos susto com as piadas prontas que geralmente nos reservam.
A última envolve o São João.
Mês passado, o prefeito Newton Lima assumiu o compromisso de não realizar a festa caso tivesse que aplicar um real de recurso público nela.
A alegação era de que o reflexo da crise mundial chegara definitivamente ao Palácio Paranaguá e o governo não reunia as mínimas condições de bancar a diversão.
Mas apesar da vontade explícita do governante ilheense, forçaram a barra.
Domingos Leonelli, secretário estadual de Turismo, justificou a decisão de manter a festa alegando que Ilhéus ocupa a posição de “porta de entrada do turismo baiano” e o São João, que atrai todos os anos milhares de turistas de várias partes do Brasil, não poderia ficar de fora do calendário turístico da cidade.
Convencido disso, Newton Lima que além de aliado do governador é filiado ao partido de Leonelli, resolveu ir para o sacrifício e fazer as honras da casa.
O problema é que enquanto o Brasil todo já anunciava suas atrações em eventos muito bem estruturados, Ilhéus corria atrás de patrocínio. E pior: no comércio local onde o arrecadado mal dá para o comerciante manter as portas abertas. Tudo muito amador e de última hora.
Resultado: o anúncio oficial da festa terminou ocorrendo menos de 30 dias da data oficial.
E ontem, finalmente, divulgaram a programação.
A Prefeitura de Ilhéus anuncia como grande atração, o cantor e compositor Luis Caldas, aquele mesmo que depois de “Nêga do cabelo Duro”, brigou este ano para se apresentar em palcos alternativos do carnaval de Salvador depois de cortar as madeixas e passar a usar sapatos para ver se tinha mais sorte e reencontrava o sucesso.
A cidade não merece isso. O turismo, muito menos.
Não há como disputar público com as outras cidades (menores e menos importantes, inclusive) que se organizaram, planejaram, divulgaram antecipadamente e consolidaram o São João como um produto lucrativo, de qualidade e de grandes atrações.
Se na teoria o São João de Ilhéus deveria fortalecer o seu calendário turístico, o evento deste ano não passa de um grande equívoco. Ilhéus não terá São João. Terá algo um pouco (e não mais do que isso) parecido.
E a cidade que não queria realizar a festa – e foi forçada a fazê-la – recebe, agora, como principal atração, o rei do deboche.
Faz sentido.

5 respostas

  1. A semana do São João coincide com a data na qual a prefeitura paga às clinicas que atendem o Sistema Unico de Saude. Ninguem dá um tostão pelo pagamento desse mes.
    E a população que se lasque!!

  2. Pelo jeito, só quem tem motivos para dançar, em Ilhéus, são os Índios, pois a população só faz “dançar”, …!!!
    Mas que deboche, …!!!

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