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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

O cálculo que o ministro Geddel Viera já fez há muito tempo é simples e indica que ele não tem absolutamente nada a perder ao lançar-se na disputa pela sucessão de Jaques Wagner.

Ora, Geddel usou muito bem a máquina petista na qual se encontra encastelado para tornar o PMDB um partido grande na Bahia. Antes, era um quase nada; hoje, é uma potência. Além disso, já surgiram pesquisas de opinião na praça que dão ao ministro uma intenção de votos superior a 15%. Ou seja, ele corre o “risco” de ir para o segundo turno.

Essa é uma briga na qual Geddel tem tudo a ganhar e nada, absolutamente nada, a perder. Na pior das hipóteses, o peemedebista perde no primeiro turno, mas continua bem na fita, pois o apoio do PMDB será disputado por quem for para a segunda etapa da corrida (e em 2010, ao que tudo indica, a eleição terá dois turnos). Na melhor, o ministro passa para o segundo e pode virar governador.

Em uma situação dessas, seria até absurdo Geddel não sair candidato. Nas mesmas condições normais de temperatura e pressão, o PT lançaria um nome próprio, assim como o DEM, PTB, PSDB, PSB, PPS… Qualquer partido, porque todos almejam o poder e se há uma coisa que não existe em política são casamentos eternos.

Geddel é esperto e evita falar em rompimento com o PT. Diz que a candidatura própria é uma postulação das bases e ele tem o desejo de atender esse apelo. Va bene, como falam os italianos. O ministro não está rompendo com os petistas, mas sim “dando um tempo”, pois o seu pragmatismo admite reconciliação no segundo turno, se isso for bom para ambas as partes e, principalmente, se for bom para o PMDB.

Ademais, não cabe ao PT ficar demonizando Geddel e o estilo pragmático do PMDB, pois vivemos num tempo em que um partido – seja lá qual for – não tem muita condição para apontar os defeitos dos outros. Todos estão com os dedos bastante sujos.

É tudo um jogo, onde não existem amadores, só “profissas”. Portanto, como se diz por aí, quem tiver a unha maior que suba na parede.  Alea jacta est.

Ricardo Ribeiro é advogado e um dos responsáveis pelo blog Pimenta na Muqueca.

0 resposta

  1. Ricardo,,
    talvez o erro esteja ai: “Tempo em que um partido – seja lá qual for – não tem condições de apontar os defeitos dos outros”. Se ficarmos olhando para isso nunca teremos um Bahia realmente desenvolvida. O que temos que analisar é a questão partido e jogo politico. Hoje temos um governo, não dos sonhos, mas pelo menos um que que busca os interesses do Estado, onde os indicadores mostram grandes avanços, comparados com anteriores (grupo ACM). Realmente Geddel não tem nada a perder conforme sua opinião, agora a Bahia sim, pois vamos entrar em retrocesso asim como está acontecendo com Itabuna.

  2. AO BLOG DO PIMENTA:

    QUEREMOS SABER (TAMBÉM) SOBRE A SITUAÇÃO DO JULGAMENTO DO “NÃO PREFEITO” DE BUERAREMA. NÃO ERA HOJE? JÁ ESTAVA EM 4 X 0 . COMO FICOU, OU O QUE SABES PARA NOS INFORMAR?
    AGUARDAMOS.

  3. Este é um de nossos grandes problemas, ou a raiz deles.
    Muita gente se acha “profissa” porque o objetivo de “se dar bem” politicamente não envolve pensar além do próprio umbigo. Considera-se um vencedor aquele que ganhou a disputa ou, simplesmente, “saiu no lucro” deste tipo de jogo mesquinho.
    Não tem que construir nada. Gerar nada. Apenas subir os degraus, apoiado em quem ou o que quer que seja.
    Esse mesmo tipo de pensamento gerou ACM e outros “líderes”.
    O nosso futuro depende de nos livrarmos deste tipo de pensamento (ou de quem ostenta este tipo de pensamento).

  4. Ricardo,

    Acompanho este imbróglio já a um tempo. não consegui entender a estratégia do PT/Ba em deixar Gedel ascender como uma estrela anunciando uma nova manhã. Deixá-lo pautando, é outra etratégia que não consigo entender.
    O jogo da política não é de possível e de impossível, de certo e de errado. É um jogo falso, igual ao de Balbino, que era falso desde menino.
    Esta refrega não passa de um jogo de cena para manter um status quo para arrefecer o jogo político. Ao final o PT e o PMDB nacional irão escalar o time que vai jogar e os dois, Wagner e Gedel, irão entregar as camisas.
    O pêndulo está em Minas. Aécio Neves aceitando o projeto de José Serra,FHC e o Tucanato; ou aceitando concorrer pelo PMDB.

  5. Ricardo,

    Politicamente, essa “disputa” entre o W e o G, é até saudável… e também compreensível, de certa forma!!!

    O Governador Wagner tem feito um trabalho brilhante, por todo nosso Estado…. pena que não está aparecendo… pois trata-se na verdade de uma re-estruturação geral do nosso Estado: aquisição de uma nova frota de veículos, legalização de prédios públicos, democratização dos serviços e das negociações (Estado x Funcionalismo), melhoria da qualidade dos serviços, respeito as minorias,fortalecimento da cidadania, etc…. para não citar mais de 1.000 ações, que a médio e a longo prazos,irão fazer da Bahia um dos Estados brasileiros mais promissores…. LEMBRAM DOS DOIS PRIMEIROS ANOS DO GOVERNO LULA????? Pois é….. e Gedel aprenderá esperar um POUCO MAIS….

  6. QUEM VAI TROCAR O MAIS CERTO PELO AMPLAMENTE DUVIDOSO? QUE HISTÓRIA GEDEL TEM NA BAHIA? Só o finado ACM sabe!
    VAMOS ENTERRAR DE VEZ A POLÍTICA DO CORONELISMO (Aliás, alguns que escrevem nesse blog, tem saudades! Cruz credo!!!)

  7. Zelão,diz: – “Se não podes vencer o teu inimigo, junte-se a ele.”

    A atuação de Gedel, não se configura em nada diferente da atuação do PMDB nacional. Gedel, age com o mesmo pragmatismo com que age o PMDB no governo federal.
    Sabedor da sua força política, o PMDB, põe na parede o PT, que por seu lado, finge não depender do PMDB. Wagner, como é do seu feitio, não terá coragem de expulsar o PMDB do seu governo. O PMDB, ameaça sair, mais não larga a rapadura e até gostaria de aumentar o seu quinhão no botim do governo que ajudou a eleger.
    Tudo ficará assim aqui na Bahia, até que a nível nacional, seja definida a real importância do PMDB, no processo eleitoral presidencial.
    De uma coisa estejamos certos: – Seja quem for que vença as eleições presidenciais de 2010, o PMDB, estará no poder, nunca representado no seu todo partidário, mas, no todo dos interêsses dos grupos.
    Assim caminha o PMDB! Na Bahia, não foge à regra.

  8. Erasmo, tem alguma mentira nesse artigo? Isso é apenas uma análise, sem paixão. Não tenho saudade alguma dos tempos do velho caciquismo na Bahia. Sugiro que o amigo leia sem preconceitos, pois a realidade bem que poderia ser como desejamos, mas nem sempre é.

  9. O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, negou categoricamente que a aliança entre o partido e o PT tenha sido oficialmente rompida na Bahia. Alguns setores da imprensa, inclusive nacional, destacaram em manchetes o factóide como se fosse verídico e que o suposto divórcio mudaria a estratégia do presidente Lula para a sucessão do Palácio do Planalto em 2010. “Anunciar que Geddel é candidato é rompimento? Eu posso ser candidato e não ter rompimento. Entregar os cargos significa rompimento? Pois se é está rompido, já que entregamos todos eles há dois ou três anos”, alertou. De acordo com o peemedebista, a sigla ajudou na eleição do governador Jaques Wagner e indicou o nome do vice Edmundo Pereira, mas nunca pediu nenhuma vaga nas pastas e órgãos estaduais. “Os nossos princípios não se baseiam em cargos. Não pedimos antes nem depois. Agora o que querem? Que eu entregue uma carta oficial entregando os cargos? Eu só posso entregar o que me pertence e quem demite a qualquer hora é o governador. Ele ofereceu os cargos ao PMDB porque achava que iria contribuir para a sua governabilidade. Nós indicamos os nomes a pedido dele”, revelou.
    Lúcio ratificou ainda que a candidatura do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, ao governo da Bahia só será oficializada após o término dos encontros regionais da legenda. A meta agora é promover dois palanques no estado para a provável indicação petista para a disputa da presidência da República, cujo nome mais forte até o momento é o da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo o peemedebista, os deputados do partido ainda votarão com o governo, “desde que os projetos sejam interessantes à população”.

  10. Imagino 3 cenários possíveis em 2010:

    Cenário 1 – Jaques Wagner e Paulo Souto vão ao 2º turno.
    Comentário: Geddel apoia o candidato que lhe oferecer mais vantagem em troca do suporte político.

    Cenário 2 – Jaques Wagner e Geddel vão ao 2º turno.
    Comentário: Paulo Souto apoia Geddel para não deixar Wagner ganhar. Geddel se elege.

    Cenário 3 – Geddel e Paulo Souto vão ao 2º turno.
    Comentário: Wagner apoia Geddel para não deixar Souto ganhar. Geddel se elege.

    Ou seja, se conseguir desempenhar nas urnas o mesmo cacife com que o PMDB elegeu a maioria das prefeituras baianas, Geddel vai ficar próximo (ou até msm ocupar) do Palácio de Ondina de qq jeito.

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