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Da Agência Brasil

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), revelou na quarta-feira (23) que a Petrobras encontrou “indícios muito positivos” da existência de petróleo próximo ao município de Ilhéus, no Vale do Jequitinhonha (na verdade, a bacia fica entre os municípios de Una e Canavieiras, cuja prospecção foi iniciada no ano passado).

Segundo o governador, após realizar estudos geológicos da região e, numa primeira perfuração, a empresa encontrou gás natural, mas ainda não há certeza de que haja, de fato, petróleo.

“É preciso saber se há petróleo no pré-sal e é isso que está sendo prospectado”, comentou Wagner, informando que a área fica em um bloco ganho em licitação pela Petrobras. “A empresa tem a expectativa de encontrar uma camada de petróleo no pré-sal lá também”, disse.

De acordo com Jaques Wagner, a empresa ainda não conseguiu chegar à camada pré-sal devido à necessidade de retirar a sonda e interromper a prospecção.

A notícia foi divulgada pelo governador enquanto participava do seminário Pré-Sal e o Futuro do Brasil, onde discutiu com os governadores do Espírito Santo, Paulo Hartung, (PMDB) e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a divisão dos royalties pagos a estados e municípios pela extração de petróleo.

0 resposta

  1. Ha mais de um ano teve uma plataforma fazendo prospecção no mar em frente à cidade de Ilheus e se dava como liquido e certo que tinha achado petroleo, depois foi para Itacaré. E nunca mais se falou no assunto. factoide.

  2. Quando começarem a explorar todo esse petróleo!!! Vamos ser a primeira nação da terra. Aposto que até ano que vem vamos achar petróleo inclusive aqui em Itabuna. Esse Rio Cachoeira terá lindas estórias!!

  3. Bonstempos ,

    Tava demorando pra aparecer um Grapiúna com inveja.

    Calma, gente!

    Não é em Ilhéus,e sim em Una e Canavieiras!!!

    Lamentável é o Rio Cachoeira continuar exportando seu líquido negro, que não é petróleo, aqui pra Ilhéus, SEM PAGAR NADA!

  4. Prezados,
    Vou pedir licença para transcrever texto do Prof. Dr. Carlos Lessa (UFRJ) a respeito do Pré-sal. É bastante elucidativo do que deveríamos pensar a respeito desta e de todas as nossas riquezas (minerais ou não).
    Abraços.

    Artigo publicado no jornal Valor Econômico
    Por Carlos Lessa

    O desempenho da economia brasileira indica, neste último trimestre, a superação das piores dimensões da crise. Parte da mídia, saudosa dos tempos de dominação neoliberal, prepara o discurso contra a neoestatização. Execra a tonalidade dominante da uma nova política petroleira, que propõe a ampliação do controle nacional sobre o Eldorado azul do pré-sal, e lista variados argumentos a favor da prevalência do regime de concessões às petroleiras mundiais. Adverte que o País deve extrair o máximo de petróleo possível, alegando preocupação de que se desenvolvam tecnologias alternativas com novas fontes energéticas e sinalizando a progressiva redução dos “desperdícios” no uso de combustíveis fósseis.

    Como o petróleo é, obviamente, não-renovável, sublinham como forte preocupação sua futura desvalorização, apesar de a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ter declarado que “até 2050 temos um bom cenário, porque os custos do pré-sal ficam abaixo de US$ 40 o barril”. O petróleo é “ouro negro”, tanto que já recuperou o patamar entre US$ 65 e US$ 75 o barril, após ter atingido mais de US$ 130 o barril, com a especulação desenfreada em 2008. Não há risco de o petróleo do pré-sal brasileiro virar um “mico” mais além do próximo meio século. É previsível que a Petrobras desenvolva tecnologia de extração e operação de campos petroleiros, reduzindo seus custos de produção, enquanto a pressão internacional dos consumidores de petróleo empurre para cima o preço do barril, principalmente se houver uma retomada do crescimento mundial. Com o petróleo são obtidos mais de 3 mil produtos, entre os quais os usos energéticos são as utilizações mais amplas e menos nobres deste recurso natural.

    Se o Brasil construir uma economia de petróleo, sem se converter em país exportador de petróleo, o pré-sal, combinado com a utilização de nossas fontes hídricas para a geração de eletricidade, dará sustentação às forças produtivas industriais, agropecuárias e de serviços. Em futuro remoto, podemos dispor de tecnologia para outras fontes de energia sem a necessidade de destruir e desarticular as bases produtivas internas, dependentes do petróleo. Não devemos ser exportadores de petróleo cru, a não ser em circunstâncias comerciais específicas, singulares e de alta conveniência para nossos planos de investimento e desenvolvimento. A parcimônia de manter nossas reservas provadas ao abrigo da fúria predatória das petroleiras-exportadoras é uma excelente aplicação financeira e uma salvaguarda de nossa economia futura.

    Devemos vigiar excessos internos de consumo de petróleo. Não tem sentido o Brasil construir termelétricas quando dispomos de importante potencial hídrico. Devemos melhorar nossa logística de transporte ampliando a participação das modalidades ferroviária e aquaviária, que usam menos petróleo por tonelada-quilômetro. É particularmente importante o transporte pessoal intrametropolitano e intraurbano utilizando modalidades sobre trilhos consumidoras de energia elétrica; o ônibus se restringiria à coleta periférica, alimentadora de eixos de metrô e ferrovias urbanas. Veículos de luxo com alta potência, desperdiçadores de petróleo, devem sofrer forte penalização tributária.

    É importante que o Brasil faça arranjos empresariais que minimizem desperdício de energia. É um erro institucional estratégico permitir a competição predatória entre o não renovável e o renovável. No âmbito do governo federal, deveria ser estudada uma empresa que combinasse a Petrobras com a Eletrobrás e com as atividades nucleares nacionais. A “Energibrás” poderia, sem perder mercado, projetar melhor estrutura de preços de variantes energéticas. A fusão das duas grandes estatais diluiria a excessiva participação estrangeira, em termos percentuais, no capital da Petrobras.

    Faço parte de uma geração que leu o “Poço do Visconde”, publicado em 1938. Neste livro, Monteiro Lobato, conta que a turma da Dona Benta encontrou petróleo no Sítio do Picapau Amarelo, deixando claro ao leitor infanto-juvenil que o Brasil tinha petróleo. Participamos, quase todos muito jovens, da campanha “O Petróleo é Nosso”. Vimos a Petrobras nascer, crescer e dar origem ao moderno setor brasileiro de máquinas e equipamentos. As refinarias garantiram o abastecimento interno. As equipes de engenheiros, geólogos e operários encontraram petróleo interno e se deslocaram para o oceano, descobriram o óleo pesado da Bacia de Campos; em parceria com universidades brasileiras, aperfeiçoaram e dominaram a tecnologia de produção em águas profundas. Com audácia empresarial e excepcional persistência em pesquisa geológica, desvelaram o pré-sal que, no momento, já duplicou nossas reservas com óleo leve e valioso. As estimativas conservadoras vão de prováveis 40 bilhões à euforia de 100 bilhões de barris no pré-sal. Confirmada a euforia, o Brasil terá a quarta maior reserva de petróleo do planeta.

    Monteiro Lobato ilustrava os “maus brasileiros” como os que duvidavam, no início dos anos 50, que o Brasil tivesse petróleo ou que pudesse ter uma empresa nacional de refino e pesquisa de petróleo. No Poço do Visconde, esses brasileiros tinham orelhas de burro de papelão e, nas ilustrações, eram mostrados desfilando sob vaias da população. Apesar do imenso sucesso da Petrobras, os neoliberais da atualidade recomendam concessões às petroleiras estrangeiras como a fórmula para explorar o pré-sal com eficiência! Os netos de minha geração irão vaiar estes neoentreguistas.

    Carlos Lessa é professor emérito de economia brasileira da UFRJ.

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