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Marco Wense

O pré-candidato do PMDB à sucessão do governador Jaques Wagner, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), aparece na terceira posição em todas as pesquisas de intenção de votos.

Se a eleição fosse hoje, Geddel teria a metade dos votos de Paulo Souto (DEM) e Jaques Wagner (PT), tecnicamente empatados. A vantagem do democrata sobre o petista é de menos de dois pontos percentuais.

A polarização do processo eleitoral, com Souto e Wagner disputando voto a voto, seria uma treva para os peemedebistas, principalmente para o presidente estadual da legenda, o peemedebista-mor Lúcio Vieira Lima.

O PT acredita que o maior problema do geddelismo – espécie de carlismo disfarçado, segundo petistas provocadores – é uma inevitável debandada de prefeitos do PMDB para apoiar a reeleição do governador Jaques Wagner.

Se Geddel não crescer nas pesquisas, não mostrar que sua candidatura é eleitoralmente viável, que pode sair vitorioso, vai terminar sendo vítima do próprio pragmatismo do PMDB.

O ministro, em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, deixa transparecer a sua falta de confiança na legenda: “O PMDB, infelizmente, tem tido o pouco salutar hábito de não se escravizar pelo resultado das urnas. O partido precisa ter posição clara. Se é governo ou  oposição”.

A declaração de Geddel é a prova inconteste de que o PMDB é politicamente instável. Não é confiável.  Suas lideranças – vereadores, prefeitos, governadores, deputados e senadores –, com as honrosas exceções, seguem a cartilha da conveniência e do interesse pessoal.

Sob o comando do bom médico Renato Costa, pré-candidato a deputado estadual e presidente do diretório municipal, os peemedebistas de Itabuna, obviamente os mais esperançosos, acreditam que a disputa no segundo turno será entre Geddel e Paulo Souto (DEM).

Os peemedebistas lembram que o então candidato a prefeito de Itabuna, Capitão José Nilton Azevedo, depois de ficar um bom tempo sem nenhuma perspectiva de vitória, foi eleito com mais de 12 mil votos na frente da petista Juçara Feitosa.

A modesta coluna aposta numa disputa acirrada entre Wagner e Souto, com o ministro Geddel fora do páreo. E aí cabe uma pertinente pergunta: Geddel, em um eventual segundo turno, ficaria com o petista ou o democrata?

O ex-presidente estadual do PT, Josias Gomes, pré-candidato a deputado federal, acha que o ministro Geddel Vieira Lima, em decorrência do presidente Lula, fica com Wagner.

Aliás, muita gente tem esse mesmo raciocínio de Josias. Não acredita que Geddel, depois de tudo que Lula fez, transformando-o em um “super-Geddel”, possa trair o presidente da República.

Mas uma outra declaração de Geddel, também no Estadão, não fecha a janela de um possível apoio a Paulo Souto e, muito menos, ao governador José Serra, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo tucanato.

Depois de fazer rasgados elogios a Dilma Rousseff, Geddel deixa nas entrelinhas que não vai aceitar qualquer tipo de indiferença em relação a sua candidatura ao Palácio de Ondina.

E mais: além de exigir a presença de Dilma no palanque, ficará vigilante a qualquer gesto da pré-candidata do PT que possa ser interpretado como favorável ao projeto de reeleição do governador Jaques Wagner.

Geddel Vieira Lima diz: “Só terei posições alternativas se for hostilizado. Se perceber que a construção de um projeto político está condicionada às relações pessoais e não política”.

Para os bons entendedores bastam poucas palavras. No caso em tela, até os incautos percebem que nas “posições alternativas” do ministro está embutida a seguinte ameaça: o apoio do PMDB baiano a Paulo Souto em um eventual segundo turno.

Como a declaração do ministro Geddel Vieira Lima está no plural – “posições alternativas” –, ela pode ser estendida para o pré-candidato do PSDB à presidência da República, o tucano José Serra.

Se o PT quer o apoio do geddelismo no segundo round, seja na sucessão estadual ou presidencial, é melhor tratá-lo com mais carinho. A ponta afiada da estrela vermelha não pode tocar no ministro Geddel.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

0 resposta

  1. O autor do texto tem seu pudor. Eu não preciso ser assim.
    Serei mais direto que o Marco Wense:

    Alguns petistas consideram o geddelismo o carlismo disfarçado.
    Ora, eu considero que Geddel é pior que ACM. ACM era inteligente e mau na medida certa para os que andavam com ele. Nunca foi traído pela sua ideologia e era flexível, nunca, traíra. Geddel é cópia mal feita do cacique baiano e ainda não percebeu que o modelo carlista não tem mais espaço na política baiana.

    Josias acha que Geddel apoia Wagner num eventual segundo turno em decorrência do que Lula fez por ele. Esses petistas tolos são hilários. Geddel apoia até o PSTU se for bom($$$) pra ele. Não há um níquel de gratidão num político como Geddel. Trai Lula como degusta uma picanha no Barbacoa.

    Quanto às declarações do Geddel à Folha, devemos ficar atentos a esse Ministro que atua basicamente num estado, a Bahia. Analisem quanto tempo ele fica no nosso estado, esquecendo ser Ministro da Integração NACIONAL. Está em campanha aberta, utilizando os recursos do Ministério do governo petista. É um cara de pau.

    O PT deve trabalhar para vencer no primeiro turno e evitar um possível acordo com o Geddel e o irmão dele, o Lúcifer Vieira Lima.

    Aliás, urge o momento de nós, baianos, tomarmos cuidado com o voto em 2010. A eleição do plebiscito, como diz Lula, colocará frente a frente o velho e o novo. Geddel e Souto, velhos aliados, fingindo estarem brigados. Wagner, o novo (nem tanto, Pau de Atiradeira).

    No entanto, velhos e novos demonstraram estar longe da competência que transformaria a Bahia no estado que sonhamos. Possuímos o maior litoral do país, chapadas, história, religião… nosso turismo mendiga. Temos riquezas minerais sendo exploradas por gente de toda parte, evadindo nossos recursos. As culturas que outrora eram nosso orgulho patinam por falta de recursos, vide o nosso cacau. A segurança pública, a educação, a saúde, nossas estradas e portos, nossa gente “que mais ri e que mais dança” sofre à míngua sem políticas sociais que visem o seu bem-estar.

    Os que agora governam culpam os de antes. Estes dizem que, se eleitos, farão tudo que nunca fizeram. Outros, travestidos de novos, como é o caso de Geddel e sua turma (Lúcifer, Arthur Mala, entre outros), dizem ser competentes e modernos. Representam, contudo, a pior estirpe da política nordestina.

    Respeitem o povo, senhores políticos.
    E nós, exijamos respeito.

    Estamos de olho…

  2. O “cientista político” Marco Wense, várias vezes profetizou a vitória de Juçara. Se eu fosse ele, teria vergonha de voltar a profetizar. Votarei sempre no candidato que ele disser que vai perder a eleição, porque aí, a vitória é certa!!

  3. Esse pau de atiradeira deve ser um estilingue. E mesmo assim as correias do estilingue devem estar desgastadas, assim como os neurônios da sua cabeça. Quanta insanidade em um comentário só. Só pode ser alguém que vive nas tetas do poder público estadual, afinal de contas os ptistas que lá se encontram só recebem para ficar em casa “atirando” nos opositores do PIOR GOVERNADOR que a Bahia já teve, um tal de WAGAREZA!

  4. Por ser cientista político não quer dizer que Marco Wense seja dono da verdade,ao contrário,também joga estrelinhas no ar,profetizando de maneira errada, tendenciosa.Deixa claro que ser anti-petista,problema dele.O Governador Wagner está na frente,fez muito bem em botar Geddel e sua turma para fora do governo e vai continuar com sua faxina.Vai vencer ainda no 1º turno.

  5. o nosso governador não se deu conta que quem o elegeu foi a plebe, funcionarios publicos e familiares, portanto o mesmo virou as costas para todas as classes que depositaram confiança neste cidadão, agora nas eleições o mesmo tera o pagamento ao seu descaso, democratas nele!!! desabafo de um que nem democrata é!!! que horrivel!!!

  6. Alesandro !!!vc esta com toda a razão……FORA!!!!WAGNER>>>mesmo que ele ande(acho dificil) eu não voto nele!!!!!!!!!!!Và beber todas lá no RIO………Á BAHIA não te pertence……..

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