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Dois leitores fãs do Caetano Veloso cantor, mas que rejeitam o Caetano ‘político’, enviaram comentários que aquecem ainda mais o debate em torno das opiniões polêmicas do artista a respeito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Há dois anos, o blogueiro, jornalista e amigo Ricardo Ribeiro escreveu no Pimenta na Muqueca um belo e fulminante artigo sobre Caê, quando ainda estávamos no Blogspot (veja). O leitor Sérgio Sodré deixou lá sua opinião sobre o cantor e falante músico baiano.

Hoje, Sodré voltou à carga: – Mais uma vez devemos lembrar que, se referindo a Caetano Veloso, o certo é ouvir o que ele canta e esquecer o que ele fala.

Um outro leitor tentou imitar Agulhão F. (óia aí, Agulha?!) e formulou versos sarcásticos para Caê e a irmã Maria Bethânia.

Caetanagem

Fala uma língua ferina
para quem interessar possa:
Caetano Veloso engrossa,
e Bethania diz: “afina!”.

0 resposta

  1. Realmente tem que ter cuidado para ouvir o que caetano tem cantado ultimamente, pois pouca coisa se aproveita. Quanto ao que ele fala não me surpreende nem um pouco. Sua predileção por FHC sempre foi muito clara.

  2. Si for o Sérgio Sodré que eu conheço o coração deve ter ficado “tripartido e policacetado”, com seu bom gosto musical é um admirador das músicas de Caetano e como um saudosista ainda acredita na esquerda do Brasil e é Lulista, no mar, na terra e no céu. Escolha de Sófia meu amigo.

  3. FERNANDO DE BARROS E SILVA

    Caetano é “neguinha”
    SÃO PAULO – “Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro.” Diante da ira que provocou nos companheiros, Caetano Veloso voltou ontem às páginas de “O Estado de S. Paulo” para comentar esse trecho da entrevista que havia concedido.
    O compositor lembrou que o próprio Lula se vangloria da sua fala pouco instruída e que é forte inclusive por isso. E avisou aos petistas: “Dizer que FH era mau governante e Lula é bom é maluquice. Ambos foram conquistas brasileiras importantes. Marina seria um passo à frente”. Sobre esse último ponto, podemos brincar: “menas, menas”.
    De resto, os embates entre Caetano e a esquerda remontam aos anos febris do tropicalismo. É duvidoso que o lulismo seja de esquerda, mas Caetano, de novo, se põe à esquerda da esquerda, dando mais um nó no coro dos “progressistas”: “Detesto essa mania de que nada se pode dizer que não seja adulação a Lula”.
    Quem teve a felicidade de ver seu show no fim de semana pôde presenciar a homenagem a Neguinho do Samba, negro semianalfabeto, um dos fundadores do Olodum na Bahia, morto há poucos dias: “Influenciou mais a mim e provavelmente a vocês da plateia do que a obra inteira de Lévi-Strauss. Isso é o que eu teria a dizer aqui sobre analfabetismo e preconceito”.
    O ápice, porém, foi a interpretação de “Eu Sou Neguinha?” -acompanhada no palco por uma gestualidade que valorizava de maneira ostensiva e lúdica a interrogação sobre a identidade sexual do cantor.
    Caetano é um dos maiores artistas brasileiros -isso já é sabido. Mas é também um espírito livre e um intelectual incomum num sentido muito preciso (e talvez o único verdadeiramente precioso): sempre está no debate público de sua época sem subordinar convicções e ideias a cálculos táticos ou conveniências políticas. Ousar pensar pela própria cabeça, sem a tutela do grupo ou medo da patrulha da maioria: por que não? Por que não?

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