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Marcos Coimbra

O que o ex-presidente fez, ao aceitar o desafio do atual, concretiza o quadro imaginado por Lula. Será que FHC se sairá dele tão bem quanto imagina?

Tucanos e petistas, com suas adjacências, passaram boa parte da semana discutindo sobre quem fez mais nos períodos em que governaram. Foi um debate de “alto nível”, não pelo clima em que transcorreu, mas por ter envolvido os notáveis dos partidos, sem deixar de lado a ministra Dilma.

Tudo começou, como sabemos, com o artigo de Fernando Henrique Cardoso publicado domingo último, intitulado “Sem Medo do Passado”. Nele, o ex-presidente diz que aceita o desafio de comparar seu governo ao de Lula, provavelmente por entender que, na comparação, é ele quem ganha.

Não deixa de ser um gesto de coragem, indispensável a quem exerce um papel de liderança intelectual e política no conjunto das oposições. Com o artigo, FHC mostra que não está disposto a permanecer acuado pela ameaça do plebiscito e que vai enfrentar “o touro a unha”, como se dizia antigamente.

Ou seja, para ele, o embate plebiscitário que Lula propõe começou, sendo seu texto (e as reações que provocou no PT) apenas o primeiro round. É como se dissesse que, se é inevitável que a eleição presidencial deste ano se torne um plebiscito, que seja feito e que comece logo: “Podem vir quentes, que eu estou fervendo!”.

Foi Lula quem inventou essa ideia de eleição plebiscitária. Ainda no final de 2007, ele passou a defendê-la, afirmando que os eleitores deveriam ser convidados a fazer uma escolha na hora de votar: se estivessem de acordo com seu trabalho nos últimos 8 anos, que votassem na candidatura que representa sua continuidade. Quem gostasse dele, que votasse em Dilma.

Até aí, nada demais. É natural que um partido que está no governo tenha um candidato identificado com a continuação (ainda mais quando conta com mais de 80% de aprovação). Já vimos isso mil vezes no plano estadual e municipal, e ninguém acha estranho. Pode ser que o indicado seja uma pessoa conhecida, que já disputou eleições e tem notoriedade. Mas não necessariamente, pois o candidato do governo pode ser até um completo desconhecido. Vem daí a ideia de “poste”, que reaparece com frequência nas situações em que administrações bem-sucedidas são representadas por candidatos sem grande biografia.

Assim, depois de ter ficado oito anos no poder, nada mais compreensível que o PT tenha uma candidata cuja proposta básica é manter as coisas como estão. O fato de Dilma ser pouco conhecida pelo eleitorado é quase irrelevante, como foi no caso de vários outros candidatos com perfil semelhante (a maioria dos quais vitoriosa, é bom lembrar).

O interessante no plebiscito que Lula quer fazer acontece fora do PT. Para começar, ele pressupõe que o vasto condomínio partidário que se representa em seu governo se coligue formalmente em torno da ministra, o que tem como primeira consequência que o tempo de propaganda eleitoral de todos os partidos será somado e oferecido a ela. Hoje, pelo andar da carruagem, falta pouco para isso seja confirmado.

Mas o mais interessante é que o plebiscito não é, propriamente, algo que saiu de sua cabeça. Antes, é sua resposta a algo que ele considerava inevitável, a candidatura de Serra. Foi procurando se adaptar a ela que a estratégia do plebiscito foi elaborada.

Se as oposições estavam prontas a marchar unidas em torno do governador, ex-ministro e candidato sempre apoiado por FHC, o cenário de um plebiscito entre os dois presidentes estava montado. Bastava fazer o mesmo de seu lado, com sua colaboradora como candidata, que o eixo da eleição poderia ser deslocado para uma escolha entre quem foi melhor como presidente, Lula ou Fernando Henrique?

Ao longo da semana, o sistema político se posicionou nos termos do plebiscito desejado por Lula. Todas as oposições tiveram que se pronunciar, defendendo FHC e assumindo a defesa de seu governo. Do lado do presidente, foi com gosto que seus correligionários mostraram sua preferência por Lula.

O plebiscito, de fato, começou. O que o ex-presidente fez, ao aceitar o desafio do atual, concretiza o quadro imaginado por Lula. Será que FHC se sairá dele tão bem quanto imagina? Será que consegue recuperar sua imagem nos próximos 8 meses, fazendo o que não conseguiu nos últimos 8 anos?

Marcos Coimbra é diretor do Vox Populi (artigo publicado no Correio Braziliense).

11 respostas

  1. VAMOS AGUARDAR, EU ACREDITO QUE DO JEITO QUE ESTES CARAS DO ¨PSDB¨ SÃO CARAS DE PAU,ELES VÃO CONTINUAR COM AS MENTIRAS NA TV, JORNAL,RADIO,REVISTAS…, MESMO COM TUDO ISSO,SOU MAIS LULA.
    DILMA,WAGNER,GERALDO E J.CARLOS AQUELE ABRAÇO.VOCÊS SÃO 13.

  2. Parece que tem pessoas que fazem o partido político como se fosse time de futebol,tenho observado que pessoas como esse DU BATISTA, cada dia que passa cresce nesse país dizendo :Eu sou do PT-Eu sou do PSDB,as pessoas deveriam votar em candidatos independentes do partido que seja,que tenha uma certa prestação de serviço para com a população,se por acaso ficarem na mesma tecla nada vai mudar.

  3. Lula foi o melhor presidente que teve o Brasil.
    Se compararmos os números, fica clara a goleada que o operário aplica no sociólogo.
    Mas, vale lembrar que não houve passe de mágica. Lula herdou problemas, diversos. No entanto, o grande mérito do atual presidente foi perceber o que havia de bom e permanecer nos trilhos, além de dar um up nos programas existentes.
    Esta eleição marcará o fim dos governos personalistas e teremos, quiçá, um governo mais técnico e voltado às questões que o Lula não teve condições de tratar com mais detalhes, como a segurança pública, o desenvolvimento sustentável e a consolidação do Brasil como potência mundial a partir de investimentos em infraestrutura, melhorando nossos portos, aeroportos, estradas e outras possibilidades que serão necessárias para suprir a demanda desenvolvimentista.
    Viva o Brasil!

  4. Lula é uma farsa. Fernando Henrique Cardoso é que era um predidente de fato, que nos dá orgulho. Esse bebum que está no poder, só pensa em corrupção. É só olha o patrimônio dos filhos.Fora Lula! E essa candidata “boneca de ventríloco” é outra vergonha. Envolvida até a alma em corrupção na Petrobrás. Fora Dilma! Viva o Brasil!

  5. LEO COMO POR EX:AZEVEDO O CAPITAO O NOVO.VIU NO QUE DEU.VOCE MESMO DIZIA NEM FERNANDO NEM GERALDO E AI;AZEDOU.COITADA DE NOSSA ITABUNA;SOU MAIS WAGNER E DILMA.TIME Q ESTA GANHANDO NAO SE MUDA.COMERÇAR DO ZERO LEO,NEM PENSAR.VOTO 13

  6. O meu voto não vai para pessoas… minha escolha recai primeiramente nas idéias defendidas pelo partido, depois disso voto no número do candidato majoritário e depois posso escolher os candidatos aos cargos proporcionais ou simplesmente votar na legenda.

    As idéias do grupo atualmente no poder no Brasil e na Bahia são as melhores, no momento. O que menos importa nas atuais circunstâncias é o nome do partido.

    Meu voto será, portanto, plebiscitário: numa idéia que vem dando certo e que deve permanecer e melhorar (PT e demais progressistas com a política do bem-estar social), contra outra idéia que foi um fracasso (o neoliberalismo roxo do FHC, Serra, Jereissati, Guerra, revista Veja, Folha de São Paulo, Organizações Globo, a CIA norte-americana, etc.).

    Mesmo que não saibam o significado de plebiscito, a grande maioria dos brasleiros seguirá o voto pedido pelo Lula.

  7. Prezado Leo,
    É instintiva e até fz sentido esta idéia de votar em pessoas com “serviços prestados”, mas, permita-me dizer, sem querer ofender, é um tanto ingênua. Ninguém governa sozinho. Apesar de alguém ter que assumir a responsabilidade maior e ser o capitão (ops!) do navio, não faz nada sem ter uma equipe e uma base de sustentação, técnica e política, que age em consonância com um conjunto de idéias, estratégia e tática, definidos e acordados de antemão. Muito embora as coisas possam mudar com o tempo, há, tipicamente, idéias básicas a seguir e estas “idéias básicas” é que dão (ou deveriam dar) origem aos partidos.
    Por mais que se diga que os partidos “são todos iguais”, não há como negar que agremiações políticas como PT e DEM (por exemplo) têm idéias básicas bem diferentes, principalmente a ênfase maior nos interesses identificados com segmentos diferentes da população, formas de apropriação da riqueza do país, etc.
    Como pessoas mudam mais rápido que grupos inteiros, morrem, ficam doentes, velhos, etc, não faz sentido apostar o futuro de longo prazo (mesmo a eleição sendo de 4 em 4 anos, os efeitos se estendem) em indivíduos. Nas principais democracias, pouco a pouco as pessoas vão aprendendo que faz mais sentido fortalecer a idéia de grupos ideológicos, mesmo que, no fringir dos ovos, muitas das pessoas tendam a votar de modo mais emocional e subjetivo, principalmente os eleitores “independentes”. Isso faz parte. Às vezes é bom, às vezes desastroso. Para usar exemplos de fora, Bush foi eleito assim. Largamente apoiado pelos grupos conservador e ultraconservador, mas os votos que fizeram a diferença vieram mesmo de independentes que acharam ele mais “divertido” e “simpático” que Al Gore, tido como enfadonho e chato. Deu no que deu.

  8. Prezado José Anísio,
    Sem querer polemizar, lhe digo que a diferença entre FHC e Lula para as universidades públicas, CEFETs e para o sistema de ciência e tecnologia do Brasil foi abissal. E não foi a favor do sociólogo, que, ironicamente, já que foi professor, desprezou a educação superior e quase enterrou o ensino técnico no Brasil.
    Gostos pessoais à parte, isso é inegável. Quanto à Dilma, pesa a seu favor ter crescido na administração pelo seu trabalho e sua capacidade de enfrentar “estrelas” mais conhecidas e fortes no governo, tecnicamente. Também tem no histórico a demonstração de coragem de ter enfrentado a ditadura, ter sido torturada e não desistir. Não me parece o perfil de quem aceitaria ser marionete de ninguém. Está pegando carona na popularidade do Lula, o que é normal e lógico, já que é a candidata dele.

  9. MEU CARO LEO, QUANDO SE OPTA POR UM TIME DE FUTEBOL VOCÊ BUSCA UM MEIO DE DIVERSÃO OU ATÉ MESMO PARA SACANEAR ALGUNS COLEGAS, MAS COM O PARTIDO POLITICO É DIFERENTE VOCÊ DEFENDE UMA IDEOLOGIA, UM PESSAMENTO QUE ATRAVÉS DESTE PARTIDO ESCOLHIDO, POSSA HAVER ALGUMAS SOLUÇÕES PARA OS CRONICOS PROBLEMAS QUE ESISTA OU VENHA A ESISTIR EM SEU MUNICÍPIO, ESTADO OU ATÉ MESMO NO SEU PAIS, COMO ERA O QUE ACONTECIA COM NOSSO QUANDO ERA GERIDO PELO¨PSDB¨, MAS GRAÇAS A DEUS E O AMADURECIMENTO DESTA POPULAÇÃO QUE ESTAVA MUITO CANSADA DE SOFRER NAS MÃOS DAQUELES QUE SÓ SABEM OLHAR PARA A PONTA DO PRÓPRIO NARIZ, NÓS BRASILEIROS,BOTAMOS ESTA TURMA PARA CORRER E ELEGEMOS LULA PRESIDENTE DO NOSSO AMADO PAIS,E AGORA ESSES MESMOS BRASILEIROS VAI DIZER NÃO AOS OPORTUNISTAS DE PLANTÃO QUE QUEREM VOLTAR. MAS DEUS É PAI E NÃO PADASTRO,É POR ISSO QUE EU DIGO, DILMA 2010, WAGNER 2010,GERALDO 2010 E J.CARLOS 2010. VALEU?

  10. aposto minha vida, q dilma n sera presidente cm a constituicao determina;

    traduzindo… msm q ela ganhe, ela n termina o mandato, tamanhu o caos aflorado por uma ditadura q n mais vai ser disfarcada.

    o PT tem tantos quadros i escolhe um dos piores, alias, q quadro? ela n tem pode se chamar d um quadro dentro do partido, n tem historia dentro da militancia nem c mandatos publicos… =/

    aloprados, parem d qrer se perpetuar no poder i se realmente o PT tem um projeto d governo, pq n fecham c a marina? pq ela n saiu cm candidata do partido? pq a maioria dos melhores quadros do partido veem se desfiliando? pq o partido q ta no poder na esfera federal i estadual perdi liderancas importantes? sao questionamentos que deveriam ser feito pela populacao i por essa imprensa (na maioria) morron.

    reflitam… i abraco a tds!

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