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Vista aérea da Ponta da Tulha, no litoral norte ilheense (foto Catucadas)

A disputa em torno do belíssimo litoral norte ilheense, chegando até Serra Grande (Uruçuca) e Serra do Conduru (Ilhéus,Uruçuca e Itacaré), provoca debates quentes.

De um lado, os arautos do desenvolvimento, que admitem alguma perda ambiental, diante de um benefício mais expressivo para a economia da região. Do outro, gente que se afirma ambientalista, mas tem uma postura estranha: não defende necessariamente a preservação, mas repele investimentos que não tenham a ver com o setor hoteleiro.

Há informações de que um grande campo de golfe, cuja construção resultaria no desmatamento de 280 hectares de restingas, conta com o apoio (ou o silêncio) de um grande número desses ambientalistas. Já o Terminal Marítimo da Ponta da Tulha enfrenta forte resistência dos “verdes”.

Esse estranho tipo de ecologista conta com apoio pesado, em termos financeiros. De figuras, por exemplo, como o empresário Guilherme Leal, sócio da empresa de cosméticos Natura e possível candidato a vice-presidente na futura chapa de Marina Silva (PV).

7 respostas

  1. Tem gente vivendo século XXI com a cabeça no início do século passado.

    A mudança de paradigmas no tocante a conservação do meio ambiente é assunto de extrema importância. Entretanto, não passa por um retorno e muito menos um estacionamento no tempo para ficar assistindo a rápida passagem do “vagão” da tecnologia sem nele embarcar.

    Essa mudança inclui uma questão fundamental relacionada ao extrativismo. Quanto menor a necessidade de sobrevivência pelo extrativismo, maiores serão as possibilidades de preservação dos recursos naturais. E a vinda do Complexo Intermodal Porto Sul e da ZPE – em combinação com a recente inauguração do Gasene – são extraordinárias oportunidades de redução do extrativismo e da melhoria da condição de vida de muitas famílias.

    Caranguejos, guaiamus, aratus, ostras, sururus, lambretas são espécies cuja preservação se vê ameaçada pela sobrepesca em todo o litoral de nossa Região por conta do avanço do extrativismo.

    Uma grande lição foi o ocorrido na cidade de Canavieiras, – antes considerada a “capital do caranguejo”. Essa espécie de crustáceo vem tendo o seu tamanho reduzido ao ponto de, nos dias atuais, ter ficado difícil encontrar exemplares com cinco centímetros de carapaça – tamanho mínimo autorizado para captura e comercialização.

    Canavieiras trocou o desenvolvimento econômico – cinco hotéis e resorts que estavam para ser construídos no município em 2007 – pelo extrativismo quando optou por transformar mais de 100.000 hectares de áreas litorâneas numa Reserva Extrativista (ResEx).

    Sem as possibilidades de novos empregos proporcionados pelos equipamentos turísticos que foram rechaçados pela ResEx, ocorreu o aumento da necessidade das famílias sobreviverem, cada dia mais, dos recursos naturais – em especial crustáceos e peixes – impondo um impacto negativo cada dia mais prejudicial ao bioma daquele município.

    No ano passado, estimativas feitas pelos órgãos ambientais, contabilizavam a captura de mais de 200.000 (duzentos mil) caranguejos/mês, o que corresponde a 2000.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) caranguejos/ano.

    Essa contabilização só incluiu os animais que saem de Canavieiras para diversas outras cidades da Bahia e até de outros Estados. Com isso, os caranguejos capturados para a venda interna e a confecção de “catado” não entraram na conta.

    Espero que a população de Ilhéus não permita que o mesmo venha a ocorrer em sua cidade.

    Para isso, faz-se necessário que o povo ilheense não titubeie quando da decisão e do apoio aos novos empreendimentos que estão por vir. Faz-se necessário que, urgentemente, o povo ilheense se manifeste contra as tentativas de impedimento promovidas por profissionais do ambientalismo, baseadas em falsos argumentos.

    Os profissionais do ambientalismo são pessoas que sobrevivem a soldo de grupos estrangeiros e só enxergam os seus próprios interesses, que são os mesmos dos grupos que representam e defendem. Essas pessoas não tem compromisso com a população e ainda se utilizam-se, de forma cínica e despudorada, dos mais humildes como massa de manobra. É o que tem sido observado nas recentes audiências públicas realizadas na cidade de Ilhéus.

  2. ERRATA:

    Solicito ao Redator a seguinte correção em minha última postagem:

    Onde se lê: “…e ainda se utilizam-se, de forma cínica…”; Leia-se: “…e ainda utilizam-se, de forma cínica…”

    Obrigado,

    Souza Neto

  3. Parabéns pelos argumentos Souza Neto. Pode campo de golfe, mas não pode nenhuma outra coisa. Quanto esses ambientalistas estão levando pelas redes hoteleiras para defenderem o “ambiente”, hein?

  4. Souza neto voce está redondamente enganado. foi a pressão turistica que aumentou a pressão aos carangueijos. e trocentos novos hoteis anunciados por voce como solução iam apenas agravar o problema

  5. “Tem gente vivendo século XXI com a cabeça no início do século passado.”

    nisso eu concordo, esse desenvolvementismo sem ligar para o meio ambiente é coisa do final do seculo XIX e inicio do seculo XX

  6. Caro Pimenta na Muqueca,

    Venho atreves dessa, trazer minha moção de repudio a sua breve nota, classificando de tendenciosos, as pessoas que lutam por um mundo mais sustentável e por um novo paradigma econômico mais igualitário no sul da Bahia.

    Isso demonstra a sua falta de inserção na comunidade litorânea de Serra Grande, Itacaré e Ilhéus, lamento sua visão desfocada e cartesiana, os números não movem a nossa luta por um lugar melhor para se viver!

    A luta pela Mata Atlântica e sua preservação é de todos os que integram as comunidades de Serra Grande, Itacaré, e litoral Norte de Ilhéus. ( AMORVIJU, Mecenas da Vida, Associação de Moradores e Moradoras da Beira Rio da Represa – AMBRR, Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Serra Grande, Associação dos Pescadores e Marisqueiras de Serra Grande, Associação Pedagógica Dendê da Serra, Instituto Floresta Viva, Ynamata, Casa do Boneco, Associação Ação Ilhéus, Casa dos Artista, Rede de Associações de Serra Grande…

    Esperamos, que em suas reportagens a nossa região, esteja imbuídas dos princípios éticos da moralidade e transparência e coerência!

    Com preito de Amizade;

    Marcel dos Santos

    Presidente da Associação AMBRR

    Presidente da Rede de Associações de Serra Grande

  7. A estoria e antiga, vamos oferecer dificuldade , para vender facilidade. Essa turma de ambientalistas de ultima hora esta querendo mesmo e extorquir algum da BAMIN pra compensar o que eles deixarao de ganhar com a especulaçao imobiliaria. So nao ver quem nao quer.

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