Daniel Thame
Se uma imagem vale mais do que mil palavras, como diz o chavão, ainda que uma palavra possa também valer mais do que mil imagens, só há uma palavra que talvez traduza a foto de Oziel Aragão: dor.
A dor de uma mãe impotente diante da morte brutal do filho único, um jovem de apenas 18 anos, executado com 20 tiros, na porta de casa.
Quase um tiro para cada ano da breve vida do rapaz.
Como têm sido breves as vidas dos nossos adolescentes e dos nossos jovens, abatidos em pleno voo pela brutalidade, empurrados pela falta de oportunidades para a estrada invariavelmente de mão única das drogas e da marginalidade.
Sim, o jovem assassinado tinha envolvimento com o tráfico de drogas e sua morte, pela forma como ocorreu, tem todas as características de vingança.
Mas o que chama a atenção e nos remete a uma reflexão não é necessariamente o corpo ensangüentado e sem vida, estendido no chão.
É o desespero, indescritível, da mãe diante do filho que se foi precocemente.
Ela, na sua dor que dói em todos nós, reflete um pouco da dor de tantos pais e tantas mães que vêem, impotentes, seus filhos queridos se desviarem para o caminho errado, não raramente por falta de oportunidades de seguirem o caminho certo.
A dor da mãe, que a foto faz doer ainda mais, é daquelas coisas que desmontam qualquer teoria simplista.
Reflete a dor de todos os que não caem na armadilha simplista de que se trata de um marginal a menos, porque poderia haver sim um marginal a menos se esse e tantos jovens não tivessem, primeiro no consumo de drogas e depois no tráfico e seus subprodutos, a saída para a exclusão em que quase sempre vivem.
A dor da mãe, que a foto faz doer ainda mais, é daquelas coisas que desmontam qualquer teoria simplista, porque não se trata de um simples caso de polícia (ou da falta de polícia) e sim de algo mais amplo.
Que passa, necessariamente, pelo comprometimento das autoridades e de toda a sociedade, para que habitemos uma cidade, um estado, um país e um planeta onde a desigualdade não empurre tantos jovens para a carnificina.
Nem produza cenas como a dessa mãe diante do filho morto, em que um jovem tenta amparar a mulher e um cachorro, se inteligência tivesse, certamente estaria a conjeturar quem são os verdadeiros animais.
Daniel Thame é jornalista e autor do livro Vassoura.
Leia também www.danielthame.blogspot.com
21 respostas
Essa fto é muito marcante, muito fore… o desespero de uma mãe que chora diante do filho marginal, drogado, viciado, que provavelmente fez muitas outras mães chorarem MAS, que continua sendo seu filho, um filho amado, querido. A gente não escolhe os caminhos que os filhos vão seguir, se pudessemos colocariamos eles em nosso colo sempre e traçariamos os caminhos a seguir mas não cabe a nós tal decisão, cabe a eles. Cabe a nós educarmos, darmos limites, vigiarmos, mas se naõ queserem seguir infelizmente não nos resta nada além de vivermos nossas vidas. Não sei o histórico dessa mãe, qual foi a criação que ela deu a esse filho, mas independente disso, se foi uma boa ou má criação ela é mãe e eu tb sou, por isso sofro junto com ela e peço a Deus que a console.
É Claro e notório que os indices de violência estao altissimos, e quem deve tentar reverter esse quadro é o poder publico, para isso pagamos impostos e outorgamos isso de 4 em 4 anos. Mas também tem uma coisa que precisamos levar em conta, é a grande quantidade de pais e mães que apenas produzem filhos, sem se importar com o minimo necessário(educaçao, carater, familia, deus).
Uma politica para enquadrar esses pais através da justiça traria resultados a longo prazo, porque muitos apenas querem garantir uma bolsa qualquer coisa e outros nao tem nem conciencia do prejuizo para a sociedade.
“morte brutal do filho único, um jovem de apenas 18 anos, executado com 20 tiros, na porta de casa”
esta defendendo um vagabundo? ele tem que morrer, quem planta o mal, colhe o mal.
e oura, essa ai sabia a vida que o filho levava, e outra, ela é também uma usuária!
Parabéns Daniel, tudo que disser será redundância.
Que Deus comforte o coração dessa mãe …………………….
Mas sobre esse comportamento diante do filho morto.
vcs dirião que eu coração se eu for comentar o que eu quero………..
Primeiro:
Meus parabéns a Daniel Thame, meu sonho é ser igual a você quando eu crescer rsrsrs muita bonita as palavras nesse reportagem !
Parabéns mesmo era exatamente isso que estava faltando diante aos comentarios na foto na reportagem anterior referente ao proprio Léo Churrasco…
Segundo:
Tudo que se resulme á esse jovem é a musica de Gabriel O pensador !!
”Mais uma vida jogada fora, um coração que ja não bate mais, descance em paz, sonhos que vão embora antes da hora, sonhos que ficam pra tras, mais uma vitima de um mundo violento…”
Ela deveria ter educado melhor o filho,cuidado mais, para que não virasse marginal. Afinal marginal bom é marginal morto.
Que o senhor Deus traga, conforto e resiguinação a esta sofrida mãe, é de corta o coração esta foto, e acima de tudo demonstra o que é uma Mãe, Mãe é tudo na nossa vida. Senho Deus o abençoi.
quem, tem ou teve um Pinche, sabe q ele nao estava ali por esta.
Por incrível que pareça existe dor pior. São as das drogas legais. O álcool, por exemplo, mata muito mais que tiros de bandidos. Sem contar a dor da alma e traumas dos que sofrem com os alcoólatras. Essa imagem pode ser comparada com outra de um bêbado morto preso às ferragens de seu carro.
Qual o jovem ou até mesmo criança, que infelizmente sem formação, quer estudar e trabalhar dignamente recebendo R$900,00 por dia no tráfico?
Sou a favor da legalização das drogas. Assim os grandes traficantes tornar-se-iam empresários pagando impostos ao governo (compreende?) e seus funcionários não precisariam andar armados protegendo suas bocas da concorrência ou da polícia.
Assim, iria comprar quem quisesse igualmente a cerveja, corote etc.
Não mudaria em nada os estragos à saúde, mas que reduziria a violência por conta do tráfico isso sim.
Excelente nobre Daniel Thame, faço das suas “palavras” as minhas….
Parabéns pela matéria.
Henrique Menezes
henriquedeilheus@hotmail.com
Parabens ao sr.Daniel Thame,sao as verdadeiras palavras.,mais vale lembrar tamben as palavras do sr. ( PR.SILAS MALAFAIA ) vc.que é pai,vc.que é mae faça seu filho chorar hoje,para vc.nao chorar amanhã.
Caro amigo Daniel Thame, esse rapaz não era filho único, essa senhora ja teve outro filho morto com 5 tiros, foi o primeiro elemento com nome de churrasco da região “fabricio churrasco”, mataram com 5 tiros, suas palavras refletem a maioria das criaçãoes de hoje em dia, onde crianças ficam a vontade para fazerem o que bem entederem de suas vidas sem ao menos ter idade pra saber o certo e o errado e ainda contam com o apoio de muitos pais, ai vc já sabe né dá nisso aí, que saudades das antigas criações, ta tudo mudando pra pior, pespectiva de melhora? neunhummmma.
E DIGO MAIS, PAIS FIQUEM ATENTOS AOS SEUS FILHOS, QUANTO AO CRESCIMENTO, AS “AMIZADES”, ONDE ANDÃO, AS LIBERDADES. DEIXEM A NOVELA DE LADO, A CERVEJINHA,AS FESTAS DE CARNAVAL E PRESTEM MAIS A ATENÇÃO EM SEUS FILHOS. FILHO É UM INVESTIMENTO A LONGO PRAZO, ENTÃO DEPOIS DO OCORRIDO NÃO TEM NEM CHORO NEM VELAS. NEM POESIA E NEM EMOÇÕES PODEM TRAZER DE VOLTA OS FILHOS QUE FORAM MAL INSTRUIDOS DE VOLTA DA MORTE.
eu tenho a minha opinião,se existe droga.se existe desvio dessa juventude que hoje esta a merce das drogas é porque os nossos politicos não estã nem ai pra solução de problemas sociais,primeiro temos que tirar esses marginais que estão no poder,depois extirpar esse cancer que é o craker que tomou conta da nossa juventude,ou então,voltar a ditadura
Quero parabenizar o escritor e reporter Daniel Thame pelas sabias palavras de um cidadão que ainda demostra consciencia e dor ao ver um corpo estirado no chão. Não se ofenda Daniel! O que quero colocar é que já estamos ficando acostumados ao ver estas senas se repetindo dia a dia nos noticiarios da nossa cidade, estado e pais.Será que vivemos em uma grande guerra social , e eu pergunto: POr onde anda as autoridades políticas, jurídicas e as igrejas? O que devemos fazer para sanar conpletamente este mal?Como devemos proteger a nossa família? Percebemos as autoridades inioerantes diante das lei obsoletas ( prende solta prende solta), as iguejas pensam apenas em disputar umas com as outras e percebo que esse desequilíbrio geral empurrando e derrubando os muros das nossas ESCOLAS.Onde vamos parar????
Ensina o caminho em que o menino deve andar, quando cresece não desviara
vc.que é pai,vc.que é mae faça seu filho chorar hoje,para vc.nao chorar amanhã.Como eu chorei ao ver esta sena lamentavel…Parabens a Daniel
Muita linda a sua mensagem, vc é realmente uma pessoa humana!!!
Parabéns!!!
Montros politicos a culpa é de vcs que não investe nada em educação, esporte e lazer mas preferem roubar nosso dinheiro em cuecas meias e malas. Não ofereçem oportunidades para o jovem que enxergam nas drogas um caminho fácil.
Gostaria de parabenizar o repórter fotográfico pela sensibilidade em conseguir enxergar algo que possa ser refletido por todos, e não somente um corpo estendido no chão como já estamos acostumados. Parabenizo também o Daniel pelas palavras qeu encaixam ao retrato.
Lamentavel mesmo é a sequencia de tudo isso, pq não adianta nada, ficarão apenas as palavras, pq as atitudes nunca chegarão dos nossos politicos que são so verdadeiros culpados.