Tempo de leitura: 4 minutos

Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br
É chegado o fim de ano, e nesta época, costumeiramente, sempre fazemos uma reflexão sobre os trezentos e tantos dias passados. Reflexão sempre é benéfica, pois analisamos a vida completa, os erros e acertos, as perdas e ganhos. Mas a simples análise, por si só, não vale nada caso não procuremos mudar nos quesitos erros e perdas.
Pois é. Com base nessa premissa, faço minhas reflexões, sobretudo pelos recados que me mandam, seja pessoalmente ou através de e-mails e comentários no CIA DA NOTÍCIA ou outros sites que publicam nossos artigos. Ultimamente, alguns têm me dado conselhos, notadamente quando o assunto é Prefeitura de Itabuna, ou melhor, a atual administração.
Em outra direção, também ouço que não devo parar com meus comentários nos artigos acerca da situação de Itabuna – péssima por sinal –, sem qualquer tendência de dar uma guinada e melhorar. Essas pessoas acreditam que estou prestando um serviço à sociedade e que tenho coragem suficiente para emitir juízo de valor sobre os acontecimentos políticos.
Alguns veem em mim – segundo dizem – um fiscal da sociedade, diante das denúncias que temos feito ao longo do tempo. Mas não são todos, pelo contrário, outros fazem coro acentuando minha condição de ingrato, que “cospe no prato em que comeu”, dada a minha condição de ex-secretário de Assuntos Governamentais e Comunicação Social do atual governo.
É muita coisa para refletir e é preciso muito cuidado para não tomar um caminho contrário aos meus princípios ou continuar praticando – se é que assim o faço – perversidade, falseando a verdade e atentando contra a moral de pessoas. Não tenho essa índole, garanto-lhes, embora não possa negar que possuo o sentimento de indignação, principalmente diante de fatos que não dignificam a vida pública.
Talvez por isso continue exercendo a difícil profissão de jornalista, com erros e acertos, é verdade, mas nunca praticando a injustiça. Posso ter cometido algumas no decorrer de minha vida, embora de forma inconsciente. Porém, mesmo fora do jornalismo, trabalhei na mesma Prefeitura de Itabuna no cargo de procurador-jurídico, exercendo meu mister com dignidade.
Apesar de acreditar e considerar essencial a hierarquia, na prefeitura ou em outro órgão público, não considero ter patrão e sim chefe, superior imediato. Também é bom esclarecer que nunca exerci cargos apenas para me aproveitar e gozar de bons salários – ou vencimentos – sem dar minha contrapartida.
Minha conduta é essa e, quando avalio que daquele momento para frente não terei a condição de realizar um bom trabalho, seja por qual motivo, me despeço. Faço e farei isso em cargos comissionados ou do quadro permanente, desprezando estabilidade ou vantagens financeiras. Assim tenho pautado minha vida, em todos os locais onde trabalhei.
Digo isso tudo – não como verborragia – para afirmar que continuarei a minha carreira como jornalista – ou advogado, junto ou concomitantemente – com todas as prerrogativas ou características de indignação. Aos que perguntam por qual motivo não fazia as críticas ao Capitão Azevedo antes, respondo: fazia, sim, só que em outro ambiente, na tentativa de ser ouvido e mudar os rumos do governo, e disso nunca abri mão.
Mas fui impotente, tanto assim que, como se diz na gíria, “pedi meu boné e caí fora”. Só que com a mesma dignidade que entrei. Porém, para grande parte das pessoas que não acompanharam, pari passu, a luta diária que eu e outros colegas empreendíamos, é difícil entender.
Mas isso é passado, e como jornalista não poderia me dar ao direito de fechar os olhos para os acontecimentos. Pelo contrário, tenho que narrar os fatos, comentar as situações, informar à sociedade. É assim que funciona. Não estou sendo antiético, apenas “mudei de lado do balcão”, deixando de militar numa assessoria para estar na linha de frente de um ou mais veículos de comunicação. Assim como o prefeito diz que existem bons e maus jornalistas, nós também dizemos o mesmo: “existem bons e maus prefeitos”. Até aí, nada de mais.
Apesar das minhas constantes críticas, procuro não escrever mentiras, apurar as notícias, não ridicularizar pessoas, mas contar toda a verdade, doa em quem doer. O homem público, para chegar ao cargo que pretendeu, traçou metas, garantiu ao povo o que faria, quais as suas prioridades, qual a sua forma de agir. Caso não cumpra o prometido, cumpre à sociedade cobrar dos dirigentes as promessas feitas.
Ora, se à Polícia, ao Ministério Público, cabe investigar os desvios – de conduta ou de recursos – dos governantes e entregar à Justiça para julgá-los, por que não deve o jornalista a cumprir seu papel de informar à sociedade? Não podemos nos esquecer que todos os órgãos aqui citados são importantes instrumentos de controle social, principalmente com a tecnologia hoje existente.
Para encerrar, gostaria de lembrar um velho ditado: “quem não deve, não teme”. Elogios fáceis somente são feitos por aqueles que têm o que pedir em troca. Seja qual for o tipo de pagamento. O meu, continuo querendo em forma de respeito.
Feliz Natal, Capitão Azevedo, espero que sua conduta mude e eu possa abordar outros assuntos, sobretudo os que seriam benéficos à sociedade itabunense. No mais, que seus admiradores também aprendam essa lição.
Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do Cia da Notícia.

8 respostas

  1. Pois é, Walmir Rosário, você foi um dos responsáveis pela “maquiagem” da figura “quixotesca” de Azevedo, esse individuo desqualificado que chegou a posição de prefeito de uma das cidades mais importantes da Bahia, e que pessoas com o mínimo de bom senso sabiam que o mesmo não tinha a menor competência para função.
    Walmir Rosário fiel escudeiro, “pulou do barco” e agora tenta passar a imagem de um dos primeiros a ver “o fundo do poço” que ele mesmo ajudou a criar.

  2. Walmir tem dignidade e não tem medo de JOELMAS, AZEVEDOS E PINHEIROS. TEM QUE DENUNCIAR MESMO O DESCASO QUE ANDA ACONTECENDO EM NOSSA CIDADE. PARABÉNS WALMIR PELAS REFLEXÕES.

  3. paz e bem
    QUE EM 2011 VC WALMIR ROSARIO
    CONTINUI NOS AJUDANDO COM SEUS COMENTRIOS EMCIMA DA VERDDE E DA SABEDORIA QUE DEUS TE DEU.
    ITABUNA ESTA NECESSITADA DE MOISES, TIRADENTES
    ITABUNA E UMA CIDADE DE QUASSE 100 ANOS, ORFA DE POLITICOS QUE A DEFENDA DO MAL CARATISMO POLITIQUIRO, PARECE QUE OS POLITICOS NO GERAL SÓ LEMBRA DE ITABUNA EM EPOCA ELEITOREIRA, ATE MESMO OS QUE MORRAM FORA.
    TUDO QUE VC COMENTOU NO TRANCORRER DESTE ANO SOBRE A ADMINISTRAÇAO ITABUNESE NESTE ANO, FOI SOMENTE A REALIDADE. PARABENS. BOM NATAL .

  4. Aproveito o Feliz Natal de Walmir Rosário para fazer um simples elogio a este blog;
    O Pimenta na Muqueca tem sido um verdadeiro instrumento de comunicação social;Imparcial,autêntico e interativo,tem mostrado como se faz uma verdadeira comunicação.Itabuna e região estam de parabéns por este trabalho sério e competente desses “meninos”,Ricardo & Cia…
    Sou de Itabuna (B:São Pedro) e faço Mestrado em SP.Antes de dormir e acoradar tenho de acessar Seu Pimenta.
    Feliz Natal e um 2011 de grandes realizações…

  5. Não vejo impacialidade da parte do pimenta, se for para falar de Geraldo Simões, isso não tenho dúvida, GS vai ser feliz pro resto da vida. Geraldo como deputado não trouxe nenhuma verba para beneficiar a nossa cidade. Quando foi que o pimenta relatou essa falta de compromisso com Itabuna?

  6. Amigo Pedro;
    Elogio o Pimenta por sua atuação profissional que verdadeiramente é imparcial.Se os meios de imprensa for falar de GS,vai ter que falar de Fernando,Azevedo,”Porquinho”,”finado” Pedro Egídio,aí não vai sobrar espaço para as coisas interessantes,se comparar o Pimenta com a rádio dos Gomes,ou a de Barbosinha vc vai ver que Seu Pimente é o melhor meio de comunicação da região.Tenha a corage de reconhecer!!
    Abraços Feliz Ano Novo.

  7. Caro walmir: muitos de meus colegas não tiveram um natal que esperava, pois o prefeito de Ilhéus o “Newton boneca”, não pagou o 13º dos funcionários contratados da secretaria de assistência social e da saúde, pois vivemos uma ditadura em nosso município esse nojento está fazendo o que quer na cidade e ninguém faz nada voltamos aos anos 60, no começo da ditadura. isso é uma vergonha!

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *