Tempo de leitura: 2 minutosDaniel Thame | www.danielthame.blogspot.com
Estava eu curtindo a virada de ano no paraíso que é a Península de Maraú, quando resolvi comprar umas latinhas de cerveja num mercadinho de Saquaíra.
Ao passar em frente a um bar, tive mais uma vez a confirmação de que a musica baiana, que já nos deu João Gilberto, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Gilberto Gil e hoje nos brinda com Psirico, Parangolé e É o Tchan (sim, eles estão vivos!) é imbatível no quesito baixaria.
Quem acha que a tal “mainha, eu tô com um pepino, meu pepino é muito grande, você tem que resolver” (hit edipiano do momento) era o fundo do poço, ainda não ouviu o que eu ouvi. Mas vai ouvir, porque o lixo se alastra mais do que o mosquito da dengue…
Trata-se de uma música (?) em que a letra (?) diz mais ou menos o seguinte:
A moça trabalhava numa loja chamada B… (digamos que era uma loja de bolsas, para que se chegue mais facilmente ao nome em questão), sem carteira assinada. Quando perdeu o emprego e foi reclamar os direitos trabalhistas, o patrão fez graça:
-Mostre a sua moral, bote a B… no pau.
A rima já é medonha, mas tem mais. O refrão da música, repetido à exaustão, é
-Bote a B… no pau, bote a B… no pau, bote a B…no pau…
Enfim, o axé, o arrocha e seus derivativos são coisa de quem tem dois neurônios, sendo que um está permanentemente de férias e outro se encontra em sono profundo.
Em tempo: caso a moça resolva mesmo botar a B… no pau, do jeito que alguns juízes do trabalho produzem aquilo com que os bebês alimentam a indústria de fraldas descartáveis, vai acabar é tomando…
Melhor parar por aqui, antes que saia inspiração involuntária para outra música do gênero.
Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor de Vassoura.