Tempo de leitura: 2 minutosDe um lado, vejo Juçara pronta, ávida, só aguardando a sua vez de assumir essa cidade massacrada pelo desdém. Do outro lado, vejo Maria Alice sempre atuante.
Manuela Berbert
A mulher deixou de ser o sexo frágil há muito tempo. Hoje, ela sai para trabalhar, estuda, monitora o crescimento dos filhos, paga suas contas e ainda arranja tempo para cuidar de si. Cansei só de escrever e imaginar tanta atividade diária, mas essa é a realidade.
Antigamente, eu poderia citar uma enorme lista de profissões exercidas apenas pelo sexo masculino, mas, hoje em dia, encontrar uma delas tem se tornado uma tarefa mais complexa. As mulheres andam se esforçando cada vez mais para não deixar dúvidas quanto à sua competência, e isso inclui, claro, a política.
Não é novidade que a mulher dos governos do ex-prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, sempre foi Maria Alice. De olhar profundo e voz firme, foi temida e respeitada por todos. Não é novidade também que foi graças a ela que o atual prefeito, Capitão Azevedo, ganhou as eleições. Suas articulações são certeiras. Sempre foram. Tanto que hoje, depois dessa rejeição toda que sua administração está enfrentando, quem foi chamada para apaziguar os ânimos e dar as cartas? Ela, Dona Maria Alice.
Do outro lado, no meu sempre humilde ponto de vista, temos duas dúvidas e uma certeza. A primeira dúvida é se o PCdoB vai conseguir manter-se independente do PT nas próximas eleições. A segunda é, caso consiga, quem eles vão indicar para prefeito daqui. Quanto à certeza, é a de que o PT vai lançar, mais uma vez, Juçara Feitosa. E ela já anda até comandando reuniões do diretório e circulando por aí.
Eu defendi a ideia de um novo líder, mas não estou conseguindo enxergar essa possibilidade. A política local é fechada, traçada, pensada sempre pelas mesmas mentes inquietas. E em menos de dois anos, caro fiel leitor, me rendo à hipótese de não haver mudança. A menos que seja de gênero. Em tempos de Dilma presidente, quem sabe? De um lado, vejo Juçara pronta, ávida, só aguardando a sua vez de assumir essa cidade massacrada pelo desdém. Do outro lado, vejo Maria Alice sempre atuante, embora não saiba qual seja sua verdadeira vontade hoje.
Como observadora do cotidiano, gostaria de ver esse embate. Como cidadã itabunense, apostaria na sensibilidade feminina. Como jornalista, sinceramente, eu queria muito ver esse circo todo pegar fogo…
Manuela Berbert é jornalista, estudante de Direito e colunista da Contudo.