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Marcus Vinícius Anjos | mvanjos@oi.com.br

Não foi o Brasil que conquistou maior evidência, mas a Inglaterra que perdeu expressão.

As linhas a seguir tentam destrinchar e provocar alguma reflexão sobre a mudança recente na lista das maiores economias do mundo, em que o PIB Brasileiro ultrapassou o da Grã-Bretanha. Buscou-se com o texto, desmistificar algumas distorções sobre o significado deste episódio, bastante alardeado pela grande imprensa e, mostrar como as implicações da recente crise econômica mundial interferiram neste contexto.
Em uma análise fria, desprovida do aparelhamento ideológico e da ufania política, logo se perceberá que tal fato é de pouca ou nenhuma relevância para a Economia Brasileira atual, pois seu crescimento no ano de 2011 ficou abaixo do esperado. O que de fato mereceria destaque nesse episódio é o encolhimento da condição Britânica, mais um reflexo do desmoronamento da economia européia e suas conseqüências na retração do consumo, na estagnação e até recessão interna. Portanto, não foi o Brasil que conquistou maior evidência, mas a Inglaterra que perdeu expressão.
O que se deve questionar agora é como o Brasil, territorialmente maior e muito mais favorecido pela natureza em recursos, conseguia ter um desempenho econômico inferior por tanto tempo? A Inglaterra começou a perder força no final do século XIX, já no início do século XX seria ultrapassado pela economia dos EUA, afastando-se por definitivo da posição hegemônica na expansão econômica mundial, que conquistara através de suas revoluções industriais.
Mas mesmo perdendo uma posição no ranking os ingleses têm muitos mais motivos para se orgulhar de sua economia, do que os brasileiros têm dessa ascensão na lista. O PIB per capta da Grã-Bretanha é quatro vezes maior que o do Brasil. Um Britânico médio ganha quatro vezes mais que o brasileiro médio, seu salário mínimo também é, cerca de quatro vezes maior em comparação ao do Brasil. Seu sistema de saúde é modelo para o mundo, sua educação, ao lado da França e Alemanha, é das mais reconhecidas em eficiência e qualidade. Sua infra-estrutura urbana já há muito superior, ao contrário do Brasil, continua sendo alvo de crescentes investimentos em saneamento, transportes e urbanismo.
Essa aparente conquista brasileira precisa ser de fato analisada a partir do seu contexto. Ao contrário do que muitos pensam e defendem fervorosamente, este surto de crescimento econômico experimentado recentemente pelo Brasil, têm pouca ou nenhuma correlação com as políticas econômicas do Governo adotadas nos últimos anos. Ele é reflexo de fatores muito mais circunstanciais, de conjuntura internacional, do que de algum esforço direcionado para estimular e controlar a economia.
Há uma significativa mudança em curso na ordem capitalista mundial, a reorientação de capitais realizada nos anos noventa, em pleno auge neoliberal, resultou na proliferação dos processos de colisão, realinhamento, fusões e aquisições entre empresas, proporcionando o maior nível de concentração de capitais que já se viu. Atualmente, não mais que oitenta grupos e conglomerados controlam praticamente todos os fluxos monetários do planeta, seja no financiamento e circulação da produção ou na especulação financeira.
Esse novo padrão de geração e acumulação de riquezas, muito estruturado na volatilidade de capitais e na especulação financeira, que emergiu no final dos anos noventa, logo se deparou com a frágil iniciativa dos Estados na formação dos blocos regionais. Foi assim com a conturbada unificação européia e a criação do “Euro”, concebido para ser uma moeda hegemônica em alternativa ao dólar, herdou muitas tensões internas e diversos desequilíbrios regionais, cuja superação representava o seu maior desafio.
Os controladores dos grandes capitais concentrados perceberam, já no meado dos anos noventa, o cenário futuro conturbado nas economias dos países centrais (tidos por desenvolvidos). Além da inflexão demográfica nas taxas de crescimento populacional, tornando-se negativa para vários países, o alto nível de endividamento dos governos e das famílias trouxe muitas ameaças à estabilidade e à liquidez dos empreendimentos, alterando o comportamento capitalista, obrigando a reorientação de investimento para novos territórios, cuja perspectiva demográfica e o nível de comprometimento dos ativos, pudessem continuar alimentando as taxas de lucros crescentes desses empresários.
É neste contexto, que Brasil, China, Rússia e Índia se tornaram eleitos (convidados), dotados de muitos recursos naturais, com grandes mercados internos em potencial e margem atrativa de endividamento para expansão da economia, passaram a oferecer condições mais convenientes a investidores e empresários. Ao iniciarem um processo de migração dos capitais, os grandes grupos e conglomerados foram enfraquecendo os setores mais endividados das economias dos países desenvolvidos, foi assim com a crise do subprime, no setor imobiliário dos EUA em 2008.
O decréscimo da economia e o paulatino encolhimento da renda levavam as famílias americanas, cativas por um alto padrão de consumo, a transformarem seus imóveis residenciais e bens de patrimônio em bens de renda corrente, lastreando infinitos graus de hipotecas muito superiores aos valores reais dos imóveis, para obter mais crédito e sustentar suas necessidades de consumo presente. Esse castelo de papéis hipotecários logo ruiria, dada a impossibilidade de recuperação dos financiamentos feitos às famílias americanas e da discrepância constatada nos valores de mercado dos imóveis; instalou-se então a ameaça velada da falência de bancos, empresas ficaram sem crédito e aproximou-se uma crise de iliquidez, obrigando o Governo americano a conceder ajuda financeira às diversas empresas envolvidas.
Estancada temporariamente a crise de 2008, seus sintomas continuam e agora alguns países europeus muito endividados, vêem os capitais que alimentavam suas dívidas migrarem para economias mais sólidas e atrativas, causando imediata queda no nível de investimento, desemprego e necessidade de elevação das taxas de juros, porém com pouca eficácia na atração de novos capitais, pois os riscos assumidos tornam as operações extremamente ameaçadoras aos investidores. Esse é o caso de Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha e agora Itália, países com nível de endividamento muito superior aos seus PIB´s, que estão sendo obrigados a ajustes internos rigorosos e impopulares de austeridade e equilíbrio fiscal para acessar os parcos recursos da União Européia.
Dentre os chamados “países emergentes”, a China por suas dimensões e recursos, partiu na frente consolidando um vigoroso processo de crescimento iniciado desde os anos sessenta, tornando-se o motor atual da economia do mundo. Somente nos últimos oito anos cerca de quatrocentos milhões de pessoas deixaram as zonas rurais e migraram para as cidades, ocupando postos de trabalho criados por um rápido processo de industrialização. Esse movimento na China, associado a outras necessidades de matérias-primas, desequilibrou o mercado mundial de commodities, produzindo um crescimento de demanda jamais experimentado pela humanidade. Nesse vácuo, o Brasil se encaixou como um dos maiores parceiros comerciais e, grande exportador de commodities para a China. Quanto tempo essa bonança vai durar para o Brasil, não se sabe ao certo, pois à China vêm investindo muito em bens similares aos importados do Brasil no Sul da África.
Portanto, esse ranking voltará a se alterar várias vezes nos próximos anos, pois o que está em crise não são só as economias dos países da Europa e os EUA, mas o padrão de geração, reprodução e acumulação de riquezas consolidado por todo o século XX, saturado, tanto pela decadência nos mercados ditos desenvolvidos, quanto pela exacerbação dos ganhos financeiros nos mercados fictícios, obtidos pelas economias desenvolvidas. A falta de regulação e o distanciamento da realidade fizeram das formas de enriquecimento, descoladas da produção de bens e serviços, o modismo do século XX. Agora, na fase de desaceleração, a ameaça de iliquidez e a falta de confiança elevam os riscos e as taxas de juros, tornando as economias em crise hostis aos capitais concentrados.
Com as economias dos países europeus definhando, o Brasil poderá voltar a ascender na lista das maiores economias do mundo, porém, para aproveitar esse momento favorável, deve fazer o seu dever de casa: fortalecer a competitividade da indústria nacional, elevar o nível de qualificação da mão-de-obra, resolver os seus problemas de infra-estrutura, começar a alternar a flexibilização do crédito com aumento real de renda para elevação do poder aquisitivo de forma gradativa, mantendo a inflação abaixo da meta, fazer a reforma tributária e começar a encarar de cabeça erguida seus crônicos problemas sociais, priorizando saúde e educação, através de políticas públicas sérias, estruturada por amplas parcerias com a sociedade.
Quem sabe assim, ao contrário dos dias atuais, os brasileiros passarão a ter motivos para se orgulhar de sua posição na lista das grandes economias do mundo!
Marcos Vinícius Anjos é professor do Departamento de Administração da Uesc.

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  1. Excelente abordagem! É hora de ter pés no chão e aproveitar o momento para ir consolidando o desenvolvimento, principalmente investindo nas regiões norte e nordeste do país.

  2. Sexta economia, mas o ultimo na linda de muitas misérias. Esse é o jeito brasileiro de ser.
    Será que vamos conseguir aproveitar bem esse momento?
    Se a corrupção permitisse, se os políticos firmassem menos compromissos com os empresários, se os brasileiros fossem mais cuidadosos nas urnas quem sabe, um dia chegaríamos ao desenvolvimento.
    Mas tenho pouca fé,
    Parabéns pelo texto ao professor.

  3. Lamentável! que com tanto conhecimento das movimentações econômica mundial, pouco sabe das politicas do Brasil. Parece-me que a visão econômica que tem do Brasil é apenas da TV. É professor mais não é um pesquisador.

  4. Na Europa a dívida bruta governamental em percentagem do PIB está prevista, para 2012, em 183% na Grécia, 121% na Itália, 15% na Irlanda, 112% em Portugal, 89% na França, 82% na Alemanha, 70% na Espanha. A dos EEUU, em torno de 100%. A Grécia precisa de quase dois PIBs para honrar a dívida e a Alemanha (maior economia européia) de quase um. O desemprego em alta supera 20% na Espanha e 9% nos EEUU.

  5. Por estas plagas governadas pelo PT (não significa gostar dele, o que ocorre com muitos) a relação dívida/PIB ficou em 36,6% (a menor desde 1998), devendo cair para 35,7% em 2012, segundo o Banco Central. Em 1994 estava em 14% e chegou a 55,5% em 2002, alcançando 57,2% em 2003.Reservas de 38 bilhões de dólares em 2002 (incluindo a parcela 15,9 bi emprestada pelo FMI para garantia de pagamentos) alcançaram 352 bilhões em 2011 (sem dinheiro do FMI).O desemprego ficou abaixo de 6%, caindo dos 12,6% de 2002.

  6. Professor concordo com suas análises em algumas partes mas me permita discordar em outras. De fato não é lógico um país com o tamanho, a população e as riquezas do Brasil estar atrás da Inglaterra em produção de riquezas. Neste caso, não teríamos o que comemorar a não ser um possível início de correção desta distorção secular.
    Porém há elementos históricos que precisam ser avaliados. Primeiro como a Inglaterra produziu sua riqueza ao longo dos anos? Através da exploração de outros países, colonização, escravidão, transferência brutal das riquezas de suas colônias, guerras, etc, etc.
    E onde estava o Brasil nesta época? Exatamente do outro lado, sendo explorado, tendo suas riquezas retiradas do Brasil, tendo parte do seu povo dizimada(índios) e outra parte escravizada(negros). Desta forma, o fato do Brasil superar a Inglaterra tem um valor simbólico ainda maior para nós brasileiros, que por conta destas ações das metrópoles e depois potências mundiais, fomos acostumados a sempre nos achar inferior a eles.
    Na Europa há mais desenvolvimento, mais educação, mais saúde,há sim, mas tudo isso construído ao longo da história com, nossas riquezas, nosso trabalho e em alguns casos nossas vidas(países em desenvolvimento e países pobres).
    Outro aspecto que discordo é sobre isso ser mais um rebaixamento da Inglaterra por conta da conjuntura internacional do que uma ascensão do Brasil por conta das políticas do Governo.
    Veja, a conjuntura é a mesma para o Brasil e para a Inglaterra. Mas por que o Brasil não está sendo tão atingido pela crise quanto a Inglaterra?
    Nas crises passadas o receituário adotado pelo governo passava por vender nossas empresas, aumentar impostos, reduzir o investimento e aumentar a taxa de juros(a SELIC chegou a 45% em 1999!). O que o governo Lula/Dilma fez foi exatamente o oposto, ampliou os investimentos, reduziu impostos(IPI sobretudo para incentivar o consumo), está reduzindo o juros(novamente, em 2008 já havia sido reduzido, mas o governo preferiu aumentá-lo em 2011 para conter a inflação – inclusive essa política de aumento de juros para combater a inflação que o governo usa eu discordo) e fortaleceu suas empresas estatais.
    Quando o crédito “sumiu” dos bancos privados no início deste período de crise em 2008 foi o banco do Brasil, a Caixa Economica Federal e o BNDS que mantiveram o fluxo de crédito em nossa economia por decisão do governo e portanto mantiveram o consumo interno em alta o que gerou demanda para os produtos e amorteceu o impacto da crise.
    Óbvio que se mantivéssemos a política econômica da era tucana, estaríamos mais uma vez quebrados, de pires na mão, pedindo dinheiro ao FMI. Teríamos aderido a ALCA, teríamos toda a nossa produção dependente dos Estados Unidos, e nesse tempo de crise em que os americanos nada compram, estaríamos em ruína, vide o México.
    O que o Governo fez foi o contrário disso, fortaleceu seu comércio com a América do Sul, com a Africa e com a China, diversificando seu mercado e assim não ficando “na mão” de um o outro país. Mais do que isso, promoveu ascensão social(ainda insuficiente, pois ainda temos 16 milhões de pessoas em situação de miséria e os que tiveram uma ascensão para a classe C ainda enfrentam muitas dificuldades)de milhões de brasileiros e brasileiras, retirou outros milhões da miséria o que aumentou significativamente o nosso mercado interno nos tornando menos vulneráveis a crises externas.
    Sobre o Parágrafo abaixo:
    “Com as economias dos países europeus definhando, o Brasil poderá voltar a ascender na lista das maiores economias do mundo, porém, para aproveitar esse momento favorável, deve fazer o seu dever de casa: fortalecer a competitividade da indústria nacional, elevar o nível de qualificação da mão-de-obra, resolver os seus problemas de infra-estrutura, começar a alternar a flexibilização do crédito com aumento real de renda para elevação do poder aquisitivo de forma gradativa, mantendo a inflação abaixo da meta, fazer a reforma tributária e começar a encarar de cabeça erguida seus crônicos problemas sociais, priorizando saúde e educação, através de políticas públicas sérias, estruturada por amplas parcerias com a sociedade.”
    Tenho total acordo(apenas acho que a crise nesse caso não é uma oportunidade, porém um obstáculo que tornará mais longa nossa ascensão, mas que pode ser vencido. Estaríamos crescendo 7 a 8 não fosse a crise), incluiria aí algumas reformas que nos ajudaria a deixar o país mais democrático. O governo tem que ter coragem para encampar uma séria reforma política, que elimine o poder econômico como principal pilar na eleição de nossos representante e uma reforma na lei dos meios de comunicação que dê conta de democratizar o acesso e a produção da informação no Brasil.
    Alem disso, se faz extremamente necessário ampliar cada vez mais as políticas voltadas para a juventude brasileira. Estamos vivendo o chamado “boom demográfico”, ou seja, nunca tivemos e nunca mais teremos a quantidade de jovens que temos hoje no Brasil, estamos chegando a 55 milhões de brasileiros e brasileiras entre 15 e 29 anos. Por um efeito da piramide demográfica esse numero se reduzirá até se estabilizar em um patamar inferior. Todos os países desenvolvidos aproveitaram seus “booms demográficos” para aumentar a sua capacidade de produção, sua riqueza e solidificar sua economia, até porque, depois dessa fase, a próxima é o aumento do numero de pessoas com idades maiores que 60 anos, ou seja, mais idosos, mais pessoas necessitando de políticas de previdência do governo, enfim, precisamos estar preparados pra isso.
    Enfim, espero ter contribuído no debate que o senhor começou aqui professor, aliás um professor que eu muito admiro.
    Um abraço
    Tássio Brito

  7. Que argumentos teria um professor de Educação Física para contestar um artigo escrito por outro (professor) de área tão distinta, como Administração?
    Começo questionando o trecho abaixo que, pela ausência de premissas que lhe deem sustentação, pode ser encarado como um sofisma:
    “Essa aparente conquista brasileira precisa ser de fato analisada a partir do seu contexto. Ao contrário do que muitos pensam e defendem fervorosamente, este surto de crescimento econômico experimentado recentemente pelo Brasil, têm pouca ou nenhuma correlação com as políticas econômicas do Governo adotadas nos últimos anos.” (…)
    Para ser verdadeiro, o pensamento acima precisa considerar que o aumento da renda média dos brasileiros nos últimos não se deu em razão de POLÍTICAS ECONÔMICAS adotadas pelo Governo. Isto é, veio do nada, do éter! Tudo não passou de fruto do acaso! E todos nós sabemos que isso não é verdade!
    O comentário de “wilson” apresenta dados estatísticos interessantes que servem para “arietar” a falácia do professor; mas, quem toca no ponto vital é “racional”, quando diz:
    “Ha tá… O Brasil não caiu… hummm
    Então é gooooooolllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!”
    Para que professor esteja com toda a verdade, por fazer parte da conjuntura econômica do mundo globalizado, o Brasil também deveria ter acusado (fortemente) o golpe, como fez Inglaterra, EUA, Itália, Grécia, Portugal, Espanha e outros hegemônicos da economia planetária. E isso não ocrreu – em parte – pelo aumento do consumo interno decorrente da melhoria da renda média da população. E esse aumento médio da renda se deu por conta das políticas de governo levadas a efeito nos últimos nove anos.
    Professor, o senhor está certo em várias colocações feitas. Especialmente quando cita as necessidades de mudanças em diversos aspectos da sociedade brasileira (vou me abster de listar).
    Contudo, nas minhas aulas, não posso afirmar para meus alunos que a circunferência do aro de basquetebol e menor do que a da bola que deve passar por ele!
    Por isso…
    Dá uma revisada aí professor! Não apresente essa visão equivocada e distorcida aos seus alunos!
    Souza Neto – Professor de Educação Física

  8. Quanto ao comentário de “Tássio Brito”, nem é preciso dizer mais nada. Ele foi capaz de sintetizar em poucas linhas um tema que merece discussão congressual (não de políticos), podendo fazer parte de inúmeros livros sem que ocorra seu esgotamento. Aliás, nada chega ao esgotamento nesse nosso mundo de imperfeições. A Dialética está presente em tudo! Nossas “teses” não resistem à inexorabilidade do tempo! Através do processo natural de nascimento, crescimento e morte, vamos contando com a participação de novos gênios – mais espiritualizados do que presos à matéria – que promovem aos poucos a depuração da sociedade.
    Souza Neto

  9. Vou logo avisando não sou especialista em economia, porém acima de tudo sou Brasileiro.
    Gostaria de felicitar o autor, pelo brilhantismo do texto, não me lembro de ter visto nenhum outro escrito que tenha esclarecido com tanta facilidade a crise internacional.
    Indo direto ao ponto, o que mais incomodou foi:
    “Ao contrário do que muitos pensam e defendem fervorosamente, este surto de crescimento econômico experimentado recentemente pelo Brasil, têm pouca ou nenhuma correlação com as políticas econômicas do Governo adotadas nos últimos anos”
    Mas, ao final de uma reflexão maior tenho de Concordar em “gênero, número e grau com o autor”.
    Deferente do Sr Pesquisador Wilson, o da TV, que comentou acima, no estilo “Míria leitão, Sazembergue, talvez”, fez uma boa análise de elevador (sobe e desce), apenas pontual, sugiro checar também os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) desde 2002, inclusive, depois do acontecimento do 11 de setembro e, o movimento de commodities mundial, numa perspectiva mais de longo prazo, quem sabe essas pesquisas permitam ver o Brasil dentro da tendência e do conjunto da economia mundial, bem como, seu governo mais como reativo do que propositivo.
    Já o professor Souza Neto, aquele do aro de da cesta de basquete, parece, por conveniência política talvez, ver o Brasil olhando pelo lado contrário de uma luneta, será um novo problema com a circunferência? Se “tudo que entra tem que sair”, em uma situação de considerável crescimento da arrecadação fiscal, parece lógico que 0,5% do orçamento da União venha para os mais pobres, esse é o custo do bolsa família aproximadamente seu souza, pena que é só isso! Agora imagine o impacto, se fosse priorizado algum desenvolvimento endógeno mais eficiente que o PAC e, que circulasse mais renda entre os mais pobres? Certamente retomaríamos o crescimento industrial e desenvolveríamos o mercado interno, ao invés de passarmos de mercado dos americanos para mercado dos chineses e, não só às grandes redes de varejo e as operadoras de telefonia celular estariam ganhando muito com o consumo dos mais humildes, como está acontecendo.
    No mais, precisamos de menos política e mais ação técnica – Em fim tá tudo no mais ou menos. Acho que o “racional” vai concordar com isso e mais: Legal, mais concentração de renda com menos pessoas abaixo da linha da pobreza é isso.
    Cícero Galvão – cgalvao@pop.com.br

  10. O professor está certo em muitos aspectos. Mas, deixando os floreios de lado, e em apertada síntese, vamos aos fatos.
    Em 1970, éramos “90 milhões em ação”. Hoje, somos “195 milhões de que?”. Apenas 105 milhões a mais.
    E o PIB? E a distribuição de renda?
    Bem, o que se vê é uma absoluta concentração de riquezas. Veja, por exemplo, Salvador: um “favelão” com bolsões de riqueza, com uma boa parte dos pobres vivendo às custas do “assistencialista e eleitoreiro” bolsa-família que, diga-se de passagem, não pode se eternizar.
    O Brasil continua não passando de um mero exportador de “commodities”. Veja o caso do ferro. Exporta-se o minério de ferro para a China a preço de banana, lá ele é transformado em manufaturados (a China produz um milhão de containers por ano) e nós os compramos a peso de ouro. Realmente, um negócio da China (para a CHINA, é claro).
    Sexta economia do planeta com o povo na miséria?
    No tempo de FIGUEIREDO (apenas 13 ministérios) eu era feliz e não sabia (hoje são 39 ministérios – cabide de emprego de políticos corruptos).
    Olha, como dizem por aí, “me batam um abacate”.

  11. Não é que, não somos cuidadosos nas urnas, o problema está no modelo de Democracia que aí está imposta a todos nós Brasileiros. Quando transferimos nosso direito nas urnas; para os políticos, aí é que está o grandioso e maior problema.
    Já mudamos por várias vezes, e o que acontece? Depois de eleitos eles “políticos” acham-se no direito da fazer o que querem; desprezando assim a vontade do povo! É a corrupção que
    a se instala, alheia a expressão do voto. Falta ao povo meios para punir estes políticos!…

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