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Amauri Teixeira | dep.amauriteixeira@camara.gov.br

Com mais de 120 mil cópias vendidas, o livro de Amaury investiga as privatizações ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

O alvoroço causado pelo impacto do livro A Privataria Tucana foi acompanhado de perto pela grande imprensa, que pouco se manifestou a respeito. Os tucanos optaram pelo mesmo caminho. Mas estava difícil se manter em silêncio por muito tempo: a obra já está no topo do ranking dos mais vendidos do país, ultrapassando best-sellers como a biografia de Steve Jobs e o último livro de Jô Soares. Diante desse quadro, a alta cúpula do tucanato resolveu responder. Não com argumentos sólidos contra as denúncias, mas desqualificando-as utilizando termos como “lixo” e “coleção de calúnias” para definir o trabalho.
Mas afinal, o que os tucanos temem? Terão receio de vir por terra uma suposta “aura de moral” que reveste o partido? Ou será do esfacelamento total de uma direita que há anos está em decadência?
Os sucessivos resultados positivos da economia brasileira vêm sendo abafados com supostas denúncias e escândalos. A direita não debate mais ideias para desenvolver a nação, apenas ataca. É uma pena, já que faz bem a todo grande país uma oposição forte e responsável. O medo levou a oposição a uma verdadeira guerra na imprensa tentando desmoralizar o atual governo.
Aliás, medo é uma palavra que a direita conhece muito bem. Foi inclusive colocada no script de Regina Duarte durante as eleições de 2002. Em um dos piores papéis da sua carreira, a atriz dizia durante propaganda eleitoral temer que o país “perdesse toda a estabilidade conquistada”. Ironicamente, a economia brasileira é hoje uma das mais estáveis do mundo, ao contrário da época em que devíamos bilhões em dívida externa.
A resposta do povo não veio apenas das urnas, mas da própria opinião pública. Basta ver os altos índices de aprovação do governo federal por parte da população. Não bastasse isso, a forte reverberação do trabalho do meu xará Amaury Ribeiro nas redes sociais tem causado pânico na direita brasileira.
Com mais de 120 mil cópias vendidas, o livro de Amaury investiga as privatizações ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O autor apresenta documentos que ligam casos de lavagem de dinheiro e propina à Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, respectivamente filha e genro do ex-governador de São Paulo, José Serra. A obra é uma das maiores reportagens investigativas do país, contendo 140 páginas com documentos sobre o caso.

Uma frase emblemática após o lançamento do livro foi dada pelo presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE). “Isso (o livro) foi para diminuir o tamanho da imprensa na formação da opinião pública”, disse à Rádio Folha, de Pernambuco. Uma afirmação boçal e preconceituosa. Ora, por acaso os veículos que divulgaram o livro não são também formadores de opinião, assim como os internautas que difundiram o tema pelas redes sociais e blogs?
O que Sérgio Guerra não deve ter entendido ainda é que o mundo está em processo de transformação. Internautas passaram a ter um papel fundamental na discussão dos grandes temas do país. Os meios de comunicação podem até pautá-los, mas não definir seus posicionamentos.
A repercussão ligou o sinal de alerta no ninho. Na tentativa desesperada de abafar o livro, as parcas resenhas sobre o trabalho parecem terem sido escritas por assessores de José Serra. Em uma delas, publicada em um dos maiores jornais do país, 12 parágrafos falam exclusivamente do Partido dos Trabalhadores e apenas nove citam a obra, sem fazer a devida análise e tratando o trabalho como “panfleto”.
À época do lançamento, fui um dos que ajudou o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) a recolher assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso. Não numa tentativa de desmoralizar a oposição, mas para analisar denúncias graves contra o patrimônio público. A importância dessa investigação é tanta que até mesmo deputados tucanos assinaram o requerimento.
A abertura de investigação do caso não implica incriminar ninguém. A própria oposição sabe a importância de serem apurados supostos escândalos. Tanto que já apresentou diversos requerimentos no Congresso Nacional pedindo CPIs com base em notícias de jornais e revistas. Investigar também é papel dos parlamentares e faz parte do processo democrático.
A omissão da direita instigou ainda mais a sociedade a cobrar respostas dos envolvidos. Mais do que uma questão de justiça, é obrigação das autoridades esclarecerem supostos atos ilícitos contra o país. Que o medo do esclarecimento não dure muito, pois o povo não admite mais ser ignorado. Quem se omite, permite.
Amauri Teixeira é deputado federal (PT-BA)

0 resposta

  1. ridicula essa materia, como se houvesse dois pesos duas medidas o PT não tem moral alguma pra falar sobre a roubalheira tucana pois estão no mesmo padrão LULA E FHC em termos de corrupção tem o mesmo valor.

  2. Noticia requentada, este senhor já tinha sido desmascarado quando forjou um dossiê contra Serra nas eleições para presidente o dados sigilosos foram quebrados para atender a interesse petista. falar em “privataria” é pura enrolação, é tentar diferenciar a as feitas pelo PT nos aeroportos mais rentáveis do Brasil alem das estradas que foram privatizadas pelo PT.
    Protógenes Queiroz do PCdoB é outro enrolado, promoveu um festival de abusos que incluiu escutas ilegais contra ministros, senadores, juízes, advogados e jornalistas. O delegado centralizava o trabalho de uma imensa rede de espionagem que bisbilhotou secretamente desde a vida amorosa da então ministra Dilma Rousseff até a antessala do ex-presidente Lula, no Palácio do Planalto – passando pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador José Serra, além de senadores e advogados. Depois de tudo isso, produziu uma peça investigativa tosca, lavrada em um idioma parecido com o português e eivada de irregularidades – sendo a mais notável a fabricação de um flagrante feito com a cumplicidade do repórter de televisão César Tralli, da Rede Globo.
    Este senhor só se elegeu com os votos da coligação onde Tiririca levou outros sem votos.
    ele quer um palanque para aparecer pois será seu primeiro e ultimo mandato.

  3. Li A Privataria Tucana de cabo a rabo e o que tem no livro é espantoso, além do que está tudo comprovado com base em documentos obtidos em cartórios de registro. Num país sério, o livro ensejaria ações judiciais, CPI (que estão tentando) e, certamente, prisões de muita gente tida como séria pelos incautos, a exemplo do Sr. José Serra, sua filha, genro,primo e muitos de seus amigos.
    Mas, sejamos justos, o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr. também traz algumas revelações constrangedoras sobre o PT, como o episódio que envolveu a disputa entre Fernando Pimentel e Rui Falcão/Antônio Palocci na campanha de Dilma. Claro que num nível muito menos pesado que as “privatarias tucanas”.
    O livro tem muito mais revelações contra o PSDB porque se dedicou ao período das privatizações, em que os tucanos fizeram uma farra e se valeram de paraísos fiscais para esconder, lavar e repatriar dinheiro da ladroagem. Ricardo Sérgio Oliveira, ex-arrecadador de campanha de FHC e amigo de Zé Serra que o diga!
    Discordo, porém, quando o deputado Amauri Teixeira se refere a “supostas denúncias de escândalos” que seriam usados para abafar o alegado sucesso dos governos do PT. Que a chamada grande mídia não simpatiza com o Partido dos Trabalhadores, é fato. Mas em muitos casos os petistas dão combustível suficiente para que lhe ateiem fogo no traseiro.
    Os corruptos do PT não são diferentes dos larápios do PSDB. Aliás, no Brasil a corrupção há muito tempo disseminou-se como praga que atinge praticamente todos os partidos, de A a Z. Dá muito pano pra manga e livros a mancheia para o Amaury Ribeiro e outros que tenham a coragem que ele teve de meter o bedelho em tanta sujeira. Seria extremamente positivo se também desse em punição aos ladrões.

  4. Só espero é que a esquerda não se omita e faça todo o estardalhaço que a situação exige, para que nem a mídia golpista consiga deixar de noticiar.Não basta só CPI,que pode acabar em acordos muito bem ne$ociados. Cadê os sindicalistas? os deputados e senadores do PT? e os do PC DO B. Onde será que anda essa gente de discursos inflamados! Vocês acham que a maioria que vota nessa direita tem acesso a internet e a blogs sérios? compram livros como o de Amaury?.
    caríssimo deputado, pare de falar e aja!
    Saudações ainda petistas!

  5. Se lixar um pouquinho a cara de qualquer político, de qualquer partido ou orientação política, lá embaixo vai aparecer a mesma matéria: pau. Não existe santo em partido algum. Fica para nós e(leitores) a infeliz tarefa de tentar separar o joio do trigo, utilizando poucas ferramentas confiáveis, já que tudo neste nosso tão aclamado país é uma fábula, uma invencionice. Nem a verdade é confiável.

  6. Nenhuma dessas denúncias foi comprovada. Não conheço ninguém com FICHA SUJA baseado nesse livro, que reprisa noticias falsas e as requenta. No fundo no fundo, tudo isso é para desviar a atenção do julgamento do MENSALÃO.

  7. Não adianta tentar desqualificar os denunciantes. Quero ver é refutar as denuncias!! O livro tem documentos públicos e detalhados. Leiam e comprovem. O mito do “sucesso das privatizações” do neoliberalismo cai por terra. O único sucesso foi o das pessoas que enriqueceram as custas do patrimônio público.
    Não se pode comparar as concessões dos aeroportos (onde o governo continua com 49% de controle) com a PRIVATARIA. CHEGA A SER RIDÍCULO. Em um país mais politizado, os envolvidos na privataria já estariam respondendo por crime de lesa pátria. CADEIA NELES!
    Agora, dizer que as “supostas denuncias e escândalos”são meras tentativas de abafar o sucesso do Governo também já é demais. Não existem santos no PT, PCdoB ou em qualquer outro partido político.
    Nós eleitores é que temos de separar o joio do trigo. Olho vivo nas próximas eleições municipais. Tudo começa no s Municípios.

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