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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do Mensalão, Joaquim Barbosa, virou o queridinho não apenas da grande mídia. Nas redes sociais, o ministro ganhou status de herói.

Herói pelo relatório que incrimina quase todos os réus da ação penal do Mensalão (na outra ponta, há campanha acirrada contra o colega de Barbosa e ministro, Ricardo Lewandovski).

Uma das homenagens ao “negão” obteve quase 4 mil compartilhamentos no Facebook e 280 “curtidas’. Foi criada pelo dono do perfil José Roberto Pereira. Bombou, sim, senhor.

6 respostas

  1. Mais uma vez o Brasil ver que nós brasileiros somos capazes, não importa cor, religião ou qualquer outro tipo de diferença já inventada, pelos homens… sábio é Deus que simplesmente criou o homem, não criou um negro ou um branco… mais a Sua imagem e semelhança… que novos Joaquins apareçam e façam a diferença…mostrando ao mundo que a justiça sempre prevalece…e além disso quando não são feitas por homens, com certeza serão feitas por Deus o “arquiteto do universo”.

  2. Ação Penal no STF: decisão técnica ou política

    É perfeitamente compreensível que o voto do relator Joaquim Barbosa tenha a concordância da opinião pública e também da população que teve acesso às informações por meio de matérias jornalísticas e pela grande imprensa. Paira um clamor por punição aos acusados.

    Um parêntese para uma comparação: quando alguém que perdeu um ente querido por assassinato pede justiça, na verdade, está pedindo vingança.

    Lewandovski, segundo especialistas no assunto, foi mais claro e mais objetivo do que o relator, mas isso pouco importa para a opinião pública e aqueles que só esperam a punição.

    Joaquim Barbosa e outros ministros sentem o peso da influência mediática. A decisão de não replicar a análise do colega sinaliza isso. Não parece razoável “deixar como está para ver como é que fica”. As dúvidas e as divergências se fossem discutidas subsidiariam nas decisões dos demais ministros.

    A extratégia de “deixar como está para ver como é que fica” vem dando certo. Os votos com o relator não acrescentaram elementos novos (fatos). Acrescentou sim, uma suposição no voto da ministra Carmem Lúcia quando ela falou em tentativa de impunidade por parte de João Paulo Cunha. Ora, se trata de suposição porque a ministra não apresentou elementos que comprovem a afirmação.

    No Supremo tem muitos estudantes assistindo ao julgamento. Eles perderam a chance de aprender mais com a réplica de Joaquim Barbosa e a tréplica de Lewandovski. Por certo, enriqueceriam as discussões e traria mais elementos para a garantia de um julgamento mais técnico do que político.

    Com análises superficiais (não tenho saber jurídico para julgar quando são e quando não são) ficará mais fácil se pleitear nulidades. Portanto, corre-se sério risco de se constituir em perda de tempo esse julgamento, se as inferências feitas para dar o voto não estiverem balizadas nos autos. Suposições só satisfazem a opinião pública e os que querem uma decisão mais política do que técnica.

    Ailson Oliveira
    Professor

  3. Estou tentando compartilhar essa imagem maravilhosa e não sei por que não vai de jeito nenhum. Será algum tipo de censura????
    Não pode ser…..

  4. Caro Ailson, vou comentar apenas parte do seu texto:
    “Um parêntese para uma comparação: quando alguém que perdeu um ente querido por assassinato pede justiça, na verdade, está pedindo vingança.”
    Não. Está pedindo justiça realmente, apenas com mais emoção.
    Não se deixe acostumar com a falta dela, ou com a falta de ética, ou com a falta da aplicação do Direito… como querem “fazer valer” muitos políticos da nossa realidade atual (e de passadas também)…

  5. Uma coisa é a inocência ou não dos réus, que nem eu particularmente acredito. Outra coisa são os elementos técnicos do julgamento. Pelo que se viu não existe prova contundente – sob a ótica do Direito – para a condenação dos réus. As condenações têm sido feitas com base em elementos subjetivos e simples testemunho, o que é algo sempre perigoso. O problema reside no fato de que a imprensa já tinha um veredito antes mesmo do julgamento. Isso está fazendo ministros de boa índole, como Joaquim Barbosa, atropelarem os preceitos jurídicos para darem uma “resposta à sociedade” – resposta esta exigida sobretudo pela imprensa. Basta ver que quem não condena é automaticamente execrado pela mídia brasileira, como se julgamentos não dependessem de interpretação e como se o fato de um ministro não condenar significasse que ele está tentando proteger alguém. Às vezes pode ser apenas ausência de prova inequívoca. O que, aliás, é o caso. Eu acho que todos os réus são culpados, mas não se pode condenar alguém baseado em achismos. Direito não é isso.

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