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Daniel Thame | danielthame@gmail.com

Ao contrário do que dizem os radicais do movimento ambientalista, o governo cedeu em diversos pontos. E as condições que as obras saiam do papel são as melhores possíveis, mais vantajosas que outras pensadas para o restante do brasil.

ONGs ambientalistas lançaram um novo abaixo-assinado pedindo paralisação do processo de licenciamento ambiental do Porto Sul.  O documento repete argumentos fantasiosos, a exemplo daquele que diz que o Complexo Intermodal é investimento com recursos públicos para beneficiar empresas privadas e que a atividade portuária interferirá negativamente no desenvolvimento do turismo de Ilhéus e do litoral sul da Bahia.

O documento alega ainda que o EIA/Rima não teve divulgação adequada e pede a realização de nova audiência pública.

Felizmente, prevaleceu o bom senso e o Ibama acaba de conceder a  Licença Prévia para a implantação do projeto.

Não se trata de criminalizar o movimento ambientalista, até porque foi na discussão aberta com ONGs e demais representações da sociedade que o projeto evoluiu até o ponto em que se encontra hoje. Mas a hora de discutir já passou. O Ibama atesta que nenhum outro projeto portuário foi tão debatido com a sociedade organizada  quanto o Porto Sul.

O momento pede união e esforços concentrados para que o projeto saia do papel e seja definitivamente implantado, beneficiando toda a região, trazendo desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Chega de radicalismos. Sim, porque o maior perigo para a Mata Atlântica está na pobreza. A mata na região sul da Bahia foi dizimada por que famílias de desempregados precisavam de local para morar, de caça para comer. Estas famílias produziram lixo jogado no leito de córregos e rios, afetando a qualidade destas águas.

O projeto do Porto Sul evoluiu e os ambientalistas têm muito a comemorar. O que era para ser um mineroduto de 500 quilômetros, alimentado com a água do São Francisco se transformou em ferrovia. A localização do porto foi alterada para aumentar a preservação de corais e animais marinhos. Ibama e Ministério Público têm informações profundas e detalhadas sobre o projeto, o que aumenta seus poderes de fiscalização e consequentemente a força para paralisar e suspender a obra caso haja qualquer descumprimento por parte dos empreendedores.

No lugar do radicalismo,  o momento pede racionalidade. Agora, é mais inteligente para os ambientalistas e para a sociedade discutir os condicionantes, não aqueles pensados para inviabilizar o Porto Sul, mas sim os que garantam de fato investimentos sociais e ambientais que signifiquem redistribuição das riquezas a serem geradas pelo complexo.

Não se iludam, o cobertor é curtíssimo. Ilhéus não tem recursos suficientes para, por exemplo, interligar todas as residências a um sistema de esgotamento sanitário. Os ambientalistas sabem que o esgoto não tratado é um dos maiores perigos ao ecossistema. O Governo do Estado tem um pouco mais de dinheiro, mas precisa atender 417 municípios. A União, um pouco mais ainda de recursos, mas atende a 5.550 cidades.

Logo, os investimentos são feitos em locais onde podem se potencializar. Ilhéus e região podem se tornar alvo prioritário dos investimentos estaduais e federais em esgotamento sanitário, qualificação de mão de obra, infraestrutura urbana, incluindo áreas de lazer e de preservação ambiental, a fim de assegurar melhoria na qualidade de vida de seus habitantes.

Sem o Porto Sul e sem a Ferrovia Oeste Leste,  o Sul da Bahia apenas assistirá ao desenvolvimento de outras localidades, lembrando um passado de riqueza cada vez mais afastado do presente e um futuro de desenvolvimento transformado em uma vaga miragem.

Ao contrário do que dizem os radicais do movimento ambientalista, o governo cedeu em diversos pontos. E as condições que as obras saiam do papel são as melhores possíveis, mais vantajosas que outras pensadas para o restante do brasil. É um investimento sem risco, de retorno garantido. Isso porque só a operação da Bamin já garante que a Fiol e o porto serão superavitários.

Além da mineradora, existe toda a produção de grãos, pecuária e outros produtos do Oeste Baiano, do Tocantins e do Mato Grosso. Ilhéus, dotada de amplo complexo logístico, tende a se tornar importante entreposto entre as rotas de comércio mundial Norte-Sul e Leste-Oeste. É só observar o mapa e ver as imensas possibilidades que se descortinam para o Sul da Bahia.

Entretanto, tudo não passará de ilusão caso o radicalismo continue a prevalecer. Vamos lutar pelo Porto Sul, exigir condicionantes que verdadeiramente induzam ao desenvolvimento local e fiscalizar a implantação da obra e cumprimento das nossas próprias exigências.

É isto que o momento exige. Chega de assembleísmo, de discussões radicais repletas de falsas premissas e meias verdades.

Vamos nos unir para transformar o Sul da Bahia num polo desenvolvimento que verdadeiramente garanta qualidade vida para seus moradores.

Daniel Thame é jornalista e editor do Blog do Thame.

16 respostas

  1. Excelente o artigo de Daniel, porém ele é muito generoso quando afirma “nao querer criminalizar os ambientalistas”. Todo processo colocado em pratica pelas ONGS em relaçao ao Complexo Intermodal, necessariamente, precisa ser taxado de criminoso.

    Trata-se de ações planejadas e financiadas por grupos que possuem seus interesses ameaçados com a viabilização das obras.

    O último manifesto elaborado para tentar atrasar ainda mais as obras, é assinado, em sua maioria absoluta, por diversas ONGS do sul e sudeste do País. Comprova-se a ação criminosa, quando analisa-se quem são os dirigentes e patrocinadores da maioria delas.

  2. Que orgulho saber e ver que temos uma cabeça tão pensante em nossa região.
    Quero parabenizar o Thame pelo brilhantismo com que expôs seu raciocínio mais do que lógico. É verdade, creio, que nossa região tem um legado de notáveis intelectuais, mas temos visto pouco das suas manifestações com tamanha claresa quanto ao Thame.
    Contra fatos, já diz o ditado, não há argumentos. Basta que se tenha o mínimo de raciocínio lógico para se entender e defender, sem reservas, essa nobresa de pensamento.
    Despresa, região sul, esse emprendimento, que as demais regioes do Brasil, onde for viável, o abraçarão vorazmente e acabarão mostrando ao país onde moram os medíocres!

  3. Noa se trata de radicalismo, mas sim de interesses pecuniários em meia dúzias de mesters e dotoures que vieram de outras bandas do Pais e escolheram Ilheus para se deleitarem! Nada contra!mas tentat impedir o progresso do Sul da bahia, com essa velha história de conservadorismo e outas coisas mais , ninguem suporta mais! Porque essas mesmas pessoas nao brigam pela destruiçao do mangue logo na entrada de Ilheus???? porque nao brigam pela recuperaçao do Rio Cachoeira???todos nos sabemos que tem muito mais interesses por tras disso tudo? Meu caro Jornalista;ainda bem que tem pessoas como vc que estao atento a esses “malabarismos ” Vamos lutar para que venha logo o Porto Intermodal, Ferrovia Oeste Leste, Duplicaçao da BR 415,Teatro e Centro de Conveçoes de Itabuna ,Reabertura urgente dos cinemas do Shopping Jequitibá, e um monte de necessidades tanto de Ilhesu com de Itabuna!

  4. De acordo, Thame.
    Se nossas lideranças tiverem juizo e as ONGs depertarem que chegou o momento para viabilizar este projeto que podera trazer melhorias para muitos.

    Nao é o ideal, mas o possivel e a democracia agradece.

    Parabéns pelo texto.

  5. Se os ambientalistas tem consciência ambiental, caso estejam realmente preocupados com o meio ambiente, porque não enxergam o tão sofrido e agonizante ” rio cachoeira” quase morto, mas que ainda dá a Itabuna uma linda paisagem ao por do sol. me intristece ver o esgosto que é dispejado do canal e a fedentina que é lançada diariamente ali da ponte velha do conceição é horrivel, mandem eles verificarem ” in loco ” não estão nem ai… Só são e estão ambientalistas para o Porto Sul…

  6. Devo concordar que radicalismos comprometem seriamente qualquer que seja o sistema em discussão. Concordo ainda que o referido projeto vem sendo recorrentemente discutido entre diferentes níveis da sociedade regional. Contudo, tenho ressalvas quanto ao que, exatamente, estes níveis vêm discutindo: de um lado, os exaltadores da proposta, que enxergam além do que a solidez da matéria (física) limita, talvez por um excesso de otimismo baseado em manutenção de nichos à longo prazo, levantam a bandeira do progresso entumescido na implantação do empreendimento; já do outro lado, algumas centenas de protestantes confusos que se usam de argumentos preparados por formadores de opinião, enviesados por questões que vão além dos interesses ecológicos, correm desordenadamente para todos os lados resultando em paradoxal inércia. Tal constatação me faz, novamente concordar com o autor do texto, de que chegou a hora de discutir as medidas compensatórias! Em linguajar mais popular quero dizer que não adianta nadar contra a corrente quando não se tem instrumentos para isso. Agora é hora de direcionar os recursos para projetos viáveis que se comprometam, não só a resguardar espécies ou ambientes de interesse ecológico, como também a implantar, através de base sólida, noções de quão importante é ensinar as populações humanas a conviverem bem com o meio ambiente. Enquanto a ideia de preservação estiver atrelada à radicalismos, nenhuma discussão pública sobre empreendimentos dessa magnitude poderá ser levada a sério. Vivemos em um país emergente! Qualquer atitude que se apresente como obstáculo ao desenvolvimento será neutralizada com argumentos como os apresentados pelo autor deste artigo: “É um investimento sem risco, de retorno garantido.”. Enfim, meus caros, recebamos o porto e quaisquer que sejam os investimentos vindos para nossa região e façamos isso com inteligência. Tornando ainda mais simplista minha conclusão, façamos a limonada com o limão que nos será dado…não adianta chorar pelo leite derramado..quando um não quer (governo), dois não brigam (povo)…é melhor um pássaro na mão (medidas mitigatórias/compensatórias), do que dois voando (ambiente livre da ação humana)…

  7. Parabéns Thamer. Belíssimo Texto. Coerente, esclarecedor e racional.Chega de radicalismo xiita. Precisávamos encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente – desenvolvimento sustentável -, e creio que o Estado, através das audiencias públicas, procurou se adequar as exigências ambientais, tanto que obteve a respectiva licença do IBAMA. Os nativos da região sul da Bahia agradecem. O texto de Thamer constitui a voz da maioria esmagadora da região sul da Bahia, que espera ansiosa a realização de projetos como esse para voltar a prosperar.
    Marcos Bandeira

  8. Perfeito,

    Pessoas de outras bandas lutando para que o desenvolvimento dessa terra com alto potencial se desenvolva.
    Cuidado, muito cuidado, pois daqui a pouco vão interditar Itabuna por ter degradar o Rio Cachoeira, Ilhéus por invadir manguezais, etc.
    Que venha o PORTO SUL

  9. Gostaria de ver todo essa energia dos ambientalistas na luta contra o lixo e seu destino em Ilhéus-Itabuna. Por quer só aparecem nessa hora?

  10. MANDEM ESSES AMBIENTALISTA OLHAREM O RIO CACHOEIRA, QUE É PURO ESGOTO, UM TRECHO DE RIO TÃO LINDO CORTANDO A CIDADE DE ITABUNA, E LARGADO AO LEU, CADE ELES NESTA HORA, ELES TEM QUE SE PREOCUPAREM COM A JOGATINA DE LIXO E O FALECIMENTO DO RIO CACHOEIRA…..

  11. Parabéns pela matéria e agradecimento pela contribuição harmoniosa útil e inteligente.

    Unir esforços para tirarmos o melhor proveito deste empreendimento e outros que virão é acolher com sabedoria, neste momento, possibilidades de corrigir as injúrias ambientais e sociais presentes nesta maravilhosa região, que enchem os olhos dos visitantes, mas não sustenta mais a ‘barriguinha” vazia de nossos irmãos moradores mais carentes – maioria.

    Desejo sucesso para os empresários investidores, alavanca deste país e do mundo. E que as oportunidades de trabalho e renda do porvir acolham todos os trabalhadores que necessitam trabalhar, sejam da região ou de qualquer outra origem; e que façam a diferença positiva para o empreendimento, para sua vidas e para a vidas dos semelhantes.

    Que os ecochatos continuem sua luta importante contra as agressões da natureza e não parem jamais. Agora é hora de perturbar os responsáveis sobre:
    – limpeza da cidade de Ilhéus e distritos; indicar as áreas de riscos contra a vida existentes nos morros da cidade;
    – esgotos urbanos do rio Almada e Cachoeira, porque trazem toda poluição das cidades a montante para o mar das praias de Ilhéus;
    – pesca predatória e degradante sob os nossos olhos;
    – construções irregulares nas APPs e reservas ambientais para serem removidas a exemplo do que estão acontecendo em diversas localidades do país e do mundo;
    – feira do Malhado … incrível!

    Em frente e juntos!!!

  12. Custo acreditar no que estou lendo, além do texto do Thame os comentários seriam cheios de razões se o motivo da não construção da referida obra fosse verdadeiro, digo isso baseado apenas em dois pequeninos exemplos se comparado ao “PORTO SUL”.
    Será que a duplicação dos 40 Km BR 415 (Ilheus/Itabuna) e a restauração da BR 251 (Ilheus/Buerarema) ambas as obras foram promessas de campanhas de Wagner em 2006 e 2010, e notem-se senhores e senhoras que os prefeitos de Ilheus e Bueraremas foram eleitos também pelo simples motivo de serem da base do famoso time da enrolação, ou seja LULA/DILMA/WAGNER.

  13. força aos ambientalistas, porque esse tal de complexo intermodal ou tal de porto sul, poderá até trazer algum retorno econômico, mais e o social quem trara, pois todos sabemos que o complexo intermodal depois de pronto ira gera apenas poucos empregos e desses poucos empregos a maioria sera preenchida por pessoas de outros estados e para a região sobrara tão somente os empregos de estivadores.

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