Tempo de leitura: 2 minutos

Luiz Carlos Jr. | lcjr65@hotmail.com

Acho lamentável e estéril essa discussão sobre o termo Vadia. Compreendo o conceito do movimento e fecho com ele, porque não aceito a culpabilização da mulher que é vítima de violência seja ela puta, vadia, piriguete ou carola (aqui sim uma inversão de valores). Parabéns, Glória, pelo desabafo.

Acho estranho as pessoas se preocuparem tanto com o nome desse movimento. É apenas um grupo de mulheres e homens (um Salve para Aquilino Paiva, Marcelo Lins, Ilton Cândido, Victor Aziz, Valmir do Carmo, Marcelo Sena e muitos outros que não lembro os nomes) bradando contra a violência de gênero. A Marcha das Vadias não se arvora a ser a única e exclusiva representante da mulherada.

E aí uma pergunta urge: por que as pessoas que não concordam com o recorte do movimento não saem da frente da tela do computador e organizam um movimento mais amplo, que dignifique a família brasileira? Por que não tiram seus traseiros gordos e/ou magros da poltrona e vão para as ruas protestar?

Cadê a União Brasileira de Mulheres? O que faz o Conselho Municipal de Mulheres? Por que a Soledade e o Felipe Camarão Escaldado (na História, Felipe Camarão foi um índio que se converteu ao cristianismo e virou monarquista. Acho oportuno…) não organizam a tal Marcha das Marias?

Deixem quem quer ser vadia ou quer vadiar em paz e toma alguma providência na vida! Vamos mudar essa realidade perversa que vitima milhares de mulheres todos os anos, cada um a sua maneira.

Luiz Carlos Jr. é jornalista.

35 respostas

  1. Rapaz, esse negócio de ser ou não vadia, vai da cabeça de cada mulher.A que não quer ser, tem também o direito de não ser.Ou será que não vivemos numa democracia? Só queria entender o porque desse termo VADIA. Iamginemos as vovozinhas na rua com uma placa: “EU SOU VADIA!!”.Será que combina? Fica a pergunta, e perguntar não ofende.

  2. Larga de coisa e passa prá casa Filipe! Qualé a sua rapá? Já esqueceu que eu, sua esposa, sou considerada uma das precursoras do Feminismo, quando nem Brasil existia? Esqueceu que você estava comigo, lado a lado nas batalhas e que juntos lideramos a expulsão dos holandeses? Por ter me rebelado contra a opressão, e rejeitado os papéis femininos,impostos pela sociedade patriarcal da época, fui inúmeras vezes chamada de A VADIA da Capitania. Em que momento você saiu do meu lado e passou para detrás desse computador, atirando, atirando no NADA ?

  3. Os homens deveriam se unir também e lutar pelos seus direitos! Seria interessante colocar nomes nos movimentos masculinos “Marcha dos Cornos” ou “Marcha dos Gigolos” Queria ver quantos homens iriam? Agora eu tenho que concordar com esse Nome Vadia! SOU MULHER E PARA LUTAR PELOS MEUS DIREITOS NÃO PRECISO SER VADIA!

  4. Porque LAMENTAVEL e ESTERIL esta discursão LAMENTAVEL foi seu comentario e ESTERIL esse CARA SOU EU ou VOÇE só que não sou VADIA e voçê E.

  5. Obrigada, Luiz, por dar uma clareada nessa miscelânea de senso comum e preconceito velado. O machismo não é característica puramente masculina, e é triste ver que muitas mulheres ainda não experimentaram a liberdade, a delícia de ser o que é. Sou otimista, acho que isso está mudando até com uma certa rapidez… obrigada por ajudar a acelerar o processo!

  6. Olha, Kátia Cavalcante, o que eu não gostaria era de ser vítima de preconceito, de não ter meus direitos respeitados por causa da minha orientação sexual. Caso isso acontecesse, eu estaria nas ruas defendendo meus direitos. Ah, e só prá sua informação, eu sou mais conhecido na cidade como LUIZ GORDO. Beijos!

  7. Parabéns ao Sr. Luiz Carlos Jr pelo texto tão pertinente, bem escrito e corajoso. Percebam que as pessoas que gastam o seu tempo fazendo comentários enfurecidos contra esse movimento, não possuem ao menos capacidade de expressar-se claramente ou num português decente; basta olhar os comentários acima em que pessoas escrevem você com Ç… Enfim pessoas que partem pro ataque sem nenhum embasamento, sem noção mesmo do que estão dizendo! Acredito que o termo VADIA utilizado na marcha que coloca em pauta tantos problemas enfrentados pelas mulheres diante de uma sociedade preconceituosa, machista e repressora é usado metaforicamente, fazendo uma alusão ao hábito nada saudável que muitos têm de rotular as mulheres com adjetivos que muitas vezes buscavam depreciá-las. Foi uma ousadia, uma provocação que cai muito bem e atira na cara dos falsos moralistas que a mulher é forte até mesmo pra internalizar despudoradamente o que lhes impingiam pejorativamente! Tristes mulheres e homens que acham que utilizar o nome MARCHA DAS VADIAS para um movimento de luta, um movimento sério que reivindica direitos básicos e pertinentes ´dentro da sociedade é algo aviltante e menor. Saibam que fazem parte desse grupo pessoas sérias, honestas, inteligentes, cultas, de boa formação acadêmica, decentes, mas, acima de tudo, pessoas que se mobilizam, pessoas com uma preocupação que vai além do individualismo egoísta, mas colocam o coletivo, o social, acima de tudo!

  8. Nenhuma discussão é estéril numa Democracia. Se as pessoas não podem expressar livremente a sua opinião, qual o sentido de toda a luta pela liberdade de expressão, inclusive a sua, que é louvável?

  9. eu acho que mulheres tem que se juntar sair em busca dos seus direitos se tiver ta nas ruas em todo lugar para lutar eu estarei la. mais para macha das vadia eu não aceito. não concordo com esse nome onde nos mesma nos colocamos um nivel de preconceito muito grande. eu não sou vadia sou uma mulher destinada conhecedoras dos meu direotos e com uma larga esperincia. nas lutas socias em buscas dos direotos do nosso povo. mais digo não a marcha das vadias

  10. Vcs acham que quando o estuprador vier violentar o corpo de uma mulher, ele perguntará antes: Vc participa da Marcha das Vadias????????? Vc participa da Marcha das Marias???????????????????? Eu, sinceramente, cheguei ao meu limite nesta questão do nome. O feminícidio é o que tem que causar indignação, revolta… o machismo é o que degrada a dignidade humana … o sexismo é o que alavanca a violência contra a mulher… Ficam vcs nesta masturbação intelectual sobre o nome… eu e minhas companheiras temos uma luta para vencer… NOS DEIXAM SER VADIAS EM PAZ… Hiprócritas… Os que nos julgam são os mesmos que jogaram pedras em Maria Madalena na época de Jesus!!!!!!!!!!!!!!!!!!! SEPULCROS CAIADOS!!!!!!!!!!!!

  11. Se combater a discriminação com um dos termos utilizados para se pratica-la está sendo uma boa estratégia? Essa é a pergunta que o movimento deve se fazer.

  12. Acho impressionante como certas discussões parecem não evoluir, o motivo do uso do nome já foi explicado milhares e milhares de vezes, mas as pessoas insistem em criticá-lo de forma superficial. Mas como procuro entender que algumas pessoas que lerão esse texto e os comentários referentes podem ainda não ter visto a explicação da escolha do termo vadia, lá vai uma sinopse: policiais em Toronto,Canadá disseram que se as mulheres não queriam ser estupradas não deveriam se vestir como vadias, colocando as mulheres como as responsáveis pelas violências sofridas. As mulheres foram as ruas e gritaram que independente do que vestirmos ou como nos comportarmos, jamais seremos as culpadas por um estupro, o único e verdadeiro culpado é o estuprador. E mais, se aqueles policiais enquadravam como vadia uma mulher que escolhe seus trajes, parceir@ sexual e afetivo e não se submete ao machismo, então sim, nós, mulheres livres, somos vadias e isso não dá o direito de ninguém nos estuprar ou ptraticar outros tipos de agressão.
    O uso do nome vadia nada mais é do que nós, mulheres, dizendo que não vamos aceitar que estar fora do socialmente imposto justifique a violência.

    Acho que Luiz Carlos não se importaria em ser chamado de vadio nem de mulher, porque ser vadi@ e ser mulher, mais que uma honra, é uma conquista.
    Quanto aos termos bicha e gorda, se for através da ressignificação da liberdade de orientação sexual e de não se sujeitar aos padrões estéticos determinados pela sociedade e mídia, seria massa também.

    Mas quando vcs terminaram de ler o q escrevi, gostaria q vcs parassem e pensassem, quem faz parte da marcha das vadias: mulheres dedicadas que destinam parte do seu tempo sem qualquer contraprestação financeira a oferecer oficinas em escolas, a marchar pelas ruas defendendo a nossa liberdade e denunciando a violência. Como pode ser constrangedor para uma vozinha ou qualquer outra pessoa fazer parte de um grupo de pessoas tão do bem?

  13. Há muito tempo já entro nesse protesto contra essa situação!
    1-Não voto em candidatos GALINHAS,VADIOS SAFADOS!Esses que não respeitam as mulheres…(salvo Lula)
    2-Estou votando em mulheres atualmente.
    3-cobrando a alguns deputados (que sempre aparecem)porque o código penal é tão vadio.Porque essa barreira de mudar umas leis que são simplesmente ridículas.Enquanto estiverem esses políticos aí de sempre,nada será feito em prol das mulheres e do cidadão brasileiro.

  14. Que a verdade seja dita: Só tinha mulher feia na marcha das vadias. Mulher feia tem que se destacar pela personalidade, pelo carisma, simpatia, intelecto, e não querer chamar a atenção criando polêmica.
    Quem quiser tem todo o direito de ser vadia, mas não espere ser tratada como MULHER.
    Quem quer respeito, tem que merece-lo

  15. CONCORDO COM O COMENTARIO DO CHARA,SÓ QUE ESTE LUIZ CARLOS JR. NEM DEVIA TÁ LÁ.VEJA A CONFUSÃO QUE ELE FEZ COM OS COMENTARIOS DELE,CRIOU UMA POLEMICA cOM AS MULHERES SEM PRECEDENTES,CRIE OS VADIOS E DEIXE AS VADIAS,QUE NEM UM NEM OUTRO VAI SER TRATADO COMO HOMEM OU MULHER.

  16. Luiz Carlos Jr,

    Um único exemplo, individual e prático na vida social, pautado no amor e no respeito às mulheres, contribui mais para educação da sociedade, do que um batalhão inteiro brandando pelas ruas: “nós somos Vadias”! – sob qualquer pretexto.

    À propósito, no seu texto há um erro histórico, anacrônico e grosseiro, sobre de Felipe Camarão.
    Pelas suas linhas e entrelinhas, Felipe Camarão seria um reacionário Cristão e Monarquista.

    Ora, Luiz, Felipe Camarão foi constutor do Brasil, e segundo algumas fontes históricas; tendo ao lado sua mulher e guerreira Clara Camarão, ajudaram a expulsar os holandeses do nordeste braileiro. Porém, Luiz, esses fatos ocorreram no Brasil Colonial,(por volta de 1640), quase dois séculos antes da indendência do Brasil, da monarquia, portanto.
    Só faltou você cobrar do nosso herói uma posição idológica marxista, quando, na verdade, em Terra Brasilis, no tempo de Felipe e Clara, nem monarquia, nem república, muito menos comunismo existiam. Tava longe disso.
    Peço-lhe mais zelo no trato com a História, com a informação ao público. Sobretudo, considerando que você é um jornalista. Certamente, és um homem bem intencionado, mas estude um pouco mais. Informação é coisa séria.

  17. Clara, Clara !(Felipa Camarão)

    Há quanto tempo!

    Companheira de longas e bravias jornada! Das primícias do Brasil pronfundo, germinal.
    Eu bem sei do seu valor!
    Nossa separação se deu por que, no curso da história, a medida que o homem branco foi nos ensinando novas e complexas doutrinas, teminamos por fazer opções ideológicas distintas.
    Mas, eu bem sei, Clara, da importância da mulher indígena na formação desse povo.

  18. “MULHER BONITA É MULHER QUE LUTA” e essa luta não é só ir pra rua em marcha mas sim, a luta diária de estudar, trabalhar, criar filhos, ser dona de casa e na maioria das vezes, mantenedora do lar… Ufa! Lamentável esse comentário infeliz, depois de alguns comentários brilhantes acima, de mulheres e homens, graças a Deus! Mas, em especial, destaco que aí estão mulheres que além de beleza física, sim, possuem inteligência, carisma, cultura, simpatia e, engraçado, elas estavam todas lá, ou o olho machista não permite enxergar?

  19. o que não pode amigo radialista Luiz Carlos Junior é impor um pensamento único como sendo verdadeiro. eu sou radicalmente contra a violência contra a Mulher assim como sou contra a violência contra qualquer pessoa, isso fere o Estado de Direito. o que acho legal é você como homem e outros participando dessa marcha, eu também concordo com você quando você fala onde esta a UBM?, Conselho da Mulher e etc. agora que um vadia e vadiar é uma coisa boa isso não tem como negar.

  20. Aos amantes da Semântica:

    A discussão não é sobre semântica. É sobre violência contra a Mulher. E toda forma de violência, não apenas a física.

    Tempos atrás li uma piadinha infame que retrata bem como determinadas palavras, flexionadas em gênero, adquirem sempre o mesmo significado machista:

    Pistoleiro: matador profissional, aquele que mata por dinheiro ou justiçamento
    Pistoleira : Vadia

    Homem público: Político, que se ocupa das coisas públicas, conhecido por todos
    Mulher pública: Vadia

    E por aí vai. Vadia não é apenas uma ofensa moral, como muitos aqui sugerem. É uma SENHA para justificar a tutela da sociedade patriarcal sobre o corpo e a sexualidade da mulher. Muitos, que aqui repudiam o termo VADIA, teriam dificuldade para defini-lo. E não me refiro a uma definição artificial, a dos dicionários. Importante é o que a palavra significa para você no contexto social e de que maneira a utiliza na sua práxis.

    A primeira vez que ouvi a palavra Vadia foi numa referencia à minha avó materna. Moradora da zona rural, descendente de índios guaranis, analfabeta, minha avó se casou aos 12 anos, casamento arranjado pelo meu bisavô. Nos anos 40, abandonou o marido-patrão e fugiu. Não foi possivel levar os filhos. Anos depois volta para reunir as crianças e reconstruir a família. Tarde demais, ficou marcada que nem gado. Foi vadia até falecer com quase 90 anos de idade.

    Logo depois percebi que Vadia podia ser qualquer uma de nós, a motorista que cometia um erro no trânsito, a moça que declinava dos galanteios do rapaz, a mulher do pastor (da igreja que eu frequentava), essa por ter um traseiro avantajado. -Com um traseiro daqueles, como não ser uma vadia?! Um dia nos confrontamos, eu e a palavrinha nefasta. E era comigo que ela estava falando.

    Concordo com o Luiz, se a discussão não for o gatilho que impulsione ações para mudar esse quadro gravíssimo, se torna sim estéril. A discussão deve ser um chamamento para ampliar a luta. Quem não se identifica com aspectos da Marcha das Vadias, se organize com seus pares e lute para reverter a barbárie contra as mulheres. MAS NÃO LUTE CONTRA A MARCHA DAS VADIAS, UTILIZANDO A SEMÂNTICA COMO ARMA. É tiro no pé.

    A Marcha das Vadias se levanta contra a Violência!!!!

    Homem Vadio: desocupado, sem rumo
    Mulher Vadia: Toda aquela que ousa reivindicar para si o direito sobre seu corpo e sua sexualidade.De minissaia ou de Burca. De paletó ou de vestido. Negra, branca, indígena, criança, adolescente, jovem, anciã, brasileira, francesa, palestina, sul-africana, cristã, ateia, budista, umbandista, gorda, magra, alta, baixa, portadora de necessidades especiais, mãe, irmã, filha, companheira, professora, lavadeira, advogada, marxista, anarquista, liberal, proletária, burguesa, casada, solteira, divorciada, hetero, bi, homo, tímidas ou extrovertidas. Nenhuma de nós está livre de ser enquadrada nesse rótulo machista, por mais que o repudiemos.

    ESSA DISCUSSÃO NÃO É SOBRE SEMÂNTICA !!!

    É sobre os órgãos públicos de nossa cidade, que se omitem diante da violência assustadora contra as mulheres.

    É sobre políticos que enchem a boca para falarem das questões femininas na hora do pragmatismo eleitoral e depois nos viram as costas

    É sobre liderança femininas que se acovardam, numa atitude conservadora, pois temem mais os rótulos do que a própria violência machista.

    É sobre a pouca representatividade política das mulheres em nossa cidade e SOBRE MULHERES QUE FAZEM O JOGO DA SOCIEDADE MACHISTA na ilusão que estarão imunes à violência.

    E PRINCIPALMENTE:

    E sobre uma moça que foi gravemente ferida pelo marido e está no hospital de Base tentando sobreviver

    É sobre uma jovem que saiu de casa para comprar quiabo e nunca mais voltou

    É sobre uma professora grávida que foi barbaramente assassinada pelo marido

    É sobre meninas itabunenses que são abusadas sexualmente por pais, padrastos, irmãos mais velhos sem que a sociedade se importe em protegê-las

    É sobre agressões que mulheres sofrem todos os dias nas famílias grapiúnas tanto na Vila da Paz quanto no Goes Calmon.

    É sobre a discriminação que as trabalhadoras de Itabuna enfrentam no mercado de trabalho

    É sobre o racismo que para as mulheres negras tem um impacto muito mais devastador

    É sobre garotas de programa que são assassinadas a pauladas e não causam choque nem senso de justiçamento na sociedade pois eram apenas putas

    É sobre o medo das mulheres homossexuais de serem cerceadas, agredidas e assassinadas caso assumam publicamente sua condição

  21. Meus votos de Estima à Regina Florêncio! (Aplausos!)
    Suas considerações acerca do Assunto foi de grande valia, principalmente por muitos(as) se ofenderem com o termo “VADIA”, como ela própria disse: “Com a Semântica”.

  22. Regina, entendo seu ponto de vista.
    Mas, toda a discussão e o seu texto envolvem, justamente, à semântica.

    Outra coisa, não existe no mundo real uma senha secreta do patriarcado, que seria a palavra: vadia. Isso é irreal.
    O que existe é o machismo , que se revela de formas diferentes. Ele deve ser combatido com educação, maior participação da sociedade civil, politicas públicas e, por ultimo, o Direito.

    Nas classes populares, na vida real, as mulheres pobres da sociedade são agredidas por outros termos/”senhas”: “cachorra”, “vagabunda” “puta” etc.
    Vadia é coisa mais sofisticada, mais comum nas classes mais escolarizadas.

  23. VIVA AS VADIAS, AS PUTAS, AS DONAS DE CASA, AS DE BORDEL PORQUE NÃO?, VIVA AS MARIAS, AS JOANAS… O MAIS IMPORTANTE QUE TODOS VIVAM, MAS QUE CADA UM VIVA SUA VIDA ACEITANDO AS DIFERENÇAS DOS OUTROS, SEM A PORRA DA VIOLENCIA.

  24. Concordo quando Felipe Camarão diz: “Na prática, a passeata torna-se muito mais uma tentiva de legitimação do ego e do comportamento pessoal das idealizadoras do que, propriamente ,do combate à violência contra a mulher”.
    A necessidade de se auto-afirmar como “pessoa politica”, é o que parece. Não interessa se o coletivo adere ou não, o que se quer é promover o grupo social dos “pseudo-defensores”.
    Ahhhh!
    Pq nao marcha das “Marias”?? Mobilizem o coletivo, o todo, já que é essa uma das intenções: a conscientização!!

  25. Eu sou uma dona de casa,abraço a causa com garra da violência contra a mulher, pois tenho três filhas adolescentes. A causa em si é valiosa mas o nome é agressivo demais, eu sou católica, imaginem as evangélicas? Para mim vadia sempre foi mulher que não faz nada, não adianta isto está embutido na nossa cultura, nem eu nem minha filhas juntamente com toda minha família estamos fora deste modismo, já que vcs lutam pelas mulheres se deem o devido valor de não serem chamadas de vadia ou qualquer outro nome que abuse da moral de vcs. e amaneira de vcs se vestirem não tem nada a ver com a violência contra as mulheres, o que passa simplesmente é querer chamar a atenção de alguma forma. Vão procurar o que fazer mulheres vadias

  26. E a senhora dona da verdade, senhora Lila, vá se libertar do jugo masculino. Não é usando o mesmo discurso que um machista usa ao mandar a gente procurar o que fazer que a SENHORA conseguirá desqualificar a nossa luta. Não precisamos da sua aprovação e muito menos da sua família de comercial de margarina, pois, como a senhora deixou explícito o nome da MARCHA é mais importante para a senhora do que o motivo da luta. Eu também sou católica praticante, minha consciência social foi forjada desde à adolescência nos grupos de jovens católicos, nascidos nos movimentos eclesiais de base da Igreja Católica. Eu aprendi – e não foi com os católicos e católicas – mas com Jesus Cristo a não julgar e nem jogar pedra em ninguém e muito menos me senti superior porque sou casada e tenho uma família – e só para informá-la: sou muito bem casada, tenho uma criança, tenho uma profissão que amo e independência financeira do meu marido – permaneço casada porque amo . Ele não veio para as mulheres “santas” ( elas, assim como algumas evangélicas – temos evangélicas em nosso grupo -já estão salvas ). Ele veio para as mulheres que são oprimidas, violentadas, machucadas, desprezadas, massacradas, estupradas…para as putas, as sem-terra, as sem – teto, as que não podem se separar do companheiro porque não tem como sobreviver, as mulheres negras que até hoje são vítimas de racismo, as que não puderam estudar na idade devida por estarem trabalhando para criar os filhos/filhas. Ele veio para as marginalizadas, para as que recebiam e recebem na cara o cuspe de uma sociedade que só valoriza quem não foge do padrão, quem aceita sem questionar as regras estabelecidas, quem tem a família perfeita ( José, Maria e Jesus ). Gostaria muito de entender o que é mesmo que a senhora diz quando fala que devemos nos dar o devido valor. Se a senhora acha que ter valor é aceitar que um homem pode violentar uma mulher só porque ela é puta, então, a senhora pode ter certeza que somos sem valor nenhum. Se a senhora acha que ter valor é aceitar que um homem pode assassinar um mulher porque foi traído, então, pode ter a certeza que não temos valor nenhum . Não marchamos dentro da lógica machista, não marchamos esperando que nossa luta seja compreendida e aceita, mas ainda assim marchamos e marcharemos. Não esperamos que o coletivo adere a nossa luta, pois se o MST tivesse esperando a aprovação da sociedade, até hoje a reforma agrária não aconteceria. Nós lutamos por coisas concretas como a construção de uma Casa Abrigo em Itabuna, infelizmente, precisamos dela, já que as mulheres em violência conjugal são obrigadas a ficarem com seus agressores. Exigimos mais cotas de mamografias para as mulheres. Trabalhamos com a Lei Maria da Penha nas escolas e também com a Lei Antibaixaria ( mostramos como têm músicas que depreciam a mulher ). Enfim, nós temos atividades formativas. Recebemos convites de Universidades para debate de idéias sobre a questão da violência contra a mulher. Não se trata de alimentar nosso ego, pois sacrificamos nossas folgas e até mesmo nosso tempo com a família para trabalhar pelo Coletivo Feminista Marcha das Vadias de Itabuna ( tem um texto falando sobre isso ). Sem falar na questão monetária. Essa fala de falsas defensoras é típico de quem só fica no discurso e tenta desqualificar quem faz algo. Sua família pode tá fora do modismo, mas ninguém garante que um dia as filhas não sejam chamadas de Vadias. Termo que os machistas e os falsos moralistas usam para desumanizar a mulher. Termo utilizado pelo macho quando uma mulher não aceita ser tratada de maneira desigual. Termo que tá realmente “embutido” na cultura machista para denominar a mulher quando ela assume o nome de VADIA como sinônimo de mulher que é dona de seu corpo, seus desejos, suas decisões e sua vida. Não esperamos a aprovação de ninguém, mas esperamos “que quem não se identifica com aspectos da Marcha das Vadias, se organize com seus pares e lute para reverter a barbárie contra as mulheres. MAS NÃO LUTE CONTRA A MARCHA DAS VADIAS, UTILIZANDO A SEMÂNTICA COMO ARMA. É tiro no pé”. .

  27. Estou cada vez mais convencido que esta discussão é completamente estéril. As partes envolvidas estão convictas da justeza de seus posicionamentos e nunca aceitará o argumento da outra. O alento é que ninguém discorda da violência sofrida pelas mulheres. Pois bem. O Dia Internacional da Mulher está logo ali (8 de Março), mas há tempo suficiente para organizar uma boa mobilização. Duvido piamente que as pessoas que criticam a Marcha das Vadias dediquem seu tempo e dinheiro para organizar uma Marcha das Marias (ou seja lá o nome que quiserem). Mas vamos lá: me surpreendam!

  28. Há uma voz dentro de mim dizendo que haverá muitas marchas das Marias com Deus, a família, a propriedade e a soledade. Vai ser um “boom” de ações políticas, passeatas, reivindicações junto ao Ministério Público, DEAM e Secretária de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia. Com tantos indignado e incomodados com a dignidade feminina, a Casa de Abrigo para mulheres vítimas de violência, será inaugura já no dia 08 de março de 2013. Com Vadias e Marias.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *