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eduardo thadeuEduardo Thadeu | ethadeu@gmail.com

Após significativos avanços obtidos pela Ceplac/BA, em parceria com a sociedade civil organizada, pesquisadores, academia e produtores, deparamo-nos com um impasse institucional que tem atrasado as iniciativas.

“Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas futuras”. É assim que o ambientalista Lester Brown define o conceito de sustentabilidade, tão mal utilizado nos últimos tempos.
O Brasil não apenas está preso à ilusão do crescimento econômico, como vem optando por um crescimento predatório, que comprometerá a vida das gerações futuras. A ganância, a cobiça e a avidez dos interesses econômicos estão comprometendo aquilo que é o nosso diferencial para a qualidade da vida planetária: a biodiversidade.
O Brasil vem sistematicamente arrasando os seus biomas – amazônia, cerrado, caatinga, pantanal, mata atlântica, pampa – em nome do crescimento econômico. O país está perdendo o bonde da história e não percebe, ou não quer perceber, que é um dos poucos países que poderia oferecer uma alternativa à crise civilizacional, estabelecida sobretudo na crise climática.
Após significativos avanços obtidos pela Ceplac/BA, em parceria com a sociedade civil organizada, pesquisadores, academia e produtores, deparamo-nos com um impasse institucional que tem atrasado as iniciativas que apontam para alternativas à crise econômica que assola a Região há mais de um quarto de século.
Já nos ensinava o poeta espanhol Antonio Machado que: “o caminho se faz caminhando”. O que temos percebido é que, desde meados do ano passado, nosso caminho rumo ao desenvolvimento sustentável da tradicional região produtora de cacau da Bahia não tem recebido passos em seu leito.
Em que pese a forte presença da Região na Conferência Rio+20, no Salon du Chocolat, e a consequente reverberação na mídia nacional, propostas que visam efetiva e eficazmente transformar a região, oferecerem um norte para seu desenvolvimento, tem sido postergadas desde então.
A falta de alinhamento das políticas públicas, quer sejam federais ou estaduais, somada ao distanciamento da burocracia federal da realidade e demandas dos cacauicultores, vem fazendo com que também o Sul da Bahia comece a se distanciar do bonde da história.
Eduardo Thadeu é economista, mestre em planejamento e desenvolvimento regional, especialista em planejamento ambiental e conselheiro fundador do Conama.

0 resposta

  1. Estamos realmente perdidos a começar pela instituição publica chamad CEPLAC. Um cabide de empregos que nada faz para contribuir com o desenvolvimento da região. Chega de demagogia e mãos a obra, o crescimento de um pais se faz com trabalho e não com conversas fiada.

  2. É mais um que adere aos falsos ambientalistas, utilizando os velhos e surrados “jargões”‘ da Sustentabilidade, constantemente desmentidos por cientistas do mundo todo.
    A tal da sustentabilidade apregoada por eles, só serve apenas para encher mais o bolso das grandes potências e manter o alto padrão de vida de alguns países.
    Querem que o nosso povo fique contemplando a natureza de barriga vazia.
    Deveriam fazer campanha para o reflorestamento da Europa e Estados Unidos.
    São todos mercenários a serviço das grandes corporações nacionais e internacionais. O fogo do inferno os espera.

  3. No dia que o Brasil alcançar uma conscientização de preservar o meio ambiente e ser capaz da magnitude de uma sociedade honesta,ai sim vamos entrar no mundo civilizado.
    Temos muitos caminhos o que nos falta é vergonha na cara e
    coragem para caminhar.
    Ambos sentimentos são intrínsecos,uma vez que o Brasil se recusar a assinar um compromisso que vai ser lei,proposto pelos os países mais ricos do mundo,o G 20, que cuja preocupação e a corrupção que ameaça a integridade do mundo. Que nenhum corrupto entre em nenhum país,bem como quaisquer membro desta família entre ou deposite dinheiro frutos de produtos do roubo. O governo Brasileiro que é petista não assinou e o Brasil já têm uma cultura da permissividade com a corrupção. O Sr.Hamilton Fernandes Cota Cruz, acessou especial do governo brasileiro,alegou que o Brasil não vai abrir mão da soberania do país.
    O Brasil perdeu de pegar o Bonde da história ao recusar de assinar este compromisso proposto pelo G 20,países Industriais do mundo.
    O Brasil iria ter dinheiro para investir na tecnologia da sustentabilidade e biodiversidade da nossa mata atlântica e principalmente a Amazônia que é “o pulmão do mundo” e teria recursos para impedir os predadores de destruir a natureza.
    No dia que a sociedade Brasileira sair do mundo primitivo
    no que se trata da conscientização de não a corrupção nós vamos
    também caminhar por uma sociedade consciente de preservar o meio ambiente.
    Estadão.25-02-2013.

  4. Pois é, meu caro Eduardo, todo mundo fala em sustentabilidade, mas, na prática, muito pouco se faz. Quer um exemplo, o caso do aproveitamento da Madeira Morta nas nossas Cabrucas. Estamos lutando para modificar uma Instrução Normativa Estadual absurda e impossível de cumprir, já faz anos, e nada acontece.Já conversei até com o Governador.
    Já tentei provocar muitas instituições e ninguém parece perceber o alcance dessa medida. Poderíamos, de uma só penada, acrescentar renda para os produtores, de todos os tamanhos; aumentar a arrecadação de impostos, tanto a nível Municipal como Estadual; propiciar matéria prima legalizada para os nossos marceneiros e artesãos e por aí vai. Seria um duro golpe no abate e no comércio clandestinos de madeira em nossa região.
    Contudo, ninguém parece interessado nisso. Briguei muito por isso à frente do Instituto Uiraçu e na diretoria do IPC.
    Qualquer coisa, estou à sua disposição para essa luta.

  5. Eduardo Thadeu faz um diagnóstico correto (a indiferença dos governos para com a nossa economia cacaueira). Indiferença perversa, que o povo deveria responder nas urnas!
    Já o comentário do Fernando, aponta para uma das soluções que a região precisa. Parabéns, Fernando!

  6. É sempre bom, termos uma visão mais ampla…
    Não faço uma comparação de tamanho e nem de biodiversidade entre o Brasil e países da UE, mais apresento um panorama de grande valorização ambiental. Isso é só um alerta!
    “Um dos maiores tesouros ecológicos da União Europeia (UE) são as suas florestas: 42% da área é o lar de diversas florestas.
    A riqueza da floresta em crescimento. 5% das florestas do mundo estão na UE e têm crescido ao longo dos últimos 60 anos. Ocupam 155 milhões de hectares e, juntamente com a conta de outros terrenos arborizados de 42% da área total da UE.
    As áreas maiores da floresta estão localizadas na Finlândia, França, Espanha e Suécia. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Assuntos Rurais e Marinhos (MARM), a Espanha é a segunda maior área florestal total da UE, com 27,5 milhões de hectares, e a terceira na superfície florestal, com 18,3 milhões de hectares.
    Importante fonte de receita. Mais de dois milhões de europeus trabalham na indústria de floresta primária e cerca de 350.000 pessoas vivem em manejo florestal. O volume de negócios ascendeu a 300.000 milhões de euros.
    40% das florestas comunitárias são estatais, enquanto 60% é propriedade privada”.
    Hoje, o que acredito como maior desafio da CEPLAC, é desenvolver a demanda necessária, que são muuuitas, com uma equipe pela metade! Este cenário está comprometendo com a sua “Missão”!

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