Tempo de leitura: 3 minutos
Wagner fala de popularidade e intenções de voto em Dilma (Foto Pimenta).
Wagner fala de popularidade e intenções de voto em Dilma (Foto Pimenta).

A onda de protestos que tomou conta do país e atingiu a popularidade da presidente Dilma Rousseff deve ser encarada com cautela, no entendimento do governador Jaques Wagner em entrevista ao PIMENTA.

A queda também afetou, segundo pesquisa Datafolha, as intenções de voto na presidente. Wagner, porém, tem outra leitura. “Está todo mundo tirando conclusões precipitadas. Eu não acho que ela esteja em desvantagem, até porque não vi ninguém ultrapassá-la”.

Wagner admitiu ter havido uma aproximação dos índices de Dilma e da pré-candidata Marina Silva (Rede). Dilma apresenta 30% ante 23% de Marina. Antes o quadro era 51% a 16%. “É, mas eu ainda não vi um quadro de ameaça [à liderança da presidente]”, considerou.

O governador baiano descartou um “Plano B” do PT para a disputa presidencial, embora os números tenham mostrado que o ex-presidente Lula foi quem mais preservou o capital de votos e seria até eleito em primeiro turno.

Em favor de sua tese, lembra o mesmo período do primeiro mandato de Lula, em 2005, quando surgiu o Caso do Mensalão e o ex-presidente atingiu nível mais baixo de popularidade, recuperando-a entre outubro, novembro e sendo reeleito em 2006.

Confira os principais trechos da entrevista concedida pouco antes da abertura do Festival do Chocolate e Cacau, em Ilhéus, nesta noite de quarta (3). Antes, na coletiva, Wagner falou de cacau, chocolate e conflitos agrários no sul da Bahia, o que será conferido em matéria nesta manhã.

__________

BLOG PIMENTA – A queda de popularidade da presidente Dilma, segundo pesquisa, força o PT a trabalhar com um Plano B?

JAQUES WAGNER – Olha, eu acho que está todo mundo tirando conclusões precipitadas. É óbvio que toda queda de popularidade preocupada todo político. Como a queda de popularidade atingiu a todos os governantes, eu não acho que ela esteja em desvantagem, até porque não vi ninguém ultrapassá-la [nas intenções de voto].

PIMENTA – Mas se aproxima [Marina Silva].

WAGNER – É, mas eu ainda não vi um quadro de ameaça. Evidente que a equipe dela está se debruçando sobre o tema, é claro que o ex-presidente Lula, pela pesquisa do jornal de São Paulo, foi quem mais preservou a sua posição em relação à população. Quanto aos outros, quase todos eles tiveram impacto negativo [com queda nas intenções de voto]. Então, estou mais cauteloso.

______________Jaques Wagner

A presidente Dilma vai, seguramente, recuperar [a popularidade], pois não há uma erosão da imagem dela.

______________

 

PIMENTA – E como o senhor analisa esses dados?

WAGNER –  Gosto de repetir o que digo sempre: pesquisa é fotografia de um momento. Ela não é uma premonição e estamos cheios de exemplos assim… O próprio presidente Lula, em 2005, nessa época do ano, talvez tenha chegado aos mais baixos índices [de aprovação e intenções de voto], no chamado Caso Mensalão. E em outubro, novembro, virou o jogo. Ganhou a reeleição em 2006. Então é evidente que preocupa. A gente quer estudar, responder. A presidente Dilma vai, seguramente, se recuperar, pois não há uma erosão da imagem dela.

10 respostas

  1. De fato, não houve erosão. O que aconteceu foi um desmoronamento, mas, felizmente, entre mortos e feridos “estão todos salvos”!

  2. LULA SUGERE A DILMA CORTE DE MINISTÉRIOS

    Ex-presidente, que ampliou total de pastas de 24 para 37, pediu à sucessora enxugamento para sinalizar ‘austeridade’

    Redução de cargos no primeiro escalão já havia sido proposta ao governo pelo PMDB e por líderes da oposição.

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/117253-lula-sugere-a-dilma-corte-de-ministerios.shtml
    ______________________________________________________________

    DESGRAÇADAMENTE, ESSA CAMBADA DO pt TÁ FAZENDO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O QUE ELES SEMPRE FIZERAM NOS SINDICATOS. NÃO RESPEITAM NEM SEUS PRÓPRIOS PARCEIROS, FICAM UNS QUEIMANDO OS OUTROS, SE POSSÍVEL ATÉ LHE DÃO PASSÁGENS PARA O PARAÍSO, E DEPOIS DIZEM QUE É COISA DAZELITES E DA MÍDIA TERRORISTA.

  3. Governador Jaques Wagner. O contexto agora é outro. As promessas não foram compridas, a esperança expirou e a confiança também. Voltou à corrupção, a inflação e o caos social, o povo estar nas ruas. O Brasil perde competitividade nas suas exportações. Fala-se no endividamento da Petrobras, e a Vale tem 70% de desvalorização de suas ações. O Eike renunciou seu poço no Pré-Sal não produziu o esperado, mas, este, foi brindado com o consorcio Maracanã. Portanto, neste contesto, o cenário também é outro. Abra o olho!

  4. Dadaísta metafórico comparativo esse Jacques Wagner. Só choveu no molhado

    -Copie e cole essa entrevista no word e imprima.

    -Recorte separadamente as perguntas e as respostas.

    -Dobre os papeletes e faça dois montinhos, um de perguntas e outro de respostas (a ordem deve ser aleatória)

    -Desdobre e disponha alternadamente perguntas e respostas.

    -Releia a entrevista sob essa nova ordem. Pode ser refeito até se esgotar todas as possibilidades de combinação.

    “O pensamento se faz na boca” disse Tristan Tzara (lider dadaísta). É dessa máxima que se valeu o governador na entrevista.

    Fazer alegoria à fotografia foi providencial já que ele é o general da guerra contra os pixels, já a comparação ente o desgaste político do mensalão x explosão de manifestações populares por mudanças na politica foi grotesca. Por mais que elas genuinamente se entrelacem.

  5. Ele só esqueceu de lembrar que, em 2005, passou-se a falsa imagem de que o presidente não sabia de nada e que o mensalão era invenção da oposição.

    Mas os fatos confirmaram a existência do mesmo e fortes indícios, que eu creio, de que ele está envolvido e foi o próprio articulador de tudo, com a cúpula dos condenados.

  6. A imagem da presidente é de uma pessoa sem liderança, fantoche de marketeiros… se ela tivesse entendido a mensagem das ruas não teria partido para plebiscito e sim prioridades em pautas de combate a corrupção (que é o pai de todos os males do país), corte de gastos públicos, como os ministérios exagerados, e reforma política de verdade, e não reforma eleitoral.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *