COMO DEUS AMOU A JACÓ E ODIOU A ESAÚ?
A forma preposicionada do verbo amar, aqui referida há dias, possui uma exceção muito nobre, que não foi citada. É que o Livro Sagrado dos católicos (no qual se esperava o respeito à regra de amar a Deus) abriga, em Romanos 9:13, esta joia de tradução: “Amei a Jacó, e odiei a Esaú”, palavra de Deus. A expressão, incompatível com um ser de infinita bondade, incapaz de abrigar o ódio (segundo os que Nele creem e O explicam), suscitou variadas interpretações. Destaca-se entre elas a do respeitado teólogo John Murray, no livro Romanos, resumida a seguir.
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“Sem malícia, perversidade ou vingança”
Para o exegeta (nascido na Escócia, em 1898), não se pode dar a esse ódio divino as mesmas características do ódio exercido pelo homem mau. “No ódio de Deus não existe qualquer malícia, perversidade, vingança, rancor ou amargura profanos”, diz o estudioso. Ele acrescenta que “o tipo de ódio assim caracterizado é condenado nas Escrituras, e seria uma blasfêmia atribuí-lo ao próprio de Deus.” E assim vão os crentes tentando explicar as profundas contradições do seu livro-texto, nem sempre com êxito. Voltemos, então, ao verbo, sem intenção de trocadilho.
Noel: “Jurei nunca mais amar ninguém”
Se Cartola escreveu “Não quero mais amar a ninguém”, ferindo a regra, e Pixinguinha foi pelo mesmo caminho, com “Amar a uma só mulher/ deixando as outras todas”, há exemplos do emprego “certo” do verbo: Noel Rosa (na charge de Pedro Thiago) grafou “Jurei nunca mais amar ninguém” e Dora Lopes (na voz de Noite Ilustrada) quase repete o Poeta da Vila, com “Jurei não amar ninguém”. Na poesia, abramos ala para a lusitana Florbela Espanca, que cultua a forma “clássica”: “Eu quero amar, amar perdidamente!/ Amar só por amar: aqui… além…/ Mais este e aquele, o outro e toda a gente…/Amar! Amar! E não amar ninguém!”
ESPUMA RAIVOSA CAINDO SOBRE A GRAVATA
ENTRE PARÊNTESES, OU…
ÂNGELA E A LUZ DIFUSA DO ABAJUR LILÁS
(O.C.)
10 respostas
Sou Filósofo e Teólogo, e fiquei possuido pela emoção de me deparar com uma matéria riquissíma do ponto de vista teológico e cultural. Matéria brilhante; juro que me deixou emocionado hoje domingo pela manhã, dia 07 de julho de 20l3.
Se deliciar com um texto desse, é mui gratificante para – quem faz alusão à inteligência aguda como a sua. Muito obri – gado mesmo..! cidade Ilhéus- Ba.
Ontem questionei (na gaiatice) se ao adquirir dois Chapéus Panamá, eu e meu camarada companheiro, estaríamos prontos para o seleto mundo dos blogueiros de sucesso. Depois lembrei que nem o Davidson Samuel nem o Ricardo Ribeiro usam Chapéu Panamá.
Provavelmente os “Pimentas” não foram os primeiros da região a se lançarem na blogosfera, mas souberam como ninguém selar o cavalo e sair em disparada. Para alguns distraídos do “métier” esse cavalo passou selado e eles não se deram conta.
O estilo do Ricardo Ribeiro foi sem dúvida um ingrediente especialíssimo para o sucesso dessa Muqueca. Um alento para quem procura talento e honestidade literária em meio a Febeapás e Patropis.
Mestre Ousarme, na condição de fã desta coluna, fico como que abestalhado com suas palavras. Muito obrigado mesmo!
Muito obrigado a você também, Regina! E aproveito para acrescentar que tanto eu (e agora tomo a ousadia de revelar) Davidson Samuel somos admiradores de seu texto. De verdade mesmo.
NOEL ROSA
Passei pela primeira vez na Vila (Isabel) no início dos anos 70, mas, só fui conhecê-la de verdade nos anos 90, quando morei por 9 anos na Tijuca.
Pelos idos dos anos 80, uma de minhas filhas foi premiada em um concurso com o livro “A Vila, de Isabel a Noel. Uma brochura que conta a história do lugar desde os tempos do Império, quando era passagem (estrada) por onde a Princesa Isabel acessava fazendas imperiais de café situadas no sopé do maciço tijucano onde hoje estão os bairros do Andaraí e Grajaú.
Hoje, o que impressiona na Vila são as calçadas do Boulevard 28 de Setembro, todo em pedras portuguesas formando desenhos das partituras das odes de Noel. A boemia dos tempos de Noel praticamente desapareceu. A Vila é somente ligação entre as Zonas Sul e Norte, nada mais que isso. Além das partituras nas calçadas, o que lembra Noel é um velho túnel que leva o seu nome e liga a Vila ao Jacarezinho.
AINDA SOBRE NOEL
Incrivelmente, uma pessoa que viveu pouco mais de 26 anos compôs 259 músicas. Um gênio! Só não conseguiu safar-se da bebida!
http://oarietenanet.blogspot.com.br/2013/07/diogenes-visita-alecia-republicando.html
http://oarietenanet.blogspot.com.br/2013/07/alecia-aquela-que-esta-molhada-pela.html
Esta historia de que Joaquim Barboisa viajou de avião da FAB para ver o jogo no Rio de janeiro é mentira, já desmentida pelo TRibunal. E voce devia saber disso ou é mal informado. E ainda por cima presta um desserviço á nação caluniando um homem honesto que hoje se coloca contra os desmandos do PT e que deve colocar os mensaleiros na cadeia. Vai ver que voce gosta mesmo de Lula.
Da Redação: Sr. João Araújo, há um equívoco na leitura que o senhor fez. Afirma-se que o ministro e presidente do STF viajou às custas do erário para assistir ao jogo. O senador, sim, viajou em avião da FAB e, pego em flagrante, prometeu ressarcimento.
Não. ele deixou nas entrelinhas a afirmação de que Joaquim Barbosa é desonesto, coisa que o PT anda pregando nas redes sociais. Joaquim Barbosa só viaja em avião de carreira com a cota que é dada aos ministros para que voltem para suas casas no caso de Joaquim Barbosa que tem um apartamento no Rio. Nunca solicitou um avião da FAB apesar de ter direito a isso como ministro e chefe de um poder. O resto é querer jogar lama em um homem honesto que não está deixando (quando depende dele), as falcatruas do PT prosperarem e nivelar todo mundo como ladrâo, neste pais dee ladrões.