O comando de greve dos servidores ilheenses agora busca o apoio do governador Jaques Wagner para intermediar negociações com o prefeito Jabes Ribeiro (PP). Ontem (20), um ofício foi entregue a Wagner pela presidente da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI), Enilda Mendonça, ao final da cerimônia de instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba), em Itabuna. Ao saber do pedido, Wagner franziu a testa, sabendo do “pepino” político em mãos. O prefeito é da base aliada do governador
Já na entrevista coletiva, o governador disse estar aberto para ajudar nas negociações. Inicialmente, esquivou-se diante de pergunta feita pela reportagem do PIMENTA quanto ao pedido dos sindicatos. “Essa é uma questão municipal. Evidentemente, que tenho a melhor das relações [com o governo local]”. Ao ser informado de que o governo municipal tem atribuído a crise nas relações a sindicatos e ao PT, Wagner foi enfático:
– A melhor saída não é procurar culpado, é procurar solução. Vamos ver. Evidentemente, estou à disposição do prefeito e dos funcionários. Ilhéus é uma cidade importante, fundamental, e eu espero que se chegue a um denominador comum para que se volte à normalidade.
O município sul-baiano tem, aproximadamente, 4 mil servidores em greve. A paralisação completa 60 dias neste domingo (22). Os servidores reivindicam do prefeito a reposição das perdas inflacionárias do período (5,84%). Jabes alega que a folha já compromete em torno de 68% das receitas líquidas, enquanto a Lei de Responsabilidade Fiscal aponta como limite 54%. Numa entrevista ao PIMENTA, o gestor afirmou que a chance de reajuste era zero e não temia enfrentamento com os servidores (relembre aqui).
