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jsoledadeJuliana Soledade | jsoledade@uol.com.br

O governo não pode e não deve manter-se com a venda nos olhos. É necessário reacender a bandeira da esperança, para nós, itabunenses desacreditados com tantos desmandos.

Inúmeras irregularidades cercam o comércio informal, desde a utilização imprópria do espaço público, passando pela falta de procedência de diversos tipos de mercadorias, até as condições precárias de trabalho.

É comum perceber, por exemplo, a Avenida do Cinquentenário e suas transversais atravancadas, bem como as calçadas e vagas de carros ocupadas com o famoso ‘camelô’, sem limite de área. A propósito, a ocupação irregular é um transtorno que prejudica o pedestre, que por vezes precisa trafegar pelas vias, expondo-se ao risco de atropelamento; ou ainda, o acúmulo de pessoas, favorecendo a ação de marginais em furtos ou assaltos.

Não fossem suficientes os entraves, há que se perceber que os ambulantes formam uma barreira visual para as lojas instaladas ao longo do comércio, inibindo a visualização das vitrines e aniquilando a sedução do consumidor, gerando insatisfações no faturamento mensal.

Importante notar que, justamente em função da irregularidade, não existe padronização: a disposição desalinhada e desorganizada, juntamente com o material precário e potencialmente inflamável das barracas torna o ambiente não só deselegante e desagradável aos olhos, levando em conta que não há tantos bons locais para admirar em nossa cidade; mas, principalmente, oferecendo riscos aos transeuntes, aos estabelecimentos regulares, e aos próprios ambulantes.

A despeito da pressão exercida por aqueles que suportam as altas cargas tributárias para se manter em funcionamento, pouco se tem visto em termos de repressão ou mobilização do governo municipal para solucionar essa problemática. Os poderes constituídos “fecham os olhos” para o assunto, especialmente quando se trata de prevenção à pirataria.

Não se pode olvidar, ainda, que o binômio inércia do poder público e incapacidade de aproveitamento da mão de obra disponível, é uma das causas desse incremento do número de comerciantes informais. Ora, em sua maioria, aqueles os que optam pela informalidade estão galgando um retorno imediato, com o intuito de garantir a sua subsistência, e para isso lançam mão de sistema de defesa apurado, oferecendo resistência às mudanças.

É certo que deve ser destinado um novo local de trabalho digno para estes ambulantes, na companhia de regras claras, estrutura adequada, segurança, condições relevantes de trabalho, infraestrutura, entre tantos outros elementos que devem ser analisados e colocados em prática para o bem comum; afinal, não se pode privilegiar em demasia uma parcela de comerciantes, em detrimento de uma massa que se mantém regular, arcando com a pesada carga tributária e trabalhista.

O governo não pode e não deve manter-se com a venda nos olhos. É necessário reacender a bandeira da esperança, para nós, itabunenses desacreditados com tantos desmandos.

Juliana Soledade é estudante de Direito.

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