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Reúne Ilhéus divulgação
Placar exibido pelo movimento nos 90 dias de resistência.

Os meninos e meninas do coletivo Reúne Ilhéus dão uma demonstração de resistência e certeza de objetivos aos movimentos sociais no sul da Bahia. Estão prestes a completar 100 dias em frente ao Palácio Paranaguá, em Ilhéus, para cobrar do município respostas concretas e que resultem em melhoria do sistema de transporte coletivo.

É natural que um movimento assim não encontre respaldo tanto no governo – afinal, está sendo acossado – e em outros setores da sociedade que fazem questão de se tornarem dependentes do Poder Público.

Se não têm apoio de movimentos organizados do patronato e de poderes públicos, as doações de alimentos recebidas de empresários e de ilheenses comuns reforçam a justeza de propósito do movimento. Afinal, o ilheense tem uma das passagens mais caras do interior do país – R$ 2,40, concedido pelo governo anterior – e só não houve reajuste por causa da pressão da sociedade e, claro, da resistência dos membros do Reúne Ilhéus, que pedem tarifa a R$ 2,00.

Mas o “Reúne” demonstrou que não é só isso. É exigir o passe-livre estudantil, é exigir que se abra a caixa-preta do transporte coletivo urbano – e cobrar melhorias no sistema. É, também, cobrar dos vereadores que investiguem a “mina de ouro” ilheense.

É natural, pois, que este movimento contrarie muitos, pois as mesmas empresas que são alvos do Reúne Ilhéus são aquelas que, geralmente, beneficiam políticos em busca de conquistar – ou manter – mandatos.

O prefeito Jabes Ribeiro, por exemplo, recebeu R$ 150 mil da família Carletto em sua campanha pelo Palácio Paranaguá. E a família é, justamente, a controladora da ViaMetro, uma das empresas que exploram o transporte público urbano no município.

Força, Reúne Ilhéus. Haverá quem, ainda hoje, diga que o movimento pode ficar desacreditado. Estes, podem estar sendo financiados pelos ocupantes do poder de plantão. Ou pelas empresas…

P.S.: Hoje, o grupo já é considerado o maior ato de ocupação do País. Estranho é que muitos poderosos se unam para que o movimento se desfaça, mas não se reúnem para analisar as propostas da “gurizada”. É a sociedade que temos…

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