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Fernando VolpiFernando Volpi

O Sebrae vem provando que, para quem quer evoluir e inovar em seu negócio, não há melhor aprendizado do que o obtido de profissionais e de amigos bons de prosa, desses que não jogam conversa fora. Jogam dentro.

Todo empreendedor deve perguntar a si mesmo se está de fato receptivo à inovação antes mesmo de buscar ou de aceitar ajuda e orientação seja lá de quem for ou de onde vier. Nem mesmo o melhor curso do mercado irá ajudar o empreendedor se ele não estiver aberto ao aprendizado, à capacitação atualizada e aos rigores da moderna administração.

O maior perigo para o empresário é acreditar que já sabe tudo e que ninguém irá lhe dizer o que fazer e como fazer para tocar o seu negócio. O mundo está cheio de Doutor Sabe Tudo, o tipo cabotino que se julga superior e que acredita no discutível valor da experiência sempre maior que o valor do aprendizado e do aperfeiçoamento.

Nenhum negócio crescerá sem novas lições, nenhum administrador terá sucesso em sua gestão notadamente no setor privado se não considerar cada dia uma nova chance de aprendizado, procurando oportunidade para aprender em cada situação do seu cotidiano, tanto na empresa, quanto no convívio social.

Como podemos procurar e aproveitar melhor os momentos propensos ao aprendizado? Simples: unir o prazer de uma boa conversa aos benefícios de novas descobertas em seu campo, e participar de cursos e de eventos que incentivem a operar mudanças no planejamento. Mas é bom saber que de pouco adiantarão os eventos e reuniões se não predominar a intenção de se concentrar no processo do aprendizado, e principalemnte se não houver a firme determinação de implementar o que foi aprendido nesses onerosos encontros.

Os amigos e parceiros mais próximos sabem que não sou adepto de reuniões extensas e de pauta inesgotável, as quais considero autênticos sumidouros, ou sem um bom moderador, alguém que possa monitorar os excessos alimentados pela vaidade nas reuniões que não visem a resultar em algo concreto, num produto exequível, palpável e claro, para aproveitamento imediato. Nada de agregar isso ou aquilo, nada de curto, médio e longo prazo, nada de a nível disso e daquilo.

Afirmo com muita gratidão que tenho aprendido em algumas reuniões do tipo vapt-vupt bem dirigidas, mas aprendo também conversando informalmente com pessoas de notável capacidade de instalar suas ideias no assunto sem tomar posse dele.
O resultado natural desses encontros – repito: informais – tem sido um enriquecedor aprendizado, chegando até mesmo a mudar o meu modo de pensar em determinados assuntos nos quais eu achava que já tinha esgotado o conteúdo e a forma (É claro que não me refiro àquela sugestão bem pitoresca de uma quadra de vôlei flutuante no Rio Pardo, que está aguardando o leito secar totalmente).

Em congressos, seminários, reuniões etc sempre preferi me ajeitar nos grupos menores em salas e corredores improvisados do que nos salões nos quais a principal atração é o coffee break. Nas mesas satélites do evento, os debates apontam para resultados concretos, para produtos concretos. A troca de cartões é importante e deve preceder aos encontros no dia seguinte para que as ideias não se percam após a última ida ao restroom de algum centro de convenções.

Não sei bem porque toquei nesse assunto. Só me lembro que o tema surgiu de conversa em conversa outro dia em Itabuna com o meu mais novo velho amigo de infância, Gelisbert Benilá Tress, conversando sobre a importância dos programas do Sebrae e de outras instituições formadoras de líderes “ desde que as sementes sejam lançadas em solos férteis”, disse. Conversa vai, conversa vem, me veio à cabeça a frase do filósofo espanhol Baltasar Gracian: “Faça de seus amigos seus professores e una os prazeres da conversa às vantagens da instrução”.

Ah! Agora me lembro porque toquei nesse assunto: é apenas um longo preâmbulo para dizer a vocês que, embora eu não aprecie reuniões longas e com apartes impertinentes, confesso-me apaixonado pelos programas e encontros do Sebrae cuja linguagem é atual, objetiva, clara e quase coloquial, como numa boa conversa em grupo. É exatamente assim, de conversa em conversa, que o Sebrae vem provando que, para quem quer evoluir e inovar em seu negócio, não há melhor aprendizado do que o obtido de profissionais e de amigos bons de prosa, desses que não jogam conversa fora. Jogam dentro.

Ainda estão em andamento projetos de parcerias com as principais instituições de ensino profissionalizante como: Senac, Senai etc as quais se somarão aos já disponíveis na cidade, como por exemplo o Instituto Panzini. Trata-se de um esforço conjunto pela elevação do grau de nossa capacidade de receber. Faltam pequenos detalhes que serão resolvidos rapidamente após uma boa e construtiva conversa.

Ontem mesmo alguém me falou, entre um acarajé e outro, que o horário de almoço precisa ser revisto e, segundo ele, até extinto, o que aumentaria as oportunidades de emprego no comércio e facilitaria a vida dos que só dispõem desse horário para comprar. Mas isso é assunto para outra conversa entre as partes envolvidas e interessadas, com as instituições. Uma conversa jogada dentro.

Aproveito para cumprimentar a todos e lhes desejar Boas Festas que antecedam excelentes momentos em 2014 sem perda de tempo e sem jogar conversa fora desnecessariamente… e inutilmente. Teremos um Ano Novo cheio de LUZ se assim o desejarmos, sem conversa fiada, no primeiro minuto.

Fernando Volpi é secretário de Turismo de Canavieiras.

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