Tempo de leitura: 2 minutos

ricardo bikeRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com
 

Não é por outra razão que hoje muitos dos que ascenderam votam na oposição, seja por comoções passageiras ou argumentos falaciosos de quem se apresenta como novo, mas esconde a receita velha dos compromissos com quem contesta exatamente a opção feita pelo atual governo.

 
Até os adversários não alienados reconhecem que o PT deixará um belo legado ao país. Tirar mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza extrema foi a maior contribuição do partido, embora haja outras, que irão se desdobrar pelas próximas décadas. O investimento na ampliação do acesso ao ensino técnico e superior e a redução do déficit habitacional incluem-se nessa conta. Mas a legenda errou feio ao permitir a atrofia de sua formação política, e quem faz essa avaliação é um tal Luiz Inácio Lula da Silva.
Muita gente melhorou de vida, mas não faz a menor ideia de por que isso aconteceu. Uns atribuem à sorte, outros ao próprio esforço e há, é claro, um grupo expressivo que reconhece as políticas públicas desenvolvidas na última década como um forte indutor de seu progresso pessoal. Estes se enquadram naquela parcela que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, classifica preconceituosamente como “os desinformados dos grotões”.
O certo é que, ao priorizar a ascensão da turma do andar de baixo e fazer do Brasil um dos poucos países que conseguiram proteger o emprego em um cenário de crise, o governo adotou uma opção que nenhuma outra gestão tupiniquim admitiu antes.
A muitos, falta esse discernimento, bem como uma compreensão básica do que significa luta de classes. Não é por outra razão que hoje muitos dos que ascenderam votam na oposição, seja por comoções passageiras ou argumentos falaciosos de quem se apresenta como novo, mas esconde a receita velha dos compromissos com quem contesta exatamente a opção feita pelo atual governo.
É certo que boa parte do eleitorado acalenta um sentimento de mudança. De alguma forma, todos querem sempre mudar, até porque, vide Adam Smith, as necessidades humanas são infinitas e ilimitadas. Quem subiu de patamar na pirâmide social tem hoje outras demandas. Além de casa própria e comida na mesa, por que não almejar diversão, arte, o fim da corrupção, juros baixos e um iPhone 6?
O problema não é o natural e saudável desejo de mudar, mas a ingenuidade de apostar em um caminho já percorrido no passado, e que não deixou saudade. Infelizmente, pela falta de formação política e conhecimento da história, uma expressiva parcela do eleitorado pode cair na esparrela.
Um fato emblemático: o jovem que defende a refundação da Arena é aluno do Prouni. Quer mais?
Ricardo Ribeiro é advogado e blogueiro.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *