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Ato com Dilma em Petrolina reuniu cerca de 30 mil pessoas, segundo PM (Foto Ichiro Guerra)
Ato com Dilma em Petrolina reuniu cerca de 30 mil pessoas, segundo PM (Foto Ichiro Guerra)

Reportagem de Carlos Madeiro e Wellington Ramalhoso para o UOL
Dilma disputa reeleição (Foto Fabio Pozzebom/ABr).
Dilma disputa reeleição (Foto Fabio Pozzebom/ABr).

Resumir a vitória esmagadora da candidata à reeleição Dilma Rosseff (PT) no Nordeste no primeiro turno ao pagamento do Bolsa Família seria minimizar os avanços em várias áreas obtidos da região neste século.
No primeiro turno, a petista teve uma vantagem de 12,2 milhões de votos sobre o tucano na região. Aécio foi o mais votado no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, mas na soma do país ainda ficou com 8,3 milhões de votos a menos do que a candidata à reeleição, o que mostra a importância do Nordeste na definição do resultado.
As duas pesquisas divulgadas pelo Datafolha nesta semana confirmam o favoritismo da presidente na região no 2º turno. O levantamento mostra que o Nordeste apresenta o maior desequilíbrio entre os candidatos nas intenções de voto. Dilma alcança a marca de 70% dos votos válidos enquanto Aécio não passa de 30%.
Em relação à primeira pesquisa feita pelo Datafolha no segundo turno, entre os dias 8 e 9 de outubro, a vantagem da presidente na região cresceu oito pontos percentuais.
Assim como em 2010, a discussão sobre o “voto nordestino” voltou a ser alvo de críticas nas redes sociais. Logo após a confirmação da vitória de Dilma no primeiro turno, uma série de internautas lançou ataques aos nordestinos na internet.
Além disso, uma declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao UOL colocou mais lenha na fogueira. “O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados”, afirmou.
Para especialistas consultados pelo UOL, os votos são reflexo do pujante crescimento econômico, das obras e do triplo de estudantes do ensino superior na região.
Segundo o Banco Central, a economia nordestina cresceu 2,55% no segundo trimestre de 2014. Nenhuma região consegue resultado tão expressivo e a tanto tempo seguido. Pela medição do IBGE, a economia do Brasil encolheu 0,6% de abril a junho.
O crescimento da economia pode ser explicado pelos ganhos econômicos da região.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), entre 2001 e 2012, o nordestino teve o maior ganho de renda entre todas as regiões, o que fez com a participação da base da pirâmide social caísse 66% para 45% –ou seja, mais de 20 milhões de pessoas deixaram a pobreza.
Um dos dados que explicam esse ingresso na classe média é a geração de empregos com carteira assinada. Em 2002, 4,8 milhões de nordestinos tinham emprego formal. No final do ano passado, eram 8,9 milhões.
Segundo o Carvalho, o Bolsa Família não é que sustenta a maioria dos nordestino, já que existem menos beneficiários que pessoas que recebem Previdência ou emprego formal –que pagam valores bem maiores.
“O Nordeste possui 17 milhões de famílias. Atualmente, são 8,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada, 8,7 milhões de previdenciários e 7 milhões de famílias cobertas pelo programa Bolsa Família. Ou seja, a renda, ainda que mínima, chega praticamente a todos os domicílios”, explica o professor de Economia da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), Cícero Péricles Carvalho. Confira íntegra da matéria

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