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Da Agência Brasil
O promotor de Saúde Pública do Ministério Público de São Paulo Arthur Pinto Filho disse hoje (15) que pretende ouvir mais um funcionário da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, além dos membros da direção da entidade sobre as denúncias de superfaturamento. A Santa Casa passa por uma grave crise financeira.
Segundo o promotor, a testemunha e os dirigentes da instituição devem ser ouvidos após o dia 8 de janeiro, quando o Judiciário retorna do período de recesso de final de ano. Na quarta-feira (10), uma funcionária do hospital prestou depoimento e detalhou os indícios de superfaturamento.
“Basicamente, ela disse que havia superfaturamento da empresa Logimed, que é um braço da Andrade Gutierrez, que vende medicamentos na Santa Casa. Mas ela [empresa] não só vende, ela comanda o almoxarifado da Santa Casa, que é formado por funcionários da Logimed. Eles compram os medicamentos que querem, no preço que querem, do jeito que querem”, declarou.
No dia seguinte ao depoimento, o relato da funcionária foi confirmado pelo relatório da auditoria externa apresentada pela Secretaria Estadual de Saúde, disse o promotor. Além da irregularidade na compra dos medicamentos, a auditoria constatou superfaturamento de reformas.

Arthur informou que começou a elaborar hoje a representação para o inquérito policial, baseada na declaração feita pelo secretário estadual de Saúde, David Everson Uip, de que a Santa Casa recolhia impostos, mas não efetuava pagamentos aos funcionários. “Isso é apropriação indébita”, disse o promotor.
A auditoria externa constatou que a crise financeira na instituição era maior do que o anunciado em setembro. A primeira auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e do Conselho Estadual de Saúde havia apontado que a dívida alcançava R$ 433,5 milhões. A apuração externa, porém, apontou que o montante devido pela Santa Casa soma mais de R$ 773 milhões.

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