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Caboco Alencar aguarda clientela na festa  (Foto Daniel Thame).
Caboco aguarda clientela na festa (Foto Daniel Thame).

Domingos Matos

No próximo dia 28, Dia da Cidade, o ABC da Noite, o bar mais emblemático de Itabuna, comemora 53 anos de existência. Embora o aniversário coincida com o do município, que completa 105 anos, a festa do ABC da Noite será antecipada para esse sábado, dia 25.

Como manda a tradição, Alencar Pereira da Silveira, ou simplesmente Caboco Alencar, comanda a festa com seus “alunos repetentes”, aqueles que fazem questão de não decorar o ABC para terem motivos de “visitar a escola” todos os dias.

A festa começa às 11 horas mas, contrariando a regra da casa, não tem hora marcada pra acabar. Haverá no meio da rua um microfone e um sistema de som, para quem quiser fazer qualquer declaração de amor ao bar, em forma de música, poesia ou simplesmente brindar e parabenizar pelos relevantes serviços prestados ao longo dessas mais de cinco décadas.

MAIS QUE UM BAR, UMA INSTITUIÇÃO

Reduto da boemia diurna itabunense, o ABC da Noite recebe de braços abertos poetas, políticos, médicos ou pedreiros. De braços abertos, mas sem muita demora. É mais que um bar, é uma instituição. Por isso mesmo, tem regras (muito) próprias.

“Aqui a hora é dita: das 11 às 12h30min e das 17 às 19 horas. E é pra ser cumprida”. Com esse amistoso anúncio na parede externa, tudo já fica mais do explicado: cada um faça por onde conseguir suas doses de batidas no menor espaço de tempo possível.

Os que preferem garantir um estoque regulador, encomendam a bebida em litros. Assim, mesmo se der 19 horas e o sino tocar, e todos forem gentilmente convidados a sair, há a esperança de continuar bebericando a saborosa bebida.

Porém, nada se comparará ao prazer de fazer esse exercício espremido no pé do balcão, de olho no relógio da parede – hora oficial do Caboco – para sentir o mesmo prazer renovado por mais uma tarde-noite de ABC.

REPETENTES – COM MUITO PRAZER

No fundo, apesar de ele nos lembrar que voltamos lá todos os dias movidos pelo vício, o certo é que nada se compara com beber uma batida de limão – ou de maracujá, de gengibre, de pitanga… – ouvindo a prosa de Caboco Alencar.

Se bem que o Caboco tem razão. Somos todos viciados em estudar – e repetir de ano – nessa escola chamada ABC da Noite.

2 respostas

  1. Texto lindo, Domingos! Nosso Cabôco merece – e muito – todas as homenagens que possam ser feitas a ele e ao aconchegante “ABC da Noite”.

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