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NOTA DA ASPAIUB EM RESPOSTA A DISCURSO DE VALMIR ASSUNÇÃO

A Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema – ASPAIUB, no exercício do direito a livre manifestação e em defesa da verdade, vem a público refutar, com veemência, as declarações do deputado Valmir Assunção, na Câmara dos Deputados, no dia 17/09/2015. Ao arrepio de todos os ilustres historiadores e, portanto, sem nenhuma fundamentação, o mencionado deputado atribuiu a formação do Município de Buerarema a etnia indígena que se autodeclara Tupinambá, fato que não condiz com a realidade, uma vez que aquela laboriosa comunidade foi formada por pioneiros e desbravadores, que se instalaram naquela na região há décadas, com suas famílias.

O movimento autodeclarado indígena Tupinambá é recente, data do início dos anos 2000, além de contrariar os registros antropológicos que apontam a existência nessa região, à época do descobrimento do Brasil, da etnia Tupinikim. Atitude como essa, movida por interesses que desconhecemos, além de afrontar a história regional, representa uma verdadeira forçação de barra, para dar ares de legitimidade a um movimento que se utiliza da nobre causa indigenista, para praticar toda sorte de violência e atrocidades contra os pequenos agricultores e suas famílias, expulsando-os de suas propriedades, deixando-os ao relento e sem fonte de sobrevivência. Violência que resultou, inclusive, no assassinato do líder do Assentamento Ipiranga, Juraci Santana, morto no seu lote de terra, à noite, dentro da sua residência, na frente de esposa e filha, e que teve a sua orelha cortada e levada como troféu. Um verdadeiro mártir da luta dos pequenos agricultores familiares, e cujo único pecado foi não renegar a sua identidade de assentado e se autodeclarar índio!

A ASPAIUB lamenta que o referido parlamentar, que se coloca como representante dos trabalhadores rurais sem terras e defensor das causas sociais, use o espaço do legislativo para despautérios dessa natureza, uma verdadeira afronta à comunidade Bueraremense e um desserviço à região Sulbaiana, ao invés de cobrar o indiciamento e julgamento dos criminosos covardes que assassinaram friamente Juraci, bem como a apuração das centenas de ilícitos cometidos sob a égide da disputa por terras, todos devida e ricamente detalhados em Ocorrências Policiais.

Por fim, os milhares de associados da ASPAIUB rogam a Deus e apelam às autoridades constituídas, para que a Justiça prevaleça, e que operações a exemplo da Lava a Jato se multipliquem, para que toda a sociedade venha a saber quem patrocina e a quais interesses servem os conflitos que vem sendo estimulados e disseminados no meio rural brasileiro, que além de agudizar as desigualdades sociais, vem promovendo um banho de sangue no campo.

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