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Everaldo Anunciação e Josias Gomes.

Everaldo Anunciação e Josias Gomes

A ameaça ocorre justamente no momento que a Ceplac, mais ativamente a partir de 2012, desenvolve plano de contingência para livrar o Brasil da monília.

Às vésperas de completar 60 anos, o que acontecerá em 20 de fevereiro de 2017, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), forte símbolo da cacacuicultura do Brasil, pode estar perto de sofrer um rude golpe.

Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Ceplac atua em seis estados (Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso), por onde se espalha a cultura do cacau no país.

O golpe vem na forma de possível rebaixamento em seu status legal, passando da atual condição de órgão da administração direta a uma simples coordenação, o que fará com que a Ceplac tenha prejuízos significativos nas partes orçamentária, administrativa e financeira.

Tudo isso, sem qualquer sombra de dúvida, deve prejudicar enormemente o andamento dos diversos projetos de pesquisa e de desenvolvimento de novas tecnologias quer caracterizam o trabalho da Comissão.

Não precisa dizer, ainda, o efeito danoso que um rebaixamento institucional desse porte vai produzir em meio aos técnicos, agrônomos e funcionários da Ceplac, principalmente em virtude da redução dos recursos e das condições de trabalho na instituição.

Desde que cheguei à Bahia (no meu caso específico, Josias) estabeleci, na condição de agrônomo, profunda ligação com o trabalho da Ceplac. Nós dois, ligados no mesmo trabalho, desde então, sabemos bem da motivação que guia seus quadros na condução dos trabalhos em favor da cacauicultura e demais sistemas agroflorestais, não só do Estado, mas, ainda, do País como um todo.

Em parceria, desde então, nós assistimos e participamos das angústias e das intervenções técnicas feitas pela Ceplac para enfrentar a praga da vassoura de bruxa, que quase dizimou a produção de cacau na Bahia.

A partir da chegada dessa praga no Estado, com efeitos trágicos na cacauicultura local, foi na Ceplac que agricultores e produtores em geral buscaram o apoio para enfrentá-la, o que acabou produzindo resultados cada vez mais estimuladores.

Pesquisas resultaram então na descoberta do primeiro fungicida biológico para lavouras de cacau, o Tricovab, que, durante 10 anos foi submetido a testes em campo, com eficácia comprovada tanto em tecido morto quanto em tecido vivo. Em 2013, o Tricovab acabou virando produto comercial.

Pelo trabalho da Ceplac, não apenas com a utilização do Tricovab, como pela introdução de clones e manejo adequado do solo, do total de 473,6 mil hectares de terra, 150 mil haviam sido devidamente recuperados, em 2013. Esses números só avançaram desde então.

Nesses quase 60 anos de existência, portanto, sobreviveu e avançou a cultura do cacau no país, sob a égide do trabalho desenvolvido pela gente da Ceplac, gente que, agora, se vê ameaçada pela minimização da estrutura legal da Ceplac. 

O pior é que a ameaça ocorre justamente no momento que a Ceplac, mais ativamente a partir de 2012, desenvolve plano de contingência para livrar o Brasil da monília, uma praga devastadora, ainda não relatada no país, mas já identificada a 150 km do Acre.

Não é possível admitir, creio firmemente nisso, em tal possibilidade, qual seja, a de ver a Ceplac rebaixada ao nível de uma simples coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nesse momento queremos deixar claro o nosso alinhamento ao lado de todos que, na Ceplac ou fora dela, se dispõem a lutar para que a instituição mantenha o atual status de órgão da administração direta, vinculado ao Mapa.

Temos certeza de que a Ceplac necessita de uma reforma. Mas, de uma reforma que a aperfeiçoe, e, mais do que isso, faça com que a Comissão cresça em dimensão institucional, e, não, como se quer, diminua.

É nesse propósito que reafirmamos nossa profissão de fé com relação a Ceplac, uma entidade que tem marcado não apenas a história da cacauicultura, mas, por extensão, a própria história da agricultura brasileira.

Josias Gomes é deputado federal licenciado e secretário estadual de Relações Institucionais; e

Everaldo Anunciação é funcionário da Ceplac e presidente do PT-BA.

0 resposta

  1. Tiveram tanto tempo para revitalizar a Ceplac, Josias levou tanto tempo em Brasilia, assim com Geraldo Simões e não fizeram nada. A Ceplac sempre teve um projeto de institucionalização que está engavetado em Brasilia há muito tempo no Ministério que iria revitalizar a Ceplac e que vs fizeram nada. Agora que a Ceplac está passando por um momento difícil, vem querendo posar de Salvador da Patria. Para com isso.

  2. Somos firmemente contrários a que continue e CEPLAC, hoje rebaixada e desmoralizada aos intersses mesquinhaos do PT do mensaloo e do petrolão. Dali da CEPLAC do PT saiu o plano para a introdução da vassoura de bruxa nos cacauais baianos, o que liquidou uma outrora pujante economia, causando o desemprego de 300 mil desempregados diretos e uma criminosa ação contra o meio ambiente. Não sei como na região esse povo do PT ainda e bem vindo, tal fato parece demonstrar que a nossa região tá carecendo até de amor próprio.!

  3. Esse pessoal tem muita cara de Pau, Só óleo de peroba.Esse grupo do PT, que hoje fala em revitalizar a CEPLAC, ainda vem com o cinismo e o desplante de querer enganar o povo da Região com essas falacias. Esses canalhas que ai estão do Grupo do PT, foram que comprovadamente, que quebraram
    a Região, trazendo a Vassoura de Bruxa, espalhando na Cacauicultura, dizimando quase por completo os cacaueiros. Rebentaram a Região, empobrecendo toda a Região, destruindo famílias tradicionais que viviam exclusivamente do cultivo do Cacau, em que muitos dependentes dessa lavoura, se suicidaram haja visto, se endividando com os Bancos, e ficarem sem condições de pagarem, chegando ao desespero de tirarem suas próprias vidas. E esta comprovado, que quem fez essa maldade, foram esses canalhas que chegaram ao porto de Prefeitos de Itabuna, Deputados Estaduais, e ate Deputados federais. e mais essa ratataia, que os seguiam como funcionários da Propriá CEPLAC> e esses mesmos que destruíram a lavoura vem agora quererem ser o salvador da Patria. Me poupe.

  4. Soma e muito a adesão aberta de Everaldo e Josias ao esforço de convencer ao governo e o ministério da agricultura de que a Ceplac – única instituição brasileira que cuida do cacau – deve é ser regularizada, restruturada e revitalizada para o bem das regiões produtoras de cacau do Brasil. Convençam tb ap governador Rui Cosa a entrar na briga que a luta é do bem.

  5. O projeto de desmonte da Ceplac, é antigo… Todos se faz de inocente… Mas basta da uma verificada quem é a ministra da agricultura…. É base dos produtores que mais desmata no Brasil…

  6. Esse Senhor Everaldo Anunciação,(segundo réu confesso em documentos em posse da Polícia Federal, mas também de conhecimento público), é um dos acusados de ser um dos terroristas que planejou e ajudou a executar a “operação cruzeiro do sul” qual introduziu e disseminou a doença vassoura de bruxa no cacaual da Bahia.Para entenderem melhor, assistam ao documentário “O NÓ, ATO HUMANO DELIBERADO”.

  7. Os contadores de estórias da carochinha, entram mais uma vez em ação.
    Por favor sejam sinceros, esclareçam a verdade, deixem de mascarar o que está em evidência.

  8. Ora – todo momento pré-eleição é assim. Agora é hora de aparecer o “pseudo” “Salvador da pátria amada” Brasil. O que falta é: vontade política, respeito com a sociedade e servidores do orgão e bom-senso; e vejam que, não seria tão difícil assim – já que, eles detém o governo da Bahia e à presidência da república federativa do Brasil. Além da região ser representada por deputados e ex-deputados do PT, PCdoB e PMDB – partidos que dão sustentação ao governo federal, (mesmo em época de (“lava-jato, acarajé e zelotes”). Cuidado: agora vai aparecer um político pra amenizar à situação caótica do Órgão, e quando acabar o processo eleitoral de outubro, volta tudo como”Dantes no quartel de Abrantes”.

    Albérico

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